Capítulo XIV

177 11 6
                                    

                    __________________

Emilia Clarke

       Caminhar até a casa foi como se tivesse passado horas. E eu fiquei nervosa, ansiosa. Eu mordi a língua mais vezes que posso contar.
Pops não me fez mais perguntas, ela pareceu perceber que eu precisava de uns minutos. Que a minha ficha tinha caído! Eu estava indo para a casa da mãe delas. Isso parece responsabilidade demais!
A casa fica no topo da montanha, e é arquitetonicamente fabulosa. É o refúgio perfeito para desfrutar de uma paisagem deslumbrante. Tudo muito neutro, fazendo com que a casa quase desapareça em meio a natureza e destaque a vista para o mar logo a frente.
Eu parei por um minuto quando atingimos o topo. Teddy correu e começou a me rodear, balançando o rabinho todo feliz. E Daisy se aproximou de mim.

— Cansada? — Ela sorriu.

— Não. — Balancei a cabeça. — É só que... — dou um sorriso, mas mais pareceu uma careta. — O ar aqui é meio pesado. Um pouco rarefeito.

— Ah, é por causa da altitude e o nível do mar. — Pops acariciou meu braço e depois se afastou. — Vamos, você vai adorar se sentar agora.

Tem arbustos para todos os lados. E tudo é muito colorido por causa das flores selvagens.
Daisy segurou em meu braço, e caminhamos juntas.
No chão, um conjunto de pedras de mármore utilizadas em tamanhos irregulares marcam o caminho até a grande porta de correr que é a entrada da casa feita de grandes pedras antigas.
Um túnel de ferro na entrada da casa tem variedade de heras floridas que já cobriram boa parte da estrutura e também crescem rente às paredes do chalé, até no telhado. Na entrada do túnel, tem um bambu vermelho com uma placa que diz Welcome!.
    Quando entramos, eu fiquei mais leve. Estava tocando música clássica, o clima de leveza é um convite para relaxar na sala com lareira, onde tecidos de inspiração tribal aparecem lado a lado, com flores, xadrezes e listras. A sala é dividida com a biblioteca, que tem prateleiras do chão ao teto nas três paredes, tantos livros que não tem mais lugar para enfia-los, portanto, há vários em cima de uma mesa enorme no meio da biblioteca. Deduzi que essa biblioteca, um dia, foi uma sala de jantar, por isso a mesa no meio de todos aqueles livros. Ao contrário da casa de Daisy, o lugar é até bagunçado, tem até uma caixa jogada na entrada com alguns livros. Eu digo, acho que nunca vi tantos livros assim numa casa só. Na sala, não tem televisão, apenas dois sofás e uma poltrona.
Não que eu estivesse querendo adiantar as coisas, mas eu estava tipo “ Ok, mas onde está a dona desses livros todos?”.
Foi na cozinha que a encontrei, ela estava paparicando Kika-Rose, abraçando a filha com todo o carinho possível e perguntando se ela estava comendo direito. E quando ela me viu, foi apenas um “oh!”, e eu fiquei me perguntando se ela sabia que eu vinha.

— Emilia. — Ela pegou na minha mão, sem cerimônias.

Eu achei, que ela fosse a fonte dos clones, mas não. As irmãs Ridley não tem nada da mãe, absolutamente nada. E ainda por cima, ela não é muito de sorrir. Mas faz piadas bobas, relacionadas a tudo, me fazendo rir o tempo todo que estivemos sentadas na pequena mesa da cozinha que estava cheia de doces caseiros e bolos.
Acho que foi a melhor recepção que já tive! Foi como se eu tivesse voltado a ser criança, quando eu comia de tudo, numa tarde fria numa casa de campo. A mãe de Daisy, chama Louise Fawkner-Corbett, mas é chamada de Lou pelos mais próximos. Ela insistiu para eu chamá-la de Lou, e isso me fez lembrar dos meus dias em Me Before You. 
Dando uma boa olhada, eu entendi o porquê as irmãs Ridley carregam nomes de flores. A quantidade de flores nessa casa, é incontável!

— Você é viral mesmo. — Lou falou enquanto guardava umas coisas na geladeira cheia de imãs na porta. — Sabe aquele vídeo seu, num jogo de basquete?

ʙᴇᴍ-ᴍᴇ-Qᴜᴇʀ:𝓓𝓪𝓲𝓼𝔂 𝓡𝓲𝓭𝓵𝓮𝔂 & 𝓔𝓶𝓲𝓵𝓲𝓪 𝓒𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮Onde histórias criam vida. Descubra agora