Da Infância ao Sim.

45 - As diferenças ficam no passado

- Gente, gostaria da atenção de todos agora, por favor. – Diz Renê.

Todos voltam sua atenção ao jovem.

Se dirige a Mariza – Mamãe me perdoe por ter que colocar a senhora de frente a um passado que levou anos para esquecer, mas foi preciso, sinto muito, nunca, jamais faria algo para te ver infeliz, mas era isso ou viver este momento constrangedor duas vezes e Marry e eu já estávamos exaustos com isso tudo e resolvemos que assim seria menos desgastante para nós.

- Oh meu filho – caminha até o filho abraça-o e acaricia seu rosto – Você foi a melhor coisa que me aconteceu, um filho que pedi em oração a Deus e Ele me ouviu, eu só não contava que superaria todas as minhas expectativas, você é nosso orgulho, não tem de que se desculpar, nós que lhe devemos um pedido de desculpas, porque o que você fez hoje, era para ter sido feito quando você nasceu, se tivéssemos feito este teste quando você nasceu, nada disso estaria acontecendo hoje, não precisaríamos passar por tudo isso, você e Marry não precisariam ter sofrido tanto.

- Te amo minha mãe! – Beija a testa da mãe que continua abraçada ao filho.

- Meu pai, eu sei que o senhor está com vontade de me dar aquele abraço, mas agora com certeza de que temos o mesmo sangue, e que orgulho que eu sinto neste momento em dizer que em minhas veias corre o sangue de Dirceu Andrade.

Dirceu e Renê se dirigem um ao encontro do outro e se abraçam no meio da sala, Dirceu visivelmente emocionado abraça e beija o rosto do filho várias vezes.

- Sonhei tantas noites com este momento em que te abraçaria meu filho com a certeza de que você é fruto do amor que sinto por sua mãe desde que a conheci, é um alívio pra mim, saber que você vai ser feliz ao lado da moça que seu coração escolheu para amar.

- Obrigado por tudo seu Dirceu, meu pai, por nunca desistir de mim, por ter acolhido minha mãe na noite mais triste da vida dela, por ter me presenteado com meus tesouros mais valiosos que são meus irmãos. – Renê e Dirceu se abraçam novamente e cada um volta para seus lugares.

- Você quer dizer alguma coisa minha vida? – Renê pergunta a Maria Rita.

- Sim, quero sim, obrigada.

- Bom, primeiramente boa noite a todos e peço desculpas por deixar todos preocupados comigo, mas descobri recentemente que sofro de queda de P.A quando passo por emoções fortes.

- Não precisa se desculpar Maria Rita – Disse Dirceu abraçado a Marisa que balança a cabeça em concordância com as palavras do marido.

- Obrigada! Mas continuando, preciso me desculpar com meus pais e minha irmã por ter mentido e omitido os acontecimentos dos últimos dias, pedir desculpas a dona Mariza e seu Dirceu por ter mentido para vocês também, mas Renê e eu precisávamos de respostas, não queríamos abrir mão da nossa amizade do nosso amor sem antes tentarmos tudo, como diz o próprio Renê, sem antes irmos até as últimas consequências.

Enquanto a filha fala, Severo está sentado num canto da sala isolado.

- Meu pai – Diz Marry – O senhor sempre será o homem que mais amei nesta vida, o senhor mesmo me ensinou que todos somos falhos, cometemos erros e que todos merecemos uma segunda chance, até poucos minutos atrás eu não sabia se conseguiria perdoar o senhor por tudo que nos fez passar, mas naquele ultimo abraço que trocamos agora no quarto de Renê me veio na cabeça tudo de bom que o senhor representa para mim, para minha mãe e minha irmã, eu te perdoo meu pai, te perdoo sim de coração...

Ao ouvir as palavras da filha Severo sai de seu canto e corre, abraça a filha em prantos.

- Obrigado minha filha, você não sabe o que estas palavras significam pra mim, vocês são tudo que tenho na vida.