Capítulo 24 - As nominações

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                - Você está literalmente louca, Ava. Sério? – Pareço tão louco quanto ela.

            - Manda esse mala desse porteiro me deixar subir, e você verá. – Ava soa brava.

            Após tantos shows, ou ensaios fotográficos, seria normal tornar-se desligado do mundo? Não é como se o dinheiro subisse a sua cabeça, no entanto, é como se pudesse te neutralizar num nível estático enorme. A vinda da minha prima para os Estados Unidos me havia sido dita pela mesma, só que duas semanas atrás. Ava estuda Jornalismo em Oxford, completando dois anos de curso. Ela é um ano mais nova do que eu, ou melhor, alguns meses, só que por conta de super dotada, acabou sendo agraciada com diversas regalias para com os estudos. Tia Kate e tio Elliot enchem a boca para ressaltar o convite recebido pela faculdade britânica. É, eles tem razão em o fazer, não é todo dia que cosias assim acontecem.

            Eu pretendia me juntar à Ava em breve, claro, antes de tudo ruir na minha vida e a catapulta me mandar para a grande maçã. Para falar mais a fundo, nem havia contado para ela que era gay, apesar de achar que ela desconfiava. Ava era a prima casamenteira, que tentava achar garotas para mim, e que costumeiramente falhava. Uma hora ela cansou. Penny vem de seu quarto e traz Katy nas mãos:

            - O que foi, Fado?

            - Uma visita de última hora, Rainha. – Digo mexendo e ajeitando os pares de sapatos perto da porta. Após interfonar na portaria, finalmente deixaram Ava passar. – É a minha prima, a Ava. Vai adorar ela.

            - Alguém da sua família! – Os olhos de Penny brilham.

            - É sim. – Vou até ela e seguro seu braço ao alto, fazendo com eu ela gire.

            A campainha toca duas vezes na mesma hora, e já havia até me esquecido de como minha prima quer tudo na hora. Deixei Penny sentada no sofá e fui atender a porta. Ao abrir a porta me deparo com uma Ava totalmente diferente, os cabelos mais espessos, exatamente na cintura. Minha prima traja um vestido estampado de flores vermelhas e este é negro. Mal trocamos de olhares e um abraço acontece. Apertamos forte um ao outro:

            - Meu Deus, quantas saudades! – Diz ela.

            - Prima, você está maravilhosa. – Levanto-a no ar. Ela dá tapinhas em meus ombros.

            - E você está fortão, além de gostoso. Agora me põe no chão.

            A desço e tornamos a nos abraçar novamente. Eu e Ava crescemos juntos, sabíamos até mesmo o que o outro sonhava em pensar. Aspen, Paris, estavam entre os lugares aos quais descobrimos juntos. É incrível como mudamos na vida, e ela é uma boa prova disso. Agora possui aspectos de uma mulher feita.

            - Prefere apanhar agora ou depois, pelo lindo papel de idiota que me deu ao não responder meu email?

            - Depois. – Dou uma risada – Me desculpa, prima.  Os últimos meses foram demasiado complicados, você sabe, olha onde eu vim parar.

            - Num apartamento da cobertura? Até eu quero isso.

            - Acho que já deve saber de tudo. – Ponho as mãos nos bolsos.

            - É, eu passei em Seattle bem antes daqui. Fui ver mamãe e papai, a família em si. Fui ver os tios, e tia Ana me contou – Ela passa a mão no meu ombro – Mas veja só que história interessante, eu nunca imaginei que fosse vir à Broadway. Eu lembro até que cantava, no entanto, estou ainda surpresa. Todo está falando de você.

A Cor VibranteOnde histórias criam vida. Descubra agora