44 - Alívio

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Marry e Renê ainda estão abraçados, Marisa oferece a moça um copo com água fresca.

- Aqui filha, beba esta água, vai lhe fazer bem.

- Obrigada dona Marisa – Marry pega o copo e toma um pouco da água e o restante oferece a Renê que também bebe.

- Como você está minha filha? – Nancy se aproxima.

- Oi Mãe, agora estou bem.

- Que bom minha filha.

Renê se levanta da cama para que Nancy possa se sentar para conversar e examinar a filha.

- Fique à vontade dona Nancy.

- Obrigada meu filho – quando Renê se levanta, Nancy olha para seu rosto e acaricia – Não vai ser nem preciso pedir para que cuide bem da minha menina, você já faz isso desde que eram crianças, você é um menino de ouro, estou muito feliz com o futuro que vocês vão compartilhar juntos, um cuidando do outro.

- Obrigado dona Nancy, por Marry dou minha vida se preciso for, o sorriso dela, foi, é, e sempre será motivo pelo qual lutarei com todas as minhas forças enquanto estiver vivo.

- Acredito muito nisso meu filho – Nancy abraça Renê e depois se senta junto a filha.

- Precisa de alguma coisa?

- Preciso sim minha mãe, quero conversar com meu pai.

- Tudo bem minha filha.

- Quero também que nos deixem a sós.

- Está bem. – Nancy abraça a filha e se levanta.

- Pessoal, vamos, Marry quer conversar com Severo a sós.

Todos se dirigem a porta para sair do quarto, Renê vai até a cama e dá mais um beijo em Maria Rita e sai.

No quarto agora estão somente Marry e Severo.

- Venha papai, sente-se aqui.

Severo se aproxima – Minha filha me perd...

- Shiiiiiii. – Marry interrompe – Papai, não pedi para conversar com o senhor para ouvir suas desculpas, não quero seu pedido de perdão e também não vou me desculpar por ter roubado seu sangue para fazer este exame, nós precisávamos de respostas, inclusive o senhor, seu Dirceu, Marisa, mamãe... – pega na mão do pai – papai, só quero que me prometa uma coisa.

- O que minha filha?

- Olha, eu sei que o que se quebrou entre a gente não tem conserto, jamais voltaremos a ser como éramos antes, não me peça para entender seus motivos porque jamais entenderei, mas somos pai e filha e Renê não é seu filho, mas será seu genro, continuaremos amando o senhor, não nos peça para colocar uma pedra em cima desse assunto, porque ele jamais será esquecido, mas quero que me prometa uma coisa.

- Diga minha filha.

- Papai, o senhor promete que nunca mais vai mentir pra nós ou omitir nenhum tipo de assunto da gente? De mim, de mamãe e de Cibelly?

- Minha filha, a dor que estou sentindo neste momento, a vergonha, a magoa de mim mesmo... Eu não consigo me olhar no espelho filha, sinto vergonha de mim mesmo. Por orgulho próprio, quase acontece uma tragédia, se você não vai naquela mãe de santo, eu não sei o que poderia ter acontecido, vocês são tão apaixonados, se amam tanto eu coloquei em risco a sua felicidade... Filha, pode confiar em mim, jamais farei algo assim novamente, jamais omitirei um assunto só para me sentir bem, vocês são tudo pra mim.

- Tudo bem papai, vou confiar. Venha, me dê um abraço – Severo abraça a filha e os dois choram muito – O momento agora é de alegria, afinal de contas estou sentindo um alivio muito grande em saber com certeza que Renê e eu não somos irmãos biológicos, por isso não quero que nada estrague esta noite, Renê ainda está muito magoado com o senhor por ter feito dona Mariza infeliz todos estes anos, não tente conversar com ele, deixa ele vir falar com o senhor quando ele se sentir preparado para isso, está bem?

Da Infância ao Sim.Onde histórias criam vida. Descubra agora