Emilia Clarke
Veneza, Milão, Roma. Certamente, foram os primeiros destinos que surgiram à mente quando o assunto foi viagem pela Itália. Mas eu queria fugir da badalação e descobrir novos lugares.
Eu estou doente, completamente gripada. Já tem quatro dias que chegamos aqui de barco, na Riomaggiore uma colorida aldeia, construída sobre as rochas. Até então ainda não tivemos tempo de fazer um passeio. Passei meus dias dentro do meu quarto, tomando chá, remédios e lendo o livro O Castelo Animado de Diana Winne Jones. Também escrevi um pouco no meu diário, e li alguns poemas. Enquanto isso Lola estava passeando pelas docas fazendo caminhadas, e pelo jeito fazendo amizades também.
Na sala de estar, um homem forte de camisa listrada - bastante apertada - está ensinando Lola a fazer um nó numa pequena corda. O cara tem braços grossos cheios de pintas, e um largo bigode cobre metade de sua boca. Ele tem olhos fixos e um sorriso quase sedutor. Eu digo quase.
Agora ele se vira para mim, metade do tempo que esteve aqui suas conversas sempre acabam se voltando para mim.— Então, agora você tem planos?
— An? Quê? — pergunto, com o meu nariz entupido atrapalhando tudo.
— Eu sei que se você estiver em algum projeto, tipo a Marvel mesmo, você não poderá contar. Mas me diz, você não ficará parada por muito tempo, né?
— Ah, não. Não irei. Na verdade, não mesmo. — falo.
— Por favor, aceite jantar comigo... — disse ele. — Conosco. Não é, Lola?
— Sim. Por favor. — disse Lola, e pelo modo como os dois se olharam, percebi que esse era o verdadeiro motivo por que Lola trouxera o primo até aqui.
— Pietro, não é? — pergunto.
— Sim, Pietro. — ele deu um sorriso, não parecia ter ficado ofendido.
— Eu estou esperando uma pessoa para os próximos dias. — comecei. — E além disso, estou doente. Preciso ficar aqui até melhorar.
Lola não pôde evitar bufar ligeiramente com aquela mentira deslavada.
— Talvez na próxima. — acrescentei, lançando um olhar irritado a Lola. — Mas foi um prazer conhecê-lo.
O jovem se levantou, parecia ainda mais alto. Enorme. Lola o conduziu escada abaixo. Logo depois ela subiu, e ficou em pé, de braços cruzados, seus olhos seguiam os meus movimentos. Quando a olhei, percebi que que seu olhar me dizia que a minha única chance era se eu me apaixonasse instantaneamente por alguém durante nossa viagem.
— Não.
— Ele é extremamente legal, Emilia!
— Certamente. Mas eu não quero. Você me entende?
— Tudo bem.
— Promete que não trará mais nenhum pretendente, certo?
— Certo. — Lola se aproximou com um papel cinzento. — Para você. Ele também conhece poema. Assim como ela.
Lancei um olhar para Lola e ela se retirou.
Depois abrir o papel, e encontrei uma letra linda e caprichada, tudo escrito em italiano.Por amor de Deus cala-te, e deixa-me
amar
Ou critica o meu marasmo, ou a minha
gota,
Escarnece meus cinco cabelos brancos,
ou minha ruína.
Melhora o teu estado com riquezas, tua
mente com as artes,
Vai tirar um curso, arranja um emprego,
Atende a Sua Senhoria, ou a Sua Graça,
O Rei real, ou a sua face estampada,
contempla.
Intenta o que quiseres, eu aprovo,
Desde que me deixes amar.
Ai de mim, a quem ofende o meu amor?
Quantos cargueiros afundaram os meus
suspiros?
Quem acusa minhas lágrimas de inundarem
suas terras?
Minhas frialdades afastaram alguma
precoce Primavera?
Quando é que os calores acumulados
nas minhas veias
Acrescentaram mais um nome ao rol da
peste?
Os soldados encontram guerras, e os
advogados ainda acham
Homens litigiosos que procuram conflitos,
Embora ela e eu amemos.
Chama-nos o que quiseres, somos assim
feitos pelo amor;
Chama-lhe a ela uma, e a mim outra,
traça;
Também somos pavios e às nossas custas
perecemos,
E em nós próprios encontramos a águia
e a pomba.
O enigma da Fênix tem maior agudeza
conosco,
Nós os dois sendo um, o condensamos.
De tal modo a um ser neutro ambos os
sexos se ajustam,
Que desfalecemos e ascendemos como
um só, provando
Ser Misteriosos por este amor (…)Um poema simplesmente incompleto. E eu nem sei quem é o autor, isso me deixa inquieta.
