Five

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𝗦𝗢𝗣𝗛𝗜𝗘

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𝗦𝗢𝗣𝗛𝗜𝗘

O dia começou como qualquer outro, de um aeroporto para um hotel, e horas depois, uma pista.
Estava começando a me habituar a minha nova rotina, as vezes, se tinha sorte, podia cuidar de alguns ferimentos de Fabio. Coisas como joelhos ralados, dores musculares e coisas do tipo, nada muito sofisticado como 12 horas dentro de uma sala de operações, mas o suficiente para me manter sã.

Eu era, de fato, uma viciada na medicina e por isso não reclama quando sobrava um momento para que eu pudesse praticá-la, mesmo que da sua forma mais simples. Mas temo que esses tempos com piloto estivessem cada vez mais perturbando minha mente. Além do óbvio desconforto que sentia quando estávamos juntos, e sozinhos, agora o mais bizarro dos acontecimentos me perseguia: um sonho com ele.

— Não acredito que sonhou com ele! Cara, eu já amo esse homem.— Brooks se entusiasmou, balançando a tela por onde nos víamos. Revirei os olhos, claramente ofendida com seu entusiasmo.

— Brooks?— respondi indignada.

— O que?— deu de ombros.— Aposto que, até nos sonhos, o sexo com ele é mais quente do que com seu namorado doutor sem sal.— provocou com um sorriso maldoso, aquele que ela usava quando se referia a Lucas. Imediatamente me encolhi, esse assunto se tornara um tanto desconfortável nos últimos dias.

Lucas Schimidt, meu namorado, que eu deixei para trás na Alemanha- junto com meu emprego e minha melhor amiga-.  Quando fui embora não estávamos na melhor situação, tínhamos alguns conflitos que temo que nunca resolveremos. Somos pessoas tão opostas, não temos muito interesses em comum além da medicina. E até mesmo nela, discordamos várias vezes. E claro, agora, o empecilho maior...não temos mais tanto tempo .

Quase nunca conseguíamos alinhar nossos horários, e quando conseguíamos, o máximo que rendia das conversas eram brigas. Questões mal resolvidas do passado em choque com a atual confusão que o metia.

— Não diga isso, não teve sexo nenhum.— senti meu sangue aquecer de vergonha, quase sussurrei as palavras, e então me certifiquei novamente que ninguém nos ouvia.

Do outro lado, a loira deu de ombros, ia abrir a boca- provavelmente para soltar mais uma de suas pérolas- mas foi interrompida por seu pager.

— Droga, é o Fritz de novo, ele está uma pilha da mau humor. Acho que sente falta da estudante de ouro dele.— praguejou e dei risada de sua careta.

— Vá logo, pratique medicina de verdade por mim.— incentivei, e depois de acenos, a tela se tornou preta.

Bufei me apoiando na maca do ambulatório, o lugar que eu visitava quando entediada. O local variava em cada pista, este em particular era um pouco assustador e frio. Não vi muitos médicos por aqui, o que nunca é um bom sinal. Ouvi um assobio pelo corredor, cada vez mais próximo, cantarolando uma melodia latina.

Over᯽Fabio QuartararoOnde histórias criam vida. Descubra agora