Capítulo XIX

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Daisy Ridley




                  A segunda-feira começou com temperaturas altas em Londres. O dia amanheceu com 20º e a previsão é de que chegue a casa dos 30º. Dou uma olhada na previsão do tempo em meu celular, segue em alerta laranja de temporal para o final do dia. Imagino que o forte aquecimento contribuiu na formação de nuvens de chuva.
   Estou sentada no deck do quintal de Emilia Clarke, na mesinha de ferro pintada de amarelo com cadeiras de assento estofado. Estou confortável. As sandálias de tiras branca descalçadas, as pernas encolhidas debaixo de mim na cadeira, rodeadas por um suporte de saia preta com pequenas margaridas.
Quanto a Emilia, ela está extremamente à vontade, usando um vestido solto de alças e galochas. Tirou a blusa de frio e jogou em cima da mesinha, se ajoelhou perto do canteiro de flores e mergulhou as mãos na terra para retirar os matos.
  A grama do quintal de Emilia sempre me pareceu saudável e verdinha. Emilia está incomodada com as partes mais ralas e amarronzada que apareceu. Isso é efeito do verão, é por isso que prefiro a primavera, sempre tem flores e brotos de narcisos em todos os cantos e no meio da verdejante grama dos quintais. Quando a seca terminar e as temperaturas voltarem a baixar, acredito que a grama se regenerará.
O verão aqui é muito quente e abafado, tem vezes que nem tem sol, só nuvens carregadas e um ar pesado.
    Viro a página do livro que o professor de dialeto passou para mim. E faço uma anotação no meu caderno. Recosto na cadeira, coloco a ponta do dedo na boca e olho para Emilia por um momento. Depois pego a xícara de chá. O chá foi preparado por ela, com flores de camomila retiradas do seu quintal e secas na janela da cozinha. Normalmente tomo meu chá apenas com limão, mas Emilia insistiu para eu tomar o de camomila com leite.
Levanto a cabeça após um gole. Lá do canteiro de rosas, ela está olhando para mim, com benevolência, e com curiosidade, como se eu fosse um quebra-cabeça a ser solucionado.
Dos fundos do quintal, o latido de Ted e Drogon tira nossa atenção. Os dois estão brincando, e vem correndo em direção a Emilia. Acho engraçado como as orelhas do Ted faz parecer que ele vai tropeçar nelas a qualquer momento. Drogon é apenas um filhotinho, com aparência de uma raposa baixinha e troncuda e é maior que Ted, ele não está usando mais a roupinha de Mestre Yoda, agora o que compõe sua aparência é uma coleira peitoral branca e laranja com um pingente na frente em formato do BB-8, atrás do pingente tem o nome Drogon e meu número de telefone, para o caso dele se perder.
Emilia se vira a procura da bola, e se estica para pegá-la. Ela joga a bola vermelha bem longe, bem antes dos dois se aproximarem dela. Ted e Drogon se esbarram, e correm para pegar a bola. Só um será o campeão. Emilia sorrir quando ver que Ted foi o primeiro a pegar. Drogon ainda tenta puxar a bola da boca de Ted, mas não obtém sucesso.
Emilia se levanta, e tira as luvas. Olha para mim, e sorrir. Só faltou um chapéu com fita rosa para completar seu look de modelo de capa de livro de romance inglês.
Abaixo a cabeça para continuar meus estudos. Escuto Emilia se sentar no degrau da escada do deck e tirar as galochas.
Desde que ela contou sobre seu diário, eu me pergunto se ela escreve sobre nós. Se ela escreve com palavras bonitas, e se cita meu nome. Será que ela me descreve? Fala das minhas manias? Sinto uma sensação diferente dentro do peito quando penso nisso.

— Dia lindo, não acha? — Ela se senta na cadeira a minha frente, e ergue o rosto para cima. — Esse sol está tão gostoso.

— Concordo. — digo. — Mas vem uma tempestade aí.

Ela estira a mão por cima da mesa e toca a minha que está segurando a caneta. Emilia olha para mim e também em direção à minha boca. Me pergunto se alguém já falou o quanto o olhar dela é intenso e...e... e sexy. Coloco os pés no chão e cruzo as pernas. Isso já parece um competição que se iniciou do nada, parece que estamos constantemente vendo quem vai fazer a outra ficar vermelha de vergonha. Levanto o olhar e Emilia umedece e morde os próprios lábios. Minha respiração fica mais profunda e acelerada. Dou um suspiro e balanço a cabeça. Solto a caneta.
Emilia se levanta e para diante de mim. Ela põe seu dedo indicador na minha coxa e acaricia minha pele, delicadamente ela põe um dedo de cada vez e depois espalma a mão na minha coxa, apertando. Descruzo as pernas, é um convite. Emilia coloca as mãos em meu ombro e se senta no meu colo. Ela encosta a testa na minha, e eu fecho os olhos. Eu adoro estar com ela, sentir sua respiração e seu perfume. Ela se afasta e eu abro os olhos.

ʙᴇᴍ-ᴍᴇ-Qᴜᴇʀ:𝓓𝓪𝓲𝓼𝔂 𝓡𝓲𝓭𝓵𝓮𝔂 & 𝓔𝓶𝓲𝓵𝓲𝓪 𝓒𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮Onde histórias criam vida. Descubra agora