Nineteen

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𝗦𝗢𝗣𝗛𝗜𝗘

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𝗦𝗢𝗣𝗛𝗜𝗘

Acordei antes mesmo do sol querer despertar, a casa enorme em um silêncio que, agora, imperava ali. Antes achei que a presença do piloto seria muito incomoda, mas Fabio me evitava tanto quanto eu o evitava, estamos na mesma casa e ainda assim mal nos víamos. Gostava de acordar mais cedo que todos, não que estivesse tendo muito sono de qualquer maneira, então naquelas duas semanas de pausa a minha pequena rotina era apenas acordar, me sentar na bancada da cozinha com uma xícara de café quente nas mãos e esperar o dia realmente começar. 

Escorreguei minhas pernas na pedra gelada e acomodei meu corpo na ilha em meio a cozinha, o cheiro da bebida preta fumegava pelo meu rosto e permitia que aquele momento fosse meu momento de refletir. Mas enquanto estava ocupada tentando não pensar em nada de especial a porta principal se rompeu e uma figura com uma árvore gigante passou por ela, meu corpo se assustou em um solavanco e metade do meu café se espalhou em meu pijama.

— Merda! — Xinguei para mim mesma tentando amenizar a sensação de líquido quente em contato com minha pele com um dos panos de pratos. Sequer tive tempo de me preocupar com quem havia feito aquilo, uma tonelada de papel toalha foi posta em meu colo e percebi imediatamente de quem se tratava.

— Meu Deus, Sophie, que merda, desculpa. A gente achou que você estava dormindo — se explicou com desespero, e a sensação de suas mãos em mim eram mais agonizantes que o próprio acidente.

— Tudo bem — garanti as afastando de mim, Fabio me encarou com uma sobriedade farfalhante nos olhos castanhos e não fiz nada além de encará-lo de volta.

— Caralho, Soph, você é muito pirada, por que diabos tá acordada essas horas? — Tom chegou a cozinha, seu casaco enorme estava lotado de pequenos galhinhos verdes e um cheiro de natureza misturado com natal invadiu o ambiente, virei o pescoço e percebi que a árvore gigante se tratava de um pinheiro, a tal árvore de natal estava deitada sobre o chão envolvida por um lençol branco.

— O que é aquilo? — Questionei muito intrigada, estamos no meio de outubro para que precisamos de uma árvore de natal? Fabio e meu irmão trocam um olhar cúmplice e cruzo meus braços esperando uma resposta plausível.

— Ok, isso vai soar de um jeito, mas prometo que está errado — o espanhol começou a se explicar fazendo sinal de calma com as mão, enquanto isso Quartararo apoiou suas costas nos armários atrás de si com uma expressão vaga no rosto. — Vamos dar uma festa de natal adiantada, sabe pra comemorar antes que vocês saiam pras corridas e antes que eu faça a cirurgia.

Enruguei minha testa de imediato como desaprovação.

— Isso tá parecendo muito com uma última ceia pro meu gosto, Thomas — briguei e a sensação horrível de que talvez essa tenha sido sua ideia zumbiu entre meus ouvidos.

— Não é, Sophie. Eu só quero reunir as pessoas que mais amo antes da minha cirurgia, da radioterapia, de tudo. Ok? E mesmo que não seja, você mais do que ninguém sabe que pode ser — garante com um sorriso, que é totalmente falso já que seus olhos estão brilhando com lágrimas presas neles.

Over᯽Fabio QuartararoOnde histórias criam vida. Descubra agora