Capítulo 13.

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Lexa não apareceu na piscina na segunda-feira. Não que eu estivesse esperando que ela fizesse isso… Maldição, eu não sei o que esperava. No andar superior, escancarando a porta do meu armário, olhei no espelho e a vi chegar naquele instante, deixando o café da manhã no chão, diante do próprio armário. Ela captou meu olhar e sorriu.

Aquele sorriso.

— Clarke! — A voz do Finn fez minha cabeça virar. — Desculpa, eu não consegui ir ontem. Meu pai precisou de ajuda pra consertar a porta da garagem depois que minha mãe deu ré em cima dela… de novo. Depois o Coop passou lá para trabalhar no projeto de física. — Ele se pendurou ao meu lado. — Você está se sentindo melhor?

Lembrei, com um suspiro desesperançado, que Fin  não conseguia guardar raiva.

— E se a gente fizer isso hoje no almoço, já que o Sr. Roan está viajando e não tem reunião do Conselho Estudantil esta semana?

— Fazer o quê? — Perguntei.

— A conferência sobre liderança? — Ele deu uma batidinha na minha cabeça. — Na próxima segunda-feira o Sr. Roan vai querer saber em que pé isso está.

Ele secou uma gota d’água debaixo da minha orelha, vinda do meu cabelo encharcado. Acho que havia esquecido de secar. Recolhi meus livros.

— Certo. Tudo bem.

Finn levantou meu queixo e inclinou a cabeça.

— Amo você — ele disse.

Não faça isso, pensei. Pare. Simplesmente pare de me amar.

— Clarke? — Os olhos dele afundaram nos meus. Eu não podia fazer isso. Não podia.

— É. Eu também. — Forcei um sorriso. Deixei que ele me beijasse, e ele se aproveitou disso e começou a beijar de língua. Soltei-me dele.

— Finn.

Ele sorriu e tocou a ponta do meu nariz.

— Vejo você mais tarde. — E saiu desfilando. Joguei a mochila sobre o ombro e tranquei o armário.

— Você o ama?

Tomei um susto. Ela estava parada bem ao meu lado.

— Quem?

Os olhos dela se arregalaram.

— Finn? — Olhei para trás e vi a figura dele a se distanciar.

— Hã, a gente está junto faz bastante tempo. Um ano.

— Não foi isso que eu perguntei.

Eu não conseguia olhar para ela. Não podia arriscar que ela enxergasse através de mim, lesse meus sentimentos.

— Você vê passarinhos azuis? — Ela perguntou. Ao ouvir isso, tive que sorrir.

— Passarinhos?

— Sabe, passarinhos azuis, borboletas no estômago, fogos de artifício. — Ela agitou as sobrancelhas. Deixei escapar uma risada. Mas ela soou estrangulada, assim como eu me sentia.

— Só nos meus sonhos.

— Ah, é? — Ela arqueou uma sobrancelha.

Por que eu disse isso? Deus. Lexa falou com suavidade:

— Talvez você devesse ouvir o que os seus sonhos querem te dizer.

Meu estômago entrou em ebulição. Ela se afastou do armário, no qual estivera se apoiando na ponta dos pés, e disse:

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