Capítulo 8 - Uma culpa pessoal (Anastasia)

188 11 2
                                    

                O escritório era iluminado pela luz da luz, passava-se das oito da noite. Ainda estou na página 55 do livro. Apesar de ser a dona da SIP, me prontifico pessoalmente a escolher alguns casos e eu mesma avaliar as obras literárias. A escritora da que avalio é uma boa candidata ao sucesso. Me apeguei sempre aos clássicos, no entanto, algumas obras diferentes me chamam atenção as vezes. Este romance policial chegava a ser delicioso. Já fui mais rápida e assídua quanto à eles, hoje em dia, apenas tenho fatores que me impulsionam a ser um pouco mais vagarosa. Ouço meu celular tocar em cima da mesa e pego-o:

            - Amor... – Falo tentando afastar a exaustão.

            - Boa noite, baby. Vou demorar um pouco, a reunião foi estendida por mais duas horas. Caso eu demore, não precisa esperar. – Ele diz.

            - Está bem, Christian. Estou um tanto cansado de revisar o livro atual da Lola. Preciso de um pouco de sono desenvolvido. – Falo me apoiando na encosta da poltrona.

            - Descanse, querida. Não quero você exausta em uma semana. – Ele acrescenta em seu tom habitualmente tentador.

            Em uma semana ocorrerá a nossa viagem à Aspen. Programávamos a viagem há meses, era como uma forma de sair de toda a rotina, apesar de eu saber que era uma tentativa de Christian para abrandar os sentimentos conturbados que invadiram nossa relação após a partida de Teddy. Eu amo Christian, tenho a certeza de que não há um homem igual para mim no mundo, porém tantas coisas me fazem vê-lo diferente agora. O caso de Teddy é a maior. Algo que incomodava bastante a mim seria que estaríamos fora justamente no aniversário de sua mãe. Eu sei que ele se importa, mas não quis dizer nada contra, uma vez que, precisamos tanto desse momento.

            - Eu irei sim, Christian. Toque em mim para eu saber que chegou. – Digo.

            - Será difícil resistir somente ao simples toque, porém teremos tempo mais à frente. – Christian brinca com seu tom sexy. Não posso deixar de puxar os lábios num meio sorriso.

            - Bem por aí. Agora vou me recolher, meu amor. Não demore.

            - Eu sempre volto para você, Ana. – Ele sempre com as palavras certas para me ganhar. – Até mais tarde.

            Ao desligar o telefone sou tomada por uma sensação inquietante, não sei ao certo o motivo. Fecho o manuscrito à minha frente e flexiono os ombros. Me sentia mais cansada do que nunca, mesmo que o trabalho fosse menor. Levanto da cadeira e não calço os sapatos de salto alto que estavam colocados ao lado de minha poltrona giratória, pego-os e passo a leva-los na mão direita ao sair da sala. Bato a porta atrás de mim e vou caminhando pelo corredor até a sala de estar.

            - MÃE! Mamãe, corre aqui. Vem ver isso. – Ouço a voz histérica de Phoebe na sala. O que pode ser?

            Termino soltando até os sapatos no chão e corro imediatamente. Não demoro a chegar na sala e a preocupação passa por mim. Chego a sala e não a encontro, logo ouço outro grito:

            - MAMÃE. É o Teddy, corre. – Ela parecia cada vez mais histérica.

            O nome do meu filho faz meu coração pular, e minha deusa interior aparece como se desse marteladas em meu corpo. Sinto uma necessidade maior de correr, mesmo que não ache minha filha mais nova, primariamente. Após um outro grito, sigo sua voz e acabo parando na sala de tv:

            - Como me dá um susto desses, Phoebe? Quer me matar? O que tem o seu irmão? Ele ligou? – A esperança daquilo toma meu peito e encaro-a. Ela apenas aponta para a tv.

A Cor VibranteOnde histórias criam vida. Descubra agora