41 - Ansiedade.

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Duas semanas depois no portão da faculdade de medicina

Renê e Zé Neto estão no portão da faculdade esperando Marry e Helena, Adelson e Andreia estão com eles a espera dos alunos da fazenda que estudam também no mesmo campus.

Renê está muito nervoso andando de um lado para o outro.

- Renê, se acalma rapaz, senão você vai ter um treco aí – Adelson diz preocupado.

- Meu noivado é amanhã cara, estou com medo da Morena dar pra traz.

- Cara, aquela mulher morre por sua causa, fica frio – Diz Zé Neto rindo.

- Você fala assim porque Marry já aceitou seu pedido.

- Ainda não oficializamos, corro o mesmo risco que você e pelo que eu sei, Helena também já aceitou o seu.

- Oxi Renê, então porque esta sangria home, relaxa. – Diz Adelson intrigado.

- Olha lá, elas vêm chegando. – Diz Andreia.

As meninas chegam e cumprimentam os rapazes, Renê passa um olhar para Marry e ela já entende que ele quer falar com ela mais tarde, elas se juntam a Andreia para conversar.

- Mulher do céu, que chá foi este que você deu a Renê que ele está andando de um lado pro outro todo nervoso aqui? achei que ele fosse afundar o chão – Disse Andreia para Helena.

As três riram.

- Nenhum, só dei um castigo pra ele e fiquei uns dias sem atender os telefonemas dele, só isso.

- Ele tem trauma disso, você sabe bem né cunhada? – Diz Marry gargalhando.

- Sei sei (risos) mas com homem é assim, não podemos ficar sempre mostrando os dentes e nem a disposição deles na hora que eles bem querem, eles ficam mal acostumados.

- Com Zé Neto não tenho este problema.

- Marry o Zé é outra categoria de homem.

- Oxi, agora não entendi mais nada – Diz Andreia confusa.

- Ela acha seu cunhado um verdadeiro cavalheiro e o Renê um cafajeste.

- Ah! Agora eu entendi. - As três riram.

- Mas não se engane minha cara Andreia, eu adoro um cafajeste – Diz Helena olhando para Zé Neto de rabo de olho, ele olha pra ela entendendo o recado e dá um sorrisinho de canto de boca discreto.

- Meu bem, podemos ir, os alunos já estão todos aqui- Adelson fala para Andreia.

- Então vamos.

- Aaah! Nosso papo estava tão bom! – Diz Marry.

- Até amanhã meninas, e Helena, faz alguma coisa e acalme seu futuro noivo, senão você vai ficar viúva antes mesmo de noivar – Andreia diz debochada.

- Ta Andreia, vou cuidar dele jaja – A fala de Helena é direcionada a Zé Neto que não consegue disfarçar a onda que as palavras e a malicia de Helena causaram em seu corpo.

Os quatro estão sozinhos.

- E aí, noticia do exame? – Marry pergunta ansiosa.

- Sim, já chegou e está com meu advogado, ele virá amanhã ao jantar, abrirá e lerá na frente de todos.

- Meu Deus, estou nervosa demais – Marry diz esfregando as mãos.

- Eu também, vão se passar mil anos, mas estas 24 horas não vão passar fácil, estou enjoado, com ânsia, não comi nada hoje e nem tenho fome nenhuma.

- Eu também não, mas precisamos comer, senão passaremos mal, vamos fazer alguma coisa para matar o tempo? – Sugere Maria Rita.

- Preciso comer algo – Diz Renê angustiado.

- Vamos para minha casa, Nadir deve ter preparado algo, a gente come e depois vocês vão embora, Helena vai ficar comigo hoje Renê, senão eu vou enlouquecer sozinha.

Os quatro seguem para a fazenda Recanto, Nadir havia feito uma sopa de legumes e estava quente ainda, todos comeram.

- Renê, essa vai ser a última noite que passaremos com esta dúvida. – Diz Marry.

- Eu sei minha vida - acaricia o rosto da moça - amanhã neste horário podemos estar felizes enlouquecidos de felicidades se amando loucamente ou...

- Ou?

- Ou chorando amargamente se perguntando, porque a vida foi tão cruel com a gente. – Ele respira fundo frustrado.

Renê e Marry estão em pé na varanda enquanto Zé Neto e Helena conversam sentados em um banquinho de madeira.

- Eu sei que pode ser estranho o que vou fazer agora, mas eu não sei como ficaremos amanhã com a abertura deste exame, quero me despedir de você, dos seus beijos, posso?

- Marry, tudo que eu sempre quis na vida foi beijar você, mas hoje eu não sei se quero, não quero me despedir de seus beijos Marry, quero que seja mais um dentre muitos que virão. Entende? E não sabemos se será assim.

- Entendo, vamos pensar então que este será sim mais um de muitos que virão.

Marry e Renê se abraçam carinhosamente, ele acaricia o rosto dela e ela olha para ele como se quisesse guardar na memória aquela imagem, eles unem as testas, lagrimas escorrem dos olhos dos dois que começam um beijo lento, chorado, triste, sufocado, molhado com as lagrimas que escorrem no rosto de ambos, ele a aperta pela cintura contra seu corpo, ela se agarra no pescoço dele como se não quisesse larga-lo nunca mais.

- Eu sempre sonhei com nosso beijo em meio a risos de felicidade, não a lagrimas de tristeza – ela diz em meio a soluços.

- Pode apostar meu amor, vamos nos beijar muitas vezes como em nossos sonhos, vamos chorar muito ainda com nossos corpos unidos, mas não serão lagrimas de tristeza e sim de alegria e muita felicidade. – Diz Renê tentando se acalmar e acalmar sua amada.

Ela o abraça forte mais uma vez e o beija pela última vez.

- Até amanhã.

- Até amanhã – Responde ela.

- Vamos Zé.

O dois entram no carro e vão embora.

Da Infância ao Sim.Onde histórias criam vida. Descubra agora