Capítulo 18 - Uma pintura na parede

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                Os resultados de Penny saíram conforme o combinado, uma semana depois. A doutora Rose até pareceu feliz em dizer que ela estava a apta a continuar o tratamento em casa. Eu e Robert continuávamos progredindo quanto ao nosso agora relacionamento. Coloquei uma roupa bonita, e uma expressão agradável no rosto para dar a notícia para minha pequena garota. Em cima do sofá está o par de roupas que comprei para ela. Um vestido azul e semelhante ao de Cinderela, bem como, um par de sapatinhos de cristal simbólicos. Bem, uma garota precisa ser uma princesa real uma vez na vida. Sobretudo quando se sai de um lugar há muito isolada.

            Peguei os pacotes e corri para fora dali. Eu não sei o motivo pelo qual eu ansiava tanto fazer isso, já que nunca fui tão ansioso, mas no fundo sei que há um. Cheguei ao hospital com total pressa e ao passar pela recepção, finalmente me coloquei tranquilo a caminhar pelo corredor lentamente. Segurava a bolsa com uma mão e na outra levava uma caixa. Ao adentrar no espaço destinado ao núcleo de crianças de 8 aos 10, limpei a garganta e abri:

            - Olá! – Ergui os braços e as crianças percebem.

            - Teddy! Teddy! – Várias crianças chamam meu nome e correm até mim. Abraço todos à medida que posso. George, Meg e os outros. Penny espera todos se afastarem e corre para os meus braços, que ternamente a envolvem e giram no ar.

            - Como está se sentindo hoje, Rainha? – Pergunto.

            - Um pouco chateada, inventaram de me fazer de rato de laboratório e passei por muitos exames. – Ela resmunga e protesta.

            - E se eu puder fazer algo para mudar isso? Me deixaria? – Meu tom é doce e carinhoso para com ela.

            - Um pirulito não resolve este problema, mas brigadeiro sim.

            Surpreendo-me com a habilidade que ela pode ter em tentar negociar algo para si, ainda que, isso não afete sua aura pura. A ponho no chão e com as mãos na cintura e a encarando de cima para baixo, falo:

            - O que acha de eu ser o seu fado padrinho? – Coloco a mão no queixo e olho alá curioso para ela.

            - Me parece muito bom, fado. – Ela diz.

            Estendo o pacote para ela e a caixa, que por ventura está apenas com um sapatinho. Este detalhe estava obscurecido dela, o outro sapatinho encontra-se em minha bolsa. Todas as crianças olham curiosas, tanto quanto apropria Penny.

            - Vá se preparar, Rainha. O seu povo irá te esperar. – Digo.

            - É, a gente quer ver o que tem nesses pacotes. – George falou de sua cadeira na mesa. Ele brinca com um carrinho.

            Com a ajuda da assistente da ala, Penny foi até o banheiro e neste meio tempo, sentei-me com as crianças numa roda, ambos olhavam um para os outros. Bati as mãos e com as pernas cruzadas, encarei de um por um:

            - Querem ouvir uma história?

            - SIM! – O grito em geral ecoou pelo lugar.

            - Pois bem, era uma vez. – Parei e entoei a frase com cuidado. Deixei a curiosidade pairar. – Uma pobre garota, essa menina chamava-se Cinderela. Cinderela perdeu a mãe muito jovem, e em sua vida restou apenas o seu pai. Com certo tempo o pai de Cinderela encontrou uma nova esposa, e esta possuía duas filhas. Casando-se com ela, todos passaram a viver juntos. Cinderela era uma menina doce, porém com certo tempo sua madrasta passou a vê-la como uma empregada. Ela era uma mulher má, amarga. E aquilo fez com que a mulher fizesse de Cinderela uma menina triste, recorrendo apenas aos sonhos por toda sua vida.

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