Me levanto e vou até a sacada, vislumbro o papel cinzento outra vez, agora no sol percebo que a última parte foi reescrita várias e várias vezes, consigo ver os desgaste do papel. Mas sem nenhum nome.
Pietro escreveu é claro. Mas diferente dela, ele não tem nenhum amor e ligação a isso.
Pensar nela me faz querer chorar. Meu coração anda tão acelerado.— Lola... — me aproximo da porta do quarto dela. — Você poderia me passar o número do seu primo?
— Aí sim, dona Emilia Clarke! — ela sorrir. — Vamos! Já estou te mandando o contato. Convide ele para algo. Só fique distante, por causa dessa gripe aí.
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Daisy Ridley
Meu pequeno corgi começa a arranhar a porta do quarto e a latir. Me enrolo no cobertor e me levanto.
Quando abro a porta Drogon corre corredor a fora, e novamente começa a arranhar a porta, só que agora a que leva até o quintal.— Calma, garoto! — falo, descendo devagar as escadas.
Passo pela cozinha. Não estou muito a vontade com a minha situação. Na pia, as louças sujas estão se acumulando, na bancada está cheia de cartas que ainda nem abrir. No chão um saco de ração está aberta.
Eu tento ignorar tudo isso, de qualquer forma. Assim como estou ignorando minha foto na geladeira com a Emilia Clarke. E assim como estou tentando esquecer que a vi novamente com aquele cara.
Foi no teatro, quando fui convidada por ela. Nunca cheguei a comentar com ninguém, mas naquela noite, vi Emilia com um dos seus parceiros de palco. Quem é Tom Rhys Harries? Para mim, ele era apenas o intérprete de Trigorin, um dos quatro protagonistas, um estimado escritor russo de histórias e romances de ficção. Trigorin fica tentado pela beleza juvenil, otimismo e bajulação de Nina. E pelo jeito não só nos palcos. Aquele beijo, aquele beijo que seria só encenação parece ter sido muito mais que isso.
Vi Emilia e Tom se beijando naquela tarde, não só no palco como seus personagens, mas também no corredor dos banheiros. Após nosso relacionamento ficar intenso eu não pensei mais neles dois. Parece que eu estava totalmente enganada.
Quando fui tentar fazer uma reconciliação numa tarde de sábado, acabei assistindo Emilia se despedindo de Tom Rhys Harries na porta da casa dela. Naquela tarde, voltei para casa com o celular em mãos olhando o perfil no Instagram desse cara. Além de fotos dos bastidores de seus trabalhos como ator, Tom publica vídeos cantando, selfies, fotos artísticas de si mesmo, com a família, com amigos, entre outras coisas. Parece o cara perfeito. Rostinho perfeito e com uma estrutura óssea de se inveja, nas fotos parece super alto, um homão, mas só tem 1,60. Eu sou maior que ele.
Eu não queria, mas só de pensar eu sinto uma raiva, eu acho.
De alguma forma, ele chegou primeiro. Ele e Emilia já estavam se beijando mesmo antes dos nossos lábios se tocarem.
Ele poderia ser inglês para me deixar um pouco menos... Não sei. Mas Tom é galês. Sabemos que os galeses não gostam de nós. Se nós gostamos deles? Na verdade, também não.
Existe apenas um jeito disso sair da minha cabeça. Preciso urgentemente começar a gravar.
Em breve estarei me mudando temporariamente para o Canadá, entrarei em rios, florestas, pegarei em armas falsas, estarei interpretando mais outra personagem, e isso com toda certeza me tirara desse mundinho que não está tão acolhedor assim.
Espero que Emilia saiba que eu ainda gosto dela, e só quero que ela seja feliz.__________________
Eu esperava entregar um capítulo enorme, mas resolvi postar ele logo desse jeitinho para não deixar vocês sem nada.
Já estamos em 2022 e eu já enrolei demais.
Meu trabalho é uma loucura, mas quero terminar essa fanfic.Tenho outras fanfics no meu perfil, que puder dar uma olhadinha lá e lê, comentar e dizer o que achou eu vou ficar muitooooo feliz!!!
Sentir a falta de vocês!
O que vocês acham que vai acontecer nos próximos?
Me falem o que estão achando.Até a próxima!♥️
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ʙᴇᴍ-ᴍᴇ-Qᴜᴇʀ:𝓓𝓪𝓲𝓼𝔂 𝓡𝓲𝓭𝓵𝓮𝔂 & 𝓔𝓶𝓲𝓵𝓲𝓪 𝓒𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮
FanfictionEm sua mesa, Emilia Clarke tenta acompanhar a grande movimentação de seus colegas na after-party do BAFTA 2020. Ao fundo ela enxerga uma mulher muito bonita, elegante, perdida procurando alguém no meio de tantas pessoas.Os olhares se cruzam. Emilia...