ʙᴇᴍ-ᴍᴇ-Qᴜᴇʀ:𝓓𝓪𝓲𝓼𝔂 𝓡𝓲𝓭𝓵𝓮𝔂 & 𝓔𝓶𝓲𝓵𝓲𝓪 𝓒𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮

Capítulo XXII

Daisy Ridley

        É um dia simplesmente agradável.
Estou deitada em uma rede improvisada no meio dos pinheiros, deslumbrada com a vista incomparável ​​do interior montanhoso de Moorea e das encostas arborizadas que deságuam em cascata nas águas calmas da baía. No início da manhã percorremos a profunda baía em forma de U a pé, e visitamos a zona portuária de Pao Pao, a maior comuna da ilha.
No meu primeiro dia, subir em uma scooter e dei um passeio pela pitoresca baía. A comuna de Piha'ena fica na borda noroeste da foz da baía. A estrada segue para o sul ao longo da beira da água, e encontrei praias orladas de palmeiras de um lado e belos terraços de plantações de abacaxi do outro. Até conheci uma família vendendo abacaxis, e insistiram para que eu provasse o doce da casca da fruta.
Meu hotel fica em Pao Pao. O município penetra profundamente nos vales do interior montanhoso da ilha. Nas minhas corridas matinais me junto à estrada que serpenteia pelas encostas do Monte Tohivea até o Mirante de Belvedere. E me perco em meus pensamentos. Estou gravando The Marsh King's Daughter no Canadá, estou dentro de matos e lagos já tem duas semanas, as gravações estão intensas, às vezes, gravo até de madrugada, me juntando a neblina fria. Recebo presentes e visitas diárias de fãs, já que estou bastante exposta. Semana passada, estive com um grupo de caçadores, muito fãs de Star Wars. O grupo de irmãos são italianos, e estão aqui para a temporada de caça.
Meu passatempo é conhecer lugares, e passear durante as horas livres. Meu lugar favorito é as margens orientais da baía, ainda mais o mercado local de frutos do mar, uma coleção de restaurantes e alguns hotéis à beira-mar com vista para os picos de Moua Puta e Moua Roa. E o cume irregular do Monte Rotui. Gosto de examinar a pesca diária no mercado ou sentar em um dos restaurantes para saborear a culinária local, que combina a influência francesa com os magníficos produtos tropicais cultivados localmente.
Ouço o familiar barulho de helicóptero, deslocando os equipamentos de produção do filme. No fundo, percebi movimentação na vegetação, era Joey Carson, sua mãe e sua agente.

— Oi, pequena.

— Oi, Daise. — Joey sorriu.

Estamos trabalhando juntas já tem um tempo, e ela ainda me chama de um jeitinho único. Quando estamos em cena, eu sou a “ mãe" “mamãe” , mas aqui fora ela me chama pelo meu nome do jeitinho dela. Joey é uma menina ativa de 8 anos com um talento exemplar. No seu primeiro dia apareceu nos sets vestida de princesa com uma boneca sereia, depois da primeira semana já apareceu carregando uma boneca da Rey, e pediu para eu assinar a caixa. Joey tem longos cabelos castanhos, olhos cor de mel, e um sorriso enorme faltando dois dentinhos na frente.
É a segunda vez que eu me torno mãe em um filme. Na primeira foi em Ophelia, mas foi só uma pequena cena onde apareço com uma criança nos braços, mas desta vez, ser mãe faz parte da minha personagem, ela vive para proteger as duas filhas. Joey e eu sempre fazemos coisas juntas, para unir mais nossos laços, nos manter próximas. Quando jantamos pela primeira vez, foi em um parque, após uma filmagem noturna, nos sentamos em um tapete verde musgo com comidas entregues por um motoboy, e comemos macarrão com carne cozida e batata, e uma bebida de abacaxi com hortelã. Eu chamo a Joey de cheeky monkey, pois é tanta energia que às vezes não consigo acompanha-la.
Eu a puxo delicadamente pelo braço, e ela se aproxima da rede, me dando um beijo na bochecha. Eu a abraço, e beijo sua testa e depois encosto o nariz no topo da cabeça dela, sentindo o cheiro de lavanda do seu shampoo emanar pelos fios de seu cabelo.

— Amanhã vocês terão três cenas juntas. — a agente de Joey falou.

— Eu já decorei as falas. — Joey falou.

— Já? — falo. — Fiquei para trás, pois vou ler hoje à noite.

— Vocês podem ler juntas hoje a noite. — a mãe de Joey falou. — Estamos fazendo um jantar legal na nossa casa. Vocês estão convidados.