Da Infância ao Sim.

20 - Desabafo.

Helena abre um armário e pega uma chaleira, coloca um pouco de água e coloca para ferver.

- Estou com muita pena de Renê e Maria Rita, o amor deles é tão lindo, tão puro, eu não sei nem por onde começar nossa conversa com ela Terça-feira. - Diz Helena preocupada.

- Você precisa dar o pontapé inicial para depois Renê e eu conversarmos com ela, eu confesso que levei um susto ontem na hora que você disse que é por ele que Marry é apaixonada.

- Ela fala nele o tempo todo, quando ela descobriu que o que sentia por ele não era amor de amigos, de irmão, como ela costumava dizer, ela ficou toda contente chegou no escritório radiante para me contar, mas não demorou muito e o mundo dela desabou como uma avalanche, ele ficou arrasada coitadinha. - Helena deixa uma lagrima cair de seus olhos.

- E como ela chegou a esta conclusão, dos sentimentos dela por ele?

- Ela sonhou com ele. Um dia eles passaram a tarde conversando por telefone, quando eles desligaram ela sentiu vontade de vê-lo, sentiu saudades dele, do cheiro dele, queria abraça-lo, mas não comentou com ninguém, a noite ela sonhou abraçando-o e o beijando, ela disse que acordou com o coração acelerado, na manhã seguinte era um sábado ele foi à casa dela, quando ela o viu, sentiu aquele frio na barriga, o coração acelerou e ela começou a ficar confusa perto dele, ela ainda não tinha certeza dos sentimentos dela, eles passaram a tarde inteira juntos, conversando, lendo, cavalgando e a cada sorrido que ele dava pra ela, ela disse que sentia como se borboletas invadissem seu estomago ela passou a sentir vontade de beijá-lo, Marry é muito pura Zé, ela nunca havia se apaixonado por ninguém, ela ficou assustada com todo aquele sentimento, na segunda-feira ela foi com dona Nancy para o escritório, ela veio me perguntar coisas sobre como era se apaixonar por alguém, eu disse que ela saberia quando se apaixonasse de verdade, então ela disse com aqueles olhos lindos grandes brilhando, tão lindos, radiantes ela me disse, eu estou apaixonada Lena, e eu não sei o que fazer, olha minhas mãos, quando peguei em suas mãos elas estavam geladas o coração dela batia acelerado ela sorria e chorava ao mesmo tempo, ela tremia como vara verde e eu disse, Marry, você não está apaixonada, você ama este rapaz, quem é ele? E ela me disse, sabe o rapaz que eu falo sempre pra você, que fomos criados praticamente juntos? Eu disse, sim, e ela me respondeu, então amiga, é ele, e eu a perguntei se ele já sabia desse sentimento todo que ela carregava por ele, e ela disse que não, e que estava com medo de ele se afastar dela, porque ele tinha um monte de garotas lindas no pé dele, e não ia ligar a mínima para os sentimentos dela, eu a encorajei a falar com ele, e contar a ele dos sentimentos dela e ela me disse que falaria com ele no dia seguinte, mas na tarde daquele mesmo dia, ela descobriu que o amor dela por ele era proibido.

Helena falava e as lagrimas escorria pelo seu rosto, ela nem percebia que elas escorriam, Zé Neto a olhava, ouvindo atentamente o que ela dizia, Helena levantou o olhar e ele estava olhando para ela com olhar de admiração, ele chegou perto e enxugou as lágrimas dela com os polegares, foi então que ela percebeu que estava chorando.

- Ops a água do café. - Lembrou-se, levantando e correndo para o fogão, ela passou o café e serviu uma xícara para Zé Neto e outra para ela e sentou-se novamente, Zé Neto permanecia calado.

- Você está tão quieto, eu disse algo que não devia?

- Não morena, imagina, você só disse o que o meu coração já sabia mas tinha medo de admitir, por uma fração de momento na vida, eu imaginei que pudesse fazer com que Maria Rita esquecesse esse cara e se apaixonasse por mim e assim conseguir se feliz comigo, eu a amo tanto Lena, mas sei que comigo ela não é feliz, mas também não contava que o amor da vida dela é o meu melhor amigo, meu irmão, agora eu sinto e entendo o que Renê sentiu na noite em que o comuniquei que namoraria Maria Rita e que o pedido veio dela.