Capítulo 23

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Wilhelm

Simon ficou estático e não conseguia encarar seu rosto.

"Simon?", Wilhelm chamou baixinho depois de alguns segundos sendo ignorado. "Simon? Olha para mim."

"Foi mal, eu não devia."

"Tudo bem", Wilhelm disse com uma voz fraca, consciente de que a culpa era sua.

Não devia ter tocado nele daquela maneira. Deveria ter aceito a decisão dele de parar. Afinal, era exatamente isso que queria desde o dia que esbarrou nele na rua.

Simon se levantou, tirando o excesso de areia do corpo, e começou a andar para longe.

"Simon, espera." Rodeou o braço dele com a mão, o obrigando parar. "Tá tudo bem."

Simon abriu e fechou a boca, ele parecia estar medindo as palavras que iria falar. "Eu não sei o que acontece comigo."

"Eu entendo, relaxa."

"Olha o que você faz comigo."

Wilhelm sentiu o peso das palavras dele. Se fosse em outro contexto, poderia ser até uma declaração de amor louca, mas na verdade era um soco no seu estômago. 

E Simon ainda dizia que era um sentimento sincero. Coitado.

O sentimento de culpa o fez querer amenizar a desordem que ele sentia. Não sabia o que fazer, não encontrava as maneiras certas para falar. Até cogitou contar seu segredo para ele. Com certeza, isso faria Simon compreender muita coisa sobre o comportamento dele.

Só que não podia. Então, somente suspirou pesadamente e deixou os instintos guiarem suas ações.

Segurou o rosto de Simon com as duas mãos e capturou os lábios dele sem aviso prévio. Sua língua invadiu a boca dele, o exigindo feroz e desesperadamente.

Uma onda de eletricidade passou pelo seu corpo quando ele correspondeu o beijo e enlaçou sua cintura, colando seus corpos juntos.

Simon desconectou seus lábios e sussurrou. "Você é muito confuso."

Sorriu contra a boca dele. "Eu sei."

Wilhelm colou suas bocas, chegando mais fundo com a língua, ao mesmo tempo que empurrava Simon para baixo, até fazer ele se ajoelhar e deitar o corpo na areia.

Subiu e montou em cima dele, sem parar de beijá-lo, apenas desacelerou o beijo, que se tornou mais calmo e possessivo. Sugou seus lábios, delicadamente, como se quisesse decorar seu gosto.

Simon arfava e emitia sons estimulantes, completamente rendido aos seus toques. Wilhelm separou suas bocas para respirar junto com ele. Seus olhos se encontraram e, apesar da escuridão da noite, notou as pupilas dilatadas dele, refletindo a excitação que ele sentia.

Plantou um beijo em seus lábios antes de avançar para o pescoço dele, agarrando em seguida seus cabelos para o manter imóvel. Sua língua fez um caminho, molhado e quente, do pescoço até o ombro dele, marcando-o com saliva, sentindo o sabor da pele dele. Um sabor que poderia ficar facilmente viciado.

Quando fez menção de descer para o peito, Simon segurou sua cabeça e o trouxe de volta para um beijo ardente.

Num movimento rápido, ele girou seus corpos na areia e ficou por cima, o pegando de surpresa. Ávido, ele atacou sua boca e suas línguas começaram a se movimentar em sincronia.

Ele parou o beijo para respirar e Wilhelm soltou um resmungo de protesto, que logo foi substituído por um gemido, quando sentiu os lábios dele tocarem seu pescoço.

Sem Deixar Vestígio [Wilmon]Onde histórias criam vida. Descubra agora