Da Infância ao Sim.

03 - Um encontro inevitável.

Da Infância ao Sim - Livro 01 - Trilogia - "O mágico poder do amor"

Maria Rita já recuperada do susto, estava distraída debruçada em dezenas de livros quando sua mãe entra na biblioteca.

- Oi, está tudo bem por aqui?

- Oi mãe, está sim. E como foi a sua audiência?

- Correu tudo bem, mas teremos uma nova audiência daqui quinze dias. Filha.

- Hum. - Responde Maria Rita, olhando para os cadernos e livros ao seu redor, como se procurasse algo.

- Eu percebi que você não reagiu bem quando encontramos com Renê na estrada hoje pela manhã, eu não quis discutir o assunto naquela hora porque estava muito preocupada com a audiência, mas agora quero saber o que está acontecendo.

- Nada demais mamãe.

- Como nada demais Maria Rita, eu vi a forma que você ficou quando cruzamos com ele. - Disse Nancy com a voz alterada.

Por alguns minutos as duas ficaram em silencio.

- Filha, me diz, Renê tentou alguma coisa com você? Ele tentou avançar o sinal? Tentou algo além de amizade?

- NÃO MAMÃE! - Disse Maria Rita quase gritando com sua mãe. – Renê é um rapaz muito respeitador sempre tratou Cibelly e eu como irmãs.

- Então, porque...

- Mamãe. - Interrompeu Maria Rita com voz alterada típica de quem está com muita raiva. - O Renê toma todo nosso espaço, ele ocupa o ambiente onde ele chega, quando ele entra as atenções se voltam todas para ele, até o papai se derrete, a meninas lá de casa se intitulam "AS MÃES DO RENÊ", eu não entendo o porquê de tanto melaço com esse rapaz, isso me irrita tanto.

- Ah! Entendi, você está com ciúmes da amizade do Renê com seu pai e com as meninas lá de casa?

- NÃO, NUNCA. Eu só não entendo tanta idolatria por aquele rapaz a ponto de quando ele chega todos voltam sua atenção pra ele.

- Maria Rita, o Renê foi criado na Recanto, quando ele era criança adorava ficar na biblioteca e sempre foi muito prestativo com todos ajudava muito seu avô na lida com o gado.

- É eu sei, eu cheguei achar que ele fosse filho de alguns dos casais que trabalhavam para o vovô.

- Renê era tão louco pela biblioteca de seu avô, era tão louco por livros que se sentia na obrigação de ajudar as meninas a arrumar um cano que se rompia, trocar uma lâmpada ou então saía a campo com seu avô, só para poder desfrutar da biblioteca mais tarde, não que seu avô exigisse isso dele, mas como os outros garotos da idade dele trabalhavam na fazenda e usavam a biblioteca para os estudos ele achava que teria que contribuir com alguma coisa também e assim ele foi conquistando o coração de todos, acabou que a Recanto virou sua segunda casa e quando ele fica muito tempo sem aparecer, alguém liga pra ele.

- E geralmente este alguém é meu pai, não é mamãe? Precisava mesmo da ajuda dele na fazenda hoje?

- Filha, seu avô amava Renê como se fosse neto dele, e seu pai só quer manter o laço, só isso. -Disse Nancy acariciando o rosto moreno da filha. - Seu pai só quer manter tudo do jeito que seu avô gostava que fosse, a única coisa que ele não conseguiu conservar na fazenda foi a permanência da vovó lá.

- É a vovó ficou muito mal com a partida do vovô, ela realmente não conseguiria viver ali sem ele, foram anos de união e eles projetaram cada centímetro de tudo que tem dentro daquela enorme sede.