Capítulo IX

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Emilia Clarke

    — Porra! — Escuto Daisy reclamar na cozinha, depois de ouvir barulho de vidro se quebrando.

Eu não sei como ela consegue acordar tão cedo. É o que? Sete horas da manhã?
Pego meu celular e vejo que está dando quase oito horas, mas ainda é cedo. Chegamos tarde ontem, fomos liberados para um descanso em casa, já que amanhã é aniversário do JJ Abrams.
É tão cedo.
Me viro no sofá-cama, onde acabamos dormindo, já que estávamos cansadas demais. Ou sei lá.
Cubro a cabeça com o cobertor, tento voltar a dormir. Fecho os olhos por alguns minutos, então, eu lembro. É hoje, ao meio-dia, o Pride Parade lgbtq+.
Quando contei à Lola que ia à parada, ela deu risada. Ela sabe bem, que nunca estive envolvida nisso, apesar que estou aberta a qualquer tipo de relacionamento. 
Faço um barulho de reclamação, e me levanto. Esfrego meus olhos e caminho até a cozinha, quando chego na porta, esbarro com Daisy e dou um pulo de susto.

— Eu acordei você? — Ela coloca a mão no meu ombro.

— Não.

— Um vidro de tempero caiu. Já limpei, mas só por precaução... não vá lá descalça.

Volto para a sala e pego umas pantufas que encontrei. Balanço a cabeça, com um sorrisinho. Eu realmente me sentir uma criança agora.
Daisy está na cozinha novamente, quando eu vou até lá. Não sei qual tempero caiu, mas ela já limpou tudo. Fico na ponta dos pés tentando espiar por cima do balcão.

— Um desastre. — ela olha para mim, e sorrir. — Sabe o que vai usar hoje?

— Ah, bom... — Faço uma careta. — Vou ser sincera. Não sei.

Ela fecha o armário onde estava guardando umas coisas, e se levanta. Ela olha bem para mim, mordendo o canto da boca e juntando as sobrancelhas.

— Você tem mais... Mais, né? — Ela coloca as mãos na altura dos seios dela. Depois ela revira os olhos e sopra com a boca. — Mais seios que eu. Não sei se alguma das minhas camisetas caberia em você... — Ela arregala os olhos. — Não estou dizendo que você é gorda.

— Não acho que está. — Sorrir, achando engraçado as bochechas dela ficarem mais rosadas. — Podemos ir na minha casa. Acho que temos tempo.

Ela balança a cabeça.
Daisy pega um pacotinho em cima do armário e joga para mim. Eu fico só olhando para o pacotinho branco, que está sem rótulos ou nome de marca, até que ela enfia os dedos no dela e pega uma fruta seca. Começo a comer também. Normalmente, as frutas secas são bem doces, mas essas tem quase nada de açúcar.
Ficamos em silêncio. Só os passarinhos cantando lá no quintal, onde Daisy joga alpiste para atrair pássaros. E de manhã, aquele quintal se enche de tanto pássaro que parece que estamos acordando em meio a uma floresta.
Vejo ela olhando para a vasilha de cachorro no canto da cozinha.

— Você deixou Ted com quem? — Ela pergunta, olhando para mim.

— Com um amigo.

— Não sente falta dele?

— Sinto.

Eu pretendo ir logo vê Ted, antes de voltarmos a gravar. E quero que minha casa fique pronta logo, mesmo que a minha estadia aqui esteja ótima. Eu sei que voltarei a ficar sozinha com Ted. Vai ser estranho, depois de dias sempre rodeada por vários rostos, e onde eu estava, lá estava Daisy, me abraçando, dividindo desajeitadamente o casaco comigo, fazendo piadas bobas e rindo das minhas piadas mais bobas ainda.

— Então... — Ela se vira para mim. Os olhos brilhando. — Trás ele para cá.

— Tem certeza?

ʙᴇᴍ-ᴍᴇ-Qᴜᴇʀ:𝓓𝓪𝓲𝓼𝔂 𝓡𝓲𝓭𝓵𝓮𝔂 & 𝓔𝓶𝓲𝓵𝓲𝓪 𝓒𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮Onde histórias criam vida. Descubra agora