A história, aqui, se arrasta. Não se apressa o coração de uma mulher, quem dirá de duas...
Deixo nesse capítulo uma descrição mais detalhada, atrevida de Olga. Eu sei que já comentei sobre como me aparentava, mas sinto que não foram palavras suficientes para confirmar meu deslumbre por ela.Olga, idade indefinida. Ouso colocá-la entre 30 e 40 anos de vida, que me perdoe se um dia descobrir o erro gravíssimo que eu fizera. Pernas, seios, rosto; vou começar pelas pernas.
As pernas eram finas, pelo jeans notava-se o vão entre elas, denunciando a magreza que lhe caía bem.
Ao subir por elas, meus olhos encontravam a barriga que provavelmente era mínima, vez que todas as blusas ficavam assim, soltinhas na região.
No colo, um par de seios fartos que sempre capturavam meu olhar por infinitos segundos. Era uma luta não olhá-los e tentar adivinhar o tamanho exato, visto que as blusas e o jaleco mascaravam o colo de Olga por completo.
O pescoço era livre, macio e fresco, parecia um convite para algo mundano. Me perderia naquele pescoço...
Os braços não tinham nada de especial; o pulso era magro, com o ossinho sobressaído; as mãos, sem adornos, unhas naturais e bem cortadas, não delicadas, mas agressivas. Eram mãos fortes, embora pequenas.
E enfim, o rosto de Olga.O rosto daquela mulher me prendia toda vez que ela entrava no ambiente. Depois de várias tentativas, consegui memorizar que Olga tinha os lábios um tanto grossos, bem desenhados, e sempre afinavam quando ela sorria. Parecia uma pintura gótica: as bochechas coravam com certa facilidade, a testa trazia leves marcas de expressão.
Agora estou deitada no silêncio do meu apartamento. Pela fresta da cortina, o sol entra e incomoda meu rosto. Faz tempo que tento descrever os olhos de Olga, já os vi cinzas, azuis... e foi numa daquelas conversas, entre café e biscoitos, que os vira verdes.
Pois bem, Olga tinha olhos verdes, com pontinhos de tom marrom em volta da pupila. Eram um charme sem fim. Ela tinha um olhar aberto, alerta, ativo.
Se fechavam quando ela ria, gargalhava. Um dia, na coragem ou demência, farei um poema sobre àqueles olhos e darei à ela.Aos poucos, contarei mais sobre os detalhes capturados pelos meus olhos. Mas aqui termina essa pausa, e agora voltemos aos acontecimentos que me levaram à loucura.
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Com açúcar, com afeto
RomansaApaixonar-se por uma professora. Um clichê. Uma dor imensurável de se saber que o impossível só aconteceria no imaginário de uma jovem estudante; Afinal, qual o limite do desejo? A história de uma aluna, no quarto período de Bioquímica numa faculda...