Twelve

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𝗦𝗢𝗣𝗛𝗜𝗘

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𝗦𝗢𝗣𝗛𝗜𝗘

Quando eu era pequena sempre me perguntei como os aviões voavam, era extremamente distópico para mim que aquela máquina enorme e pesada se mantivesse no ar, sendo controlada apenas por um pequeno ser humano. Eu perturbava meus pais com essa pergunta, e muitas outras, eu gostava de saber como e porquê as coisas aconteciam. Mas eles nunca tiveram muita paciência, recebia qualquer resposta vazia como "são as asas, querida", apenas para não prolongar o assunto, a Sophie de 8 anos ficava extremamente frustrada com isso, com não saber, não entender completamente toda aquela maquinaria que me levaria para outro país em horas.

Agora me sinto assim, com outros assuntos, cujo funcionamento e significado eu não entendo por completo e ninguém parece interessado em me explicar. Como ele, e o que disse para mim três noites atrás.

Só trocamos poucas palavras desde então, sempre estamos cercados por tantas pessoas e isso nos impede de dizer algo, por isso nossas interações estão se resumindo a cumprimentos comuns e apáticos, enquanto nossos olhos fazem o contrário, quando se cruzam queimam todo meu corpo em um arrepio pavoroso.

Temos um segredo agora, eu não gosto de segredos.

— Soph, o que achou das minhas meias de compressão? — Hanna questionou, mexendo os dedos do pé em cima do banco acolchoado. As meias eram cor de rosa com estampas de animais, completamente bregas, completamente Hanna Brooks.

— São legais, só não mais que as minhas. — respondi, levantando levemente a barra de minha calça, as meias eram pretas com uma pequena estampa de arco íris, eram presente dela, que achou divertido de alguma forma termos aquelas novamente. Normalmente as usávamos nos plantões ou em longas cirurgias.

A loira deu uma risada empolgada quando percebeu que vestia seu presente para nosso voo.

— Quantas horas são até lá mesmo? — resmungou, espalhando os fios loiros no banco ao meu lado.

— Um dia e meio até chegar no hotel. — respondeu certeiro e me remexi em meu lugar, ele e Tom tiveram problemas com a passagem e demoraram para conseguir embarcar no avião, agora os dois se seguiam no corredor largo da primeira classe empurrando as malas com as mãos. Fabio um pouco mal humorado enquanto Tom agia como um raio de sol.

— Qual o problema maninha? — questionou, quando me pegou encarando seu melhor amigo, provavelmente com o pavor que sinto toda vez que ele entra no mesmo cômodo que eu ultimamente.

— Nenhum — minto, sorrindo sem graça. — Fabio foi tão educado que nem parece ele mesmo, estava conferindo se ele parece doente.

O francês revira os olhos, da forma que eu imaginei que faria, mas sorri com os cantos de seus lábios enquanto se senta na poltrona à nossa frente.

— Estou tentando não assustar sua amiga — se explica, voltando sua atenção ao seu celular.

— Ah não, por favor, eu gastei minhas férias com essa viagem, quero ver as brigas ao vivo, o pacote completo — Brooks provoca sorrindo, Fabio dá uma risada seca e irônica em resposta.

Over᯽Fabio QuartararoOnde histórias criam vida. Descubra agora