Capítulo 58 - Parte 1

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Simon

Simon montou em Wilhelm, sentado nas suas coxas, e o beijou, um beijo salgado. A língua dele invadiu sua boca e a deixou entrar, dava tudo o que ele queria enquanto tomava ao mesmo tempo.

Quando entrou no clube não passou pela sua cabeça que terminaria a noite com Wilhelm em uma suíte de luxo do hotel. Agora que estavam daquela forma, um explorando o outro, não poderia querer outra coisa.

Simon nunca acreditou em destino, amor à primeira vista, obra do acaso, nada disso, mas não havia outra razão. Eles só podiam ser feitos um para o outro. E o melhor: acreditava nesse clichê barato e batido sem a influência de um feitiço de amor macabro.

Não sentia mais a necessidade aguda de sensação física por Wilhelm, aquela sensação que o impulsionava para ele, como se tivesse um ímã embutido na sua pele que o dizia para ir na direção dele o tempo todo, custe o que custar. 

O imã havia perdido o magnetismo e Simon beijava Wilhelm por querer e não porque tinha que apagar um incêndio descontrolado dentro de si. 

"Simon", ele chamou, meio gemendo, meio suspirando.

"Hum?"

"Não acha melhor irmos devagar?"

"Devagar?"

"Acabamos de voltar", ele disse ainda com os lábios molhados pela sua boca. "O que acha de irmos a um encontro?"

"Encontro?", repetiu e Wilhelm concordou. "Você tá falando sério?"

"Um jantar, depois um passeio no parque. O restaurante do hotel é magnífico."

"Vai ter bungee jump?"

Ele fez uma careta. "De jeito nenhum."

Simon enterrou a cabeça em seu pescoço e riu. "Então vamos continuar por aqui mesmo."

Ele agarrou seus ombros e o forçou a olhar nos olhos dele. "Tem certeza?"

"Você não quer?"

Wilhelm o olhou, quase ofendido. Tudo que ele fez nesses últimos meses foi imaginar estar com ele novamente. "Claro que quero."

"Pronto, então para de pensar um pouquinho."

Ele respirou fundo e parecia fazer sua cabeça parar de funcionar. "Como é a sensação de ficar por baixo?"

"Quê?"

"Dói ser passivo?"

Simon juntou as sobrancelhas, se questionando o porquê desse papo de repente. "Não quando se tem um parceiro paciente."

"E você é paciente?"

Piscou lentamente, absorvendo as palavras dele. "Você tá me perguntando o que eu acho que você tá perguntando?"

"Sim."

"Certeza?"

Wilhelm fez que sim com um vagaroso aceno de cabeça; as pupilas dele dilatadas; olhos escuros dele o devoravam. Ele tinha certeza.

Sorrindo, Simon ergueu as mãos dele para cima da cabeça e as prendeu contra o colchão. Ele tentou desvencilhar das suas mãos, mas o manteve preso, a confiança crescendo dentro de si. 

Sem quebrar o contato visual, impulsionou o quadril, saboreando a sensação dele, duro, debaixo do seu corpo. Instintivamente, o quadril dele subiu para encontrá-lo, estabelecendo um ritmo lento.

Simon abaixou para tomar os lábios de Wilhelm e as mãos dele correram ao longo das suas costas. O corpo dele tremia, enquanto ele usava a língua para transar com sua boca. Ele quebrou o beijo para respirar e passou os lábios ao longo do seu queixo até seu pescoço, onde lambeu e chupou.

"Eu vou ser seu primeiro?"

O rosto dele ficou completamente vermelho. "O que acha de ser o primeiro e único?"

"Eu não acho, tenho certeza que vou ser."

"Você é tão romântico."

"Eu?" Simon soltou uma risada. "Eu tô tentando tirar suas calças, Wille."

Ele riu e abafou os risos dele com um beijo, suave e doce, depois, com uma voz rouca, perguntou no ouvido dele: "Você tem camisinha, né?"

Wilhelm pareceu mudar de cor. "Não."

Sem Deixar Vestígio [Wilmon]Onde histórias criam vida. Descubra agora