35 - Visita Inesperada Na cozinha

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Mais tarde na cozinha da fazenda

- Bom dia dona Olinda! Humm cheirinho bom de café. – Diz Marisa ao chegar na cozinha antes de Dirceu causando espanto em dona Olinda.

- Bom dia dona Marisa! Que bom vê-la assim, tão disposta. – Diz a cozinheira feliz em ver a patroa de pé e bem.

- Dona Olinda, não quero mais parar minha vida, quero dar alegrias ao meu marido e aos meus filhos. – Disse sorrindo. – E meu filho? Já se levantou?

- Renê?

- Sim.

- Dona Marisa, Renê se levanta todos os dias as quatro e meia e sai a campo com os outros peões.

- Eu tenho um filho de ouro.

- Tem sim dona Marisa e ultimamente ele está mais radiante do que o normal.

- É dona Olinda, ele descobriu o amor, Renê está feliz e é isso que importa pra mim, eu vivi uma vida de medo e angustia imaginando o que poderia acontecer se ele convivesse com a família de Severo, e os piores dos meus pesadelos se tornou realidade quando ele me disse que havia se apaixonado por Maria Rita. Quando ele me disse que a amava, foi como se alguém tirasse o chão embaixo dos meus pés. Eu tentei avisar a todos desta possibilidade, Severo, Nancy, seu Adolfo, mas ninguém me ouviu dona Olinda, a família de Severo dizia que eu inventei que Renê poderia ser filho de Severo para separá-lo de Nancy, por despeito, vingança. A única pessoa que acreditou em mim foi Dirceu, este desde o primeiro momento me deu forças e fez o possível e impossível para me manter de pé. Eu deixei todos cientes da possibilidade de Renê ser filho de Severo menos meu próprio filho.

- Mas porque dona Marisa? Se Renê tivesse conhecimento da sua história, teria tomado mais cuidado e se afastado da moça.

- Não falei nada a Renê por medo dona Olinda, medo de ser desprezada e julgada por ele, mas ontem Dirceu conseguiu me convencer a contar a ele toda verdade. Quando o chamei para conversar ele já sabia, e disse que eu fui vítima e que ninguém tomaria o lugar de Dirceu em seu coração e que jamais me julgaria. Isso que ele me disse Dona Olinda, foi como um bálsamo na minha vida. Quero recuperar o tempo perdido com meus filhos e meu marido.

- É assim que se fala dona Marisa.

- Bom dia dona Olinda! Dirceu cumprimenta entrando na cozinha e abraçando a esposa.

- Bom dia Seu Dirceu, o senhor viu a visita honrosa que recebi na cozinha hoje de manhã?

- Pois é dona Olinda, quando acordei até assustei, ela já não estava mais na cama, acordou antes de mim e já estava se higienizando, a princípio fiquei preocupado, imaginei que fosse insônia e já ia vir buscar o remédio dela – olha para a esposa – mas minha preocupação passou depois do "bom dia" feliz que ela me deu.

- Vai ter que se acostumar com minha presença aqui na cozinha com a senhora quase todos os dias de manhã dona Olinda! – Diz Marisa.

- Dona Marisa, sua companhia é sempre muito agradável, dividir minhas manhãs com a senhora será um prazer, agora se me dão licença, preciso olhar o bolo de fubá do Renê no forno.

- Fique à vontade dona Olinda – Dirceu se senta ao lado da esposa e a olha com sorriso no rosto e acaricia o rosto da mulher – Você está radiante meu amor.

- Obrigada meu bem, devo minha vida, alegria e felicidade a você e a partir de hoje, vou tentar ser pra você a esposa que você merece que eu seja.

- Não se preocupe minha flor, você já é. – Dirceu beija os lábios da esposa orgulhoso.

O dia já estava quase amanhecendo quando Renê, Zé Neto e os peões terminaram a ordenha.

- Dão, não consegui tomar café mais cedo, um certo alguém deixou mamãe irritada e ela nos expulsou da cozinha antes que eu pudesse tomar meu cafezinho preto – Disse olhando feio para Renê que lhe devolvia um olhar debochado.

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