Capítulo IV

214 14 4
                                    

                     __________________

   Emilia Clarke

      Hoje foi o último dia da apresentação da peça The Seagull. Finalmente estamos em maio, as temperaturas estão bem mais próximas do verão.  Eu e metade do elenco estamos no pub ao lado do teatro. Estávamos explodindo de alegria.

— O foda que vocês são foda. — Gritei sem nenhum motivo. — Agora estou saindo do teatro para fazer um filme. Mas quero continuar com vocês.

— Porra, você é incrível! — Indira Varma falou. — Sempre será incrível.

— O mundo é seu, Clarke. — Tom Rhys Harries falou quase no meu ouvido.

Olhei para ele. Será que está dizendo isso porque estivéssemos transado quase todos os dias nesse último mês? Ah, eu espero que não seja por isso. Há uma semana atrás, os paparazzi nos fotografou juntos, saindo de um mercado. Não estávamos abraçados ou coisa assim, mas foi o suficiente para sites compartilharem que a eterna Daenerys Targaryen, parecia ter encontrado um novo homem para sua vida. Não encontrei. Ontem, antes dele sair da minha casa de manhã, sentamos para conversar, e me aliviei de um peso nas costas. Tudo que tinha entre nós, acabou. Não sei exatamente o que estava acontecendo entre eu e Tom, para ser franca. Muitas vezes me peguei pensando em como fui parar nessa situação. Algumas vezes eu repetia para eu mesma, que era pelo sexo.

— Nós humanos gostamos de complicar as coisas, não é mesmo? — Daniel Monks falou. Ele olhava para um casal que parecia discutir por causa de açúcar. — Bom, é só ela dividir o cubinho ou pedi mais um pouco ali no balcão.

— Pronto, ele foi. — Robert Glenister falou. — Quando gostamos de alguém. Tentamos fazer de tudo pela pessoa ou afastamos ela de nós, com medo de qualquer coisa boba.

— Verdade. — Tom Rhys Harries falou.

Tentei não olhar para ele. A pessoa que eu gosto – como amiga – me convidou para ir em um teatro na margem sul do Rio Tâmisa, onde Shakespeare trabalhou por quase duas décadas, entre 1585 e 1612. Eu não sabia que anualmente, na primavera e no verão, são exibidas no teatro Globe peças de autoria de Shakespeare. Daisy me chamou, disse que tinha amigos dela que iriam, e que as irmãs dela também iriam. Falei que estava ocupada com o teatro, mas depois, fiquei com raiva por não ter ido. Mesmo assim, nossas conversas por mensagem, não mudaram nada.
Quarta-feira, recebi o e-mail de JJ Abrams, avisando que a pré-produção do musical estava finalizada. Junho estaremos nos reunindo para filmar as primeiras cenas. É isso que me deixa extremamente animada. Quero conhecer meus novos companheiros, alguns já conhecidos para mim.
    Após alguns copos de cerveja amargada, saímos para a rua. Danny Ashok estava falando sobre a estréia dele na Broadway:

—  Ah, e também as infinitas garrafas de champanhe no meu camarim que me foram enviadas como presentes.

Champanhe. Foi o que eu enviei para Daisy Ridley no aniversário dela. Dez de abril, ela estava completando vinte e oito anos. Ela não me falou nada, eu apenas soube na internet. Liguei para a minha assistente, e perguntei se ela podia me garantir que duas garrafas de champanhe chegasse até Daisy. Eu não sei onde ela mora, e eu não quis perguntar para ela, com medo de estragar a surpresinha simples. O presente chegou até ela, e foi até rápido. Nós duas tomamos duas taças via vídeo-chamada. Naquele dia, assistimos Fleabag. Foi bom!
     A temperatura caía. Claramente nenhum de nós queria ir embora, ter uma despedida. Hoje tivemos tantas despedidas, mas sabemos que agora é de verdade. Não nos reuniremos mais para subir ao palco, não teremos mais tardes de chá com biscoitos e texto em mãos.
Desdobro meu casaco, enquanto, Jamie Lloyd agradecia mais uma vez por nosso desempenho. Então, uma folha de caderno cai do bolso do meu casaco. Me abaixo para pegá-lo. A última vez que usei esse casaco foi depois da nossa primeira apresentação de The Seagull, imagino que seja algo de um algum fã, e o coloco de volta no bolso.
    Houve lágrimas, abraços e soluços. Mais uma despedida, e a esperança de um novo reencontro nesse mundo de celebridades.
     Enquanto alguns esperavam táxis, eu esperava minha mãe. Que estava conversando com um pessoal ainda no lounge do teatro. Tom Rhys Harries se aproximou e falou:

ʙᴇᴍ-ᴍᴇ-Qᴜᴇʀ:𝓓𝓪𝓲𝓼𝔂 𝓡𝓲𝓭𝓵𝓮𝔂 & 𝓔𝓶𝓲𝓵𝓲𝓪 𝓒𝓵𝓪𝓻𝓴𝓮Onde histórias criam vida. Descubra agora