51 - O casamento

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Finalmente chega o dia do casamento de Renê e Marry.

Renê está nervoso, anda de um lado para outro no altar, suas mãos estão suando, Helena lhe oferece um copo com água que ele bebe inteiro numa golada só

- Calma cowboy, ela não vai fugir, está tão nervosa quanto você.

- Eu sei Morena, mas as horas não passam.

- Irmão – Zé Neto coloca a mão no ombro do amigo – Melhor se acalmar senão na hora que começar tocar a marcha nupcial e aquela porta se abrir você vai ter um treco.

- Tem Razão Zé, vou tentar me acalmar.

Renê se põe em pé no altar se segurando para não voltar a andar de novo, dona Olinda e dona Nadir entregam um chá calmante para ele.

- Beba meu filho, vai lhe ajudar a se acalmar – diz dona Olinda.

- Obrigado. Ele toma o liquido da xícara e a entrega para as senhorinhas.

Zé Neto e Helena estão um ao lado do outro no altar, são os padrinhos do casal, Renê e Marry fizeram questão que os dois ficassem no altar em um lugar de destaque.

- Quando será que vai ser a gente? – Diz Zé Neto no ouvido de Helena fazendo-a arrepiar todo seu corpo.

- Nunca – ela responde seco.

- Nunca é muito tempo, se bem te conheço já deve estar sentindo os efeitos da vibração da minha voz em todo seu corpo, estou louco para tirar este seu vestido no dente, ele te deixa maravilhosa, mas prefiro você sem ele.

- Fica quieto Zé Neto, a noiva está chegando. – Disse com voz embargada.

Os músicos começam a tocar a marcha nupcial, as portas da igreja se abrem e Maria Rita surge de braços dados com Severo num vestido de noiva branco, lindo, cinturado véu longo, segurando um buquê de flores brancas, Rony vem na frente segurando as alianças em uma almofadinha todo sorridente.

Renê olha para Marry maravilhado, emocionado, Zé Neto deixa uma lágrima cair a partir daí ele já não segura mais a emoção e seu rosto fica banhado, Helena abre um sorriso quando vê a amiga entrando na igreja, um filme passa na sua cabeça de tudo que fizeram e passaram para chegar até ali, ela tem vontade de sair correndo e abraçar a amiga, tamanha sua emoção e alegria – Será que meu dia chegará? – pensa.

Severo passa a mão de Maria Rita para Renê emocionado.

- Estou te entregando um dos meus mais valiosos tesouros, estou tranquilo porque sei que você cuidará dela melhor que eu.

- Obrigado seu Severo, seu tesouro é minha vida, tenha certeza que farei de tudo para que nunca se apague do seu rosto este sorriso – Severo assente com a cabeça e toma seu lugar ao lado de Nancy.

O padre começa a cerimônia. Renê e Marry fazem os votos e trocam as alianças, os dois saem da igreja em baixo de chuva de arroz e entram na limusine felizes.

- Vamos pra onde? – Zé Neto abre a portinhola perguntando.

- Zé Neto, o que você faz aqui, cadê o motorista? – Marry pergunta divertida.

Helena aparece com o rosto na portinha – Demos uma gorjetinha gorda pra ele tomar umas cervejas, ele saiu todo feliz. – Os quatro ri.

- Vocês não existem.

- Vocês acham que íamos perder a chance de passear pelas ruas de Campo Grande com esta gracinha aqui?

- Nada de romance aí atrás, deixa para namorar depois agora vamos comemoraaaar – Grita Helena – Pau na maquina cowboy.

Zé Neto da partida na limusine e os quatro passeiam pelas principais ruas de Campo Grande.

Lena abre o teto solar.

Marry e Helena ficam em pé no banco com metade do corpo pra fora no teto solar da limusine em meio a avenida Afonso Pena.

- Vem Renê, sua vez – Helena sede seu lugar para Renê.

Marry e Renê se olham felizes e se beijam.

- RENÊÊÊÊ EU TE AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO – Marry grita com os braços abertos, Renê a abraça e a beija novamente.

Zé Neto encosta a limusine na garagem do salão de festas, as amigas de Maria Rita já estavam a espera do buquê que seria jogado assim que ela desembarcasse do carro, Helena ajuda a amiga sair do carro e corre para tomar seu lugar.

- Atenção suas encalhadas, a sorte está lançada – Marry diz balançando o buquê para cima a para baixo de costas para as amigas – É um, é dois, é três e jáááááá – Marry joga seu buquê com força para traz, suas amigas disputam o melhor lugar na direção que o buquê vem caindo, Helena não sai do seu lugar, porém, o buquê se encaixa em suas mãos, ela olha espantada para o buquê, ela nem queria disputa-lo, mas Marry fez questão por isso ela foi, ela ficou alguns segundos olhando para as flores sem entender como se encaixou perfeitamente em suas mãos, ela olha para Zé Neto e ela está olhando pra ela com o quepe de motorista de limusine, ele vem em sua direção e a abraça sorrindo.

- É um sinal? Será?

- Sai pra lá tentação, isso não significa nada.

Renê e Marry chegam e abraçam Helena também.

- É um sinal sim, pode pedir Zé Neto em casamento – Renê diz divertido.

- Eu hein! Nem que ele fosse o ultimo homem do planeta.

- É mentira dela, ela fala assim mas morre de amores pelo cowboy aqui.

- Você quer apanhar né mundiça? – Bate em Zé Neto com o buquê.

- Vai, bate minha Morena, adoro você assim, bravinha.

- Arrrrrrrrgh! Você é insuportável Zé Neto.

Marry e Renê ri.

- Venha gente, vamos curtir a festa.

- Onde vai ser a noite de núpcias do casal? – Pergunta Zé Neto – Já que sou o motorista oficial de vocês preciso saber.

- No meu apartamento – responde Renê – Contratei uma equipe de decoradores para decorá-lo e amanhã embarcamos para Salvador onde passaremos nossa lua de mel.

- Ai que chique, Salvador, sou louca para conhecer a Bahia.

- Quando a gente se casar minha Morena, vamos passar nossa lua de mel lá também.

- Ta confiante hein cowboy – Helena diz sarcástica.

- Você ainda vai ser minha, Morena.

- Espera deitado.

- Se você estiver em cima de mim, espero quanto tempo for preciso.

- Morena, o cowboy aqui está decidido mesmo a te conquistar – Renê diz rindo.

- É Helena, não vai adiantar fugir não.

Zé Neto abraça Helena de lado e a puxa para perto de si – Hoje você não me escapa – diz ao seu ouvido, Helena sente suas pernas amolecerem, mas se mantém firme, não quer deixá-lo perceber o estrago emocional que sua voz causa em seu sistema nervoso.

- Vai se ferrar Zé. – Sai pisando duro e Marry e os outros dois vão atrás rindo.

Da Infância ao Sim.Onde histórias criam vida. Descubra agora