Capítulo 22 - Noite de Abertura

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                Com o acompanhamento dos médicos, Todo o corte foi sarando conforme o passar dos dias. Os primeiros vieram acarretados de muita dor, sendo necessária uma medicação para sanar esta. Apesar de julgarem como algo não muito grave, voltar aos ensaios foi algo bastante incômodo, principalmente a parte de cantar. Penny havia se tornado aminha médica particular, e para sua idade ela tinha uma boa noção de como cuidar de alguém, ainda que, eu devesse cuidar dela

            Todas as vezes em que me ponho a pensar, não importa o momento, a cena não sai da minha cabeça. O clima na companhia ficou fantasmagórico após a saída de Marianne, talvez pelas palavras, ou talvez pelo que seu primo fizera.

           

(...)

            - Você está fora, Marianne. – Disse Robert.

            - O que, Rob? Você não pode fazer isso. – Ela tinha os olhos arregaladas, a incredulidade no rosto. Não sei se arrependia-se pelo feito contra mim, mas não era difícil pensar que estava desmoronando ao olhar Conroy lhe despedindo.

            - Algo estava acontecendo debaixo do meu nariz, e eu não havia percebido. Na verdade, Marianne, eu me negava a ver.

            - Rob, foi apenas um deslize. Eu exagerei quando bebi, eu não teria feito isso sóbria. Me conhece bem. – Ela justificou-se.

            - Eu não quero saber como estava, nem mesmo o que usou. Você atacou verbalmente, e pior, você feriu um dos atores da companhia. – Ele a olhava seriamente.

            Mariane bufou para si mesmo e sua mandíbula contorceu-se em raiva ao ouvir “ator”. Ninguém me via atrás da cortina, nem mesmo Conroy sabia que eu estava ali. Ele me pediu para que não saísse da cama naquele dia, no entanto, eu queria ver a justificativa dela. Queria ver Marianne Kendall se salvar do que fizera.

            - Eu já disse, Rob, não era eu. Você tem de acreditar em mim. Ele nem teve nada grave.

            - Ele desmaiou no centro da Times, ele teve vertigem, devido à um corte que você fez no pescoço dele. Você manuseou um gargalo de garrafa contra o garoto. – Conroy começava a perder a paciência.

            - E por que esse drama, Rob? Ele é só um atorzinho qualquer, - Ela emite uma cara desdenhosa.

            - Você nem ao menos consegue tentar se defender. Está afundando cada vez mais na sua poça de coisas ruins, me faz ter vergonha dos anos que passei sendo seu amigo, Marianne.

            - Você nunca foi meu amigo, você sabe. Sempre fomos mais, até mesmo além de meros namorados. Éramos verdadeiros amantes. – Ela vai até ele. Marianne toca em seu rosto – No fundo você sabe que me ama, e eu não me importo que tenha usado o garoto. Foi uma fase, e ele apenas é um bom passatempo.

            Robert afasta as mãos de Marianne. Está furioso por dentro, é visível, apesar de controlar-se.

            - Qual é, Conroy? O que houve com o rapaz que queria o mundo igual a mim? 

            - Ele cresceu, Marianne. Isso depois de fazer muita merda na vida. E pela primeira vez na vida ele tem um norte. – Ele abaixou a cabeça e respirou fundo

            - Por causa de um garotinho rico de Seattle? – Marianne soltou os cabelos, eles recaíram-lhe os ombros – Olha para mim, eu era sua musa. Era a razão por você escrever tudo, sua inspiração.

A Cor VibranteOnde histórias criam vida. Descubra agora