48 - Ele me ajudou a me guardar pra você.

29 6 18
                                    

No quarto de Renê.

- Prontinho, aqui estão suas roupas – Renê coloca a bolsa em cima da cama.

- Vou me vestir, precisamos descer...

- Minha vida.

- Oi – Marry responde procurando o que vestir dentro da bolsa.

- Eu confio em você, e claro, acredito em tudo que você me disse sobre se guardar pra mim, mesmo sabendo que poderíamos nunca viver este amor com a possibilidade de sermos irmãos...

- Eu quis esperar até termos certeza- Diz Marry antes que Renê terminasse a pergunta.

- Eu sei disso minha vida, mas... - Hesita e respira fundo -

- Mas?... – Ela para o que está fazendo e olha pra ele.

- Mas tem uma dúvida. Uma preocupação. Um ciúme com efeito retardado me tirando a paz e eu preciso que você seja sincera comigo como você sempre foi, não me esconda nada. Se caso aconteceu o que eu temo que tenha acontecido eu vou entender numa boa.

- Renê desembucha, você está me deixando nervosa - Diz Marry ainda olhando pra ele ligeiramente nervosa.

- Você e Zé Neto namoraram tempo suficiente para ter um relacionamento mais íntimo, eu sei que vocês nunca fizeram amor, pois acredito quando você diz que se guarda pra mim, mas existem outras formas de fazer amor.

- Você quer saber se aconteceu entre Zé Neto e eu, o que aconteceu com a gente ontem? É isso? Você não acredita que eu tenha comprado uma revista pornográfica? Você acha que eu aprendi na pratica com Zé Neto? Que foi ele quem "me ensinou"? – Faz aspas com os dedos.

- É, quase isso.

- Meu amor – Largas a bolsa e vai até Renê - Zé Neto nunca me tocou de uma forma maliciosa, mesmo estando namorando comigo, ele nunca foi atrevido, sempre me respeitou muito. Tivemos sim momentos em que o beijo ficava mais acalorados, afinal somos homem e mulher era natural...

- Poupe-me dos detalhes – Diz Renê enciumado.

- Quando ele percebia que perderia o controle ele saia de perto de mim, se despedia e ia embora, na verdade eu acho que Zé Neto aceitou namorar comigo para me proteger, para nos proteger. - Disse olhando para Renê.

- Como assim? Você disse que ele aceitou namorar com você para te proteger, proteger a gente? Porque você acha isso se ele mesmo disse que também era louco por você e que não ia deixar esta oportunidade passar mesmo sabendo dos meus sentimentos por você?

- Ele até tinha sentimentos por mim sim, e pode ser que no início a intenção dele tenha sido está mesmo, me conquistar, desviar minha atenção do "cara casado"- Diz fazendo aspas com os dedos das mãos - mas depois, eu percebi que ele estava me protegendo, ele percebeu que eu não o esqueceria, então ele passou a me proteger ao invés de terminar comigo, porque de repente ele imaginou que se terminasse comigo eu procuraria outra pessoa para namorar, eu estava decidida a colocar alguém para ocupar seu espaço no meu coração e ele sabia disso, nosso amor pra mim era impossível e eu não queria sofrer mais, Zé Neto sabia também que outro homem não ia me respeitar como ele, e iria acabar me fazendo fazer besteira, eu estava desolada com a possibilidade de sermos irmãos Renê - passa a mão no rosto do rapaz acariciando - Eu fiquei fora de mim, eu ia cometer uma loucura pela qual me arrependeria amargamente depois. Renê - Olha firme nos olhos do namorado - Zé Neto me ajudou a me guardar pra você, ele nunca me tocou por que sabia que no fundo, não era o que eu queria, ele jamais faria algo que eu não quisesse, por isso ele nunca tentou nada.

- Mesmo antes do nosso namoro de fachada, ele nunca te tocou de maneira diferente?

- Não, ele só me beijava e me abraçava forte, ficava minutos e mais minutos com o nariz enterrado no meu pescoço em meio aos meus cabelos, eu nunca entendi porque, hoje pensando com mais calma, acho que ele devia estar querendo guardar meu cheiro em sua memória, sei lá... Conversávamos bastante, ele nunca me pediu e nunca me cobrou nada, mesmo quando nosso namoro era sério, ele me buscava na faculdade, ficávamos horas conversando na varanda da minha casa, as vezes ele subia até meu quarto, mas nunca entrou, só me deixava na porta, me dava um beijo e ia embora.

Da Infância ao Sim.Onde histórias criam vida. Descubra agora