05

1.8K 193 89
                                    

𝗧𝘂𝗱𝗼 𝗲𝗺 𝘀𝗲𝘂 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿...

Eu não fazia ideia de como deveria agir. Ignorar o impedimento e o ajudar? O ouvir? Eram tantas as informações que minha cabeça digeria!

Resolvi me agachar e o escutar. Ele parecia querer dizer algo, mas não estava completamente consciente. Presumi que o crânio do mesmo havia se chocado contra o tronco da árvore.

- Você está completamente machucado! Me deixe chamar alguém que possa te ajudar! - Eu disse preocupada com a situação do acidentado.

- Você pode me ajudar - disse entre gemidos de dor.

Observei sua camisa suja de sangue e aproximei meu ouvido do garoto.

- Gon-yok fez isso comigo. Espanque aquele idiota! - Disse tentando se expressar de maneira mais clara.

- Mas... Eu... Eu já volto! - Falei abandonando o local.

Corri pela terceira vez até a parte lotada da festança e procurei possibilidades. A primeira era eu simplesmente sair informando a todos que a festa havia terminado e Choi Beomgyu estava cheio de sangue no jardim. A segunda era apanhar o microfone do karaoke e informá-los em bando.

A segunda era melhor.

Passei por toda a multidão buscando a área de karaoke. Quando a achei, me aproximei de uma das meninas que estavam soltando sua voz e tomei o aparelho de suas mãos.

- Você está maluca?! - Vociferou se irritando com meu ato repentino.

A ignorei por completo e pensei instantaneamente em uma forma de conseguir o dobro da atenção de todos. Revirei meus olhos pelos cantos mais próximos e avistei uma mesa vazia.

Correndo, transferi uma cadeira até a espécie de távola para que a mesma me ajudasse a subir na mesa. Assim que alcancei meu objetivo, anunciei:

- Por favor, prestem atenção!

A maioria dos alunos se assustaram e voltaram sua atenção ao meu aviso.

- Choi Beomgyu foi machucado por um dos alunos de nossa universidade! Peço a colaboração de todos para que deixem a festa agora mesmo. Beomgyu será tratado, não se preocupem!

Alguns me xingavam desacreditando da situação. Alguns riam de minha cara de idiota ao divulgar a informação. Mas a maioria dos estudantes deixavam a festa um tanto receosos.

Ao perceber que a tática havia dado certo, abandonei meu posicionamento de anunciante. E enquanto corria em meio ao mutirão de pessoas, fui avistada por um grupo de meninas que me seguiram até o garoto machucado. Provavelmente eram as mesmas que o seguiam por todos os cantos de nossa universidade.

Refiz o mesmo caminho que já havia feito diversas anteriores vezes e avistei o menino já em pé.

- Eu voltei. Você ainda está bem? - Perguntei estendendo meu braço para que Choi pudesse se apoiar.

- Estou. Me lembro de ter sido acertado por uma garrafa de vidro. Acho que isso causou tanto sangue. - Falou com seus olhos entreabertos. - Acha melhor ir ao médico? - Finalmente se apoiou em meu corpo.

- Acho que sim. Irei pedir para que Soobin o leve - eu disse. - Acha que dá para se virar sozinho?

- Não sei.

- Beom oppa! - Uma de suas "fãs" se aproximou. - Posso te fazer companhia no hospital!

- Não precisa Yun-hi - o menino negou estabelecendo uma expressão séria. - Man-yah me fará companheira.

- Espera. Eu?! - Me surpreendi.

O garoto me encarou. Pelo visto, estava fugindo de alguma situação maluca.

- Ah, é. Estarei o acompanhando!

- Aish! - A intrometida reclamou.

- Vamos Beomgyu. Soobin ainda deve estar por aqui.

[ . . . ]

- Não! Eu não quero levar pontos! - Gyu se esperneava sentado na cadeira de hospital.

- Se não costurarmos o corte, uma cicatriz muito grande irá se formar! Não acha pior? - A enfermeira insistiu.

Minha cabeça dilatava de tanto falatório vindo do agredido. Soobin e Hwa-yen haviam pegado no sono ao lado exterior da sala hospitalar.

- Por favor Choi! Tome logo esses tais pontos. Estou exausta - implorei o observando com meus olhos avermelhados.

A enfermeira me notou com uma quantia de pena. Demonstrava ter dó de meu cansaço.

- Não gosto de agulhas! Não quero! - O bebezão continuou seu chilique.

- Se renda logo, rapaz! - A trabalhadora perdeu sua paciência. - Não sente piedade de sua namorada?!

Logo meus olhos se arregalaram. Me esforcei para negar seu pensamento, mas minha voz falhou mais de uma vez.

- Ela não é minha namorada!

E após muito pedir, a cuidadora conseguiu convencer o manhoso de tomar pontos.

Quando Beomgyu foi levado para a sala de operações, aproveitei a única meia hora que tive de paz para tirar um leve cochilo.

Fui acordada com a voz calma de Hwa-yen me chamando recorrentes vezes. Meus olhos