Apoio meu corpo na cama, minhas mãos fazem este trabalho. O meu corpo fraco requer a mínima força para manter-se equilibrado. Mesmo nutrido parcialmente pelo soro, não é como uma refeição. Meus olhos estão fundos, olheiras espalham-se pelos mesmos. Cabelos sem cuidado, o corpo a definhar. A julgar pela forma com a qual está olhando para mim, deve sentir pena, repulsa, quem sabe felicidade pela missão cumprida?
Passo cuidadosamente as costas da mão direita pela boca e erguendo o rosto, mais uma vez o fixo meu olhar. Christian Grey não diz nada, apenas avalia tudo. Eu sei que está avaliando, ele sempre está.
- Veio conferir o resultado do trabalho? Veio ver como me tornei um ser miserável? - Sou eu quem quebra o silêncio. O modo como falo era para ser firme, ressentido, porém, pela fraqueza e pela tristeza que me assola a alma, é tudo que consigo.
O meu pai não diz nada e coloco as mãos nos bolsos, mantém a postura inicial e silêncio ainda é sua única resposta. Nossas respirações podem ser até ouvidas por conta da ausência da fala.
- O senhor conseguiu. Era tudo que queria, não era? Sempre foi. Meu filho é o viadinho da família, ele merece sofrer para aprender a ser um homem, correto?
Continuo dizendo, abaixando a cabeça e lembrando-me de tudo que aconteceu. A sala de cinema, meu aniversário de dezoito anos, toda a verdade que precisava ser dita. No fundo, eu nunca esperei que meu pai me aceitasse, não queria suas palmas, talvez, pelas cosias boas que conseguisse na vida. Eu só queria que continuasse me tratando como o mesmo ser humano, isso nunca aconteceu.
- Eu achei que eu morreria nos primeiros meses - Passo minha mão direita pelo rosto e o apoio na face. Expiro profundamente - Quando entrei naquele quarto e fechei a porta, chorei pelos próximos três dias. Parte do meu Eu sonhador ainda esperava que você mudasse de ideia e dissesse que iria me levar para casa. Está esperando que eu chore? Eu não vou. Se é o que espera, pode ir embora. Agora.
Olho para o soro pendurado no pequeno suporte ao lado da cama, o contador marca uma pouca quantidade do líquido.
- Vamos para casa, vim te buscar. - É tudo que ele diz.
Me surpreendo com o que meu pai dizer. Por tanto eu quis ouvir isso, que agora já sinto totalmente o oposto, como se toda a vontade de estar em casa tenha se tornado o meu amor pela minha própria. Ele dá um passo na minha direção.
- Não vai ser possível, Sr. Grey. - Polidamente o respondo.
Sua face contorce ao ouvir eu chama-lo assim. Não tenho a mínima noção do que meu pai sente ou pensa, antes era tão fácil.
- Dá para facilitar isso, Teddy?
- Ainda lembra como é o meu apelido? Achei que tivesse esquecido tudo sobre mim. Eu queria ter feito o mesmo sobre você, mas eu nunca consegui. - Falo.
- Eu quem te dei este apelido.
Meus punhos se fecham na cama, como gostaria de continuar chorando. Desejaria fazer isso, caso ele não estivesse aqui. Ava lembrou-me sobre minha descoordenação para segurar sorvetes e picolés, isso me lembra sua disponibilidade em sempre me dar um daqueles lenços no terno e me deixar limpo de novo. Não era a única coisa que fez por mim, havia feito muitas. E em pensar como tudo acabou, só sinto aquela pontinha de mágoa que adorna a parte mais profunda do coração. Desta vez, sou eu quem não digo nada e fico calado com a cabeça baixa.
- Como soube que eu estava aqui? Aliás, o que sabe sobre mim agora?
- Eu e sua mãe viemos buscar você, e descobrimos pela companhia que estava aqui. Nos contaram da garota.
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A Cor Vibrante
FanfictionA HISTÓRIA SE TRONOU INDEPENDENTE E SERÁ PUBLICADA. TODOS OS NOMES E COISAS PERTENCENTES À E. L. JAMES SERÃO RETIRADOS. A HISTÓRIA SERÁ RETIRADA EM 1 SEMANA. OBRIGADO <3 Teddy Grey viu seu mundo desabar, quando por assumir sua Homossexualidade ao co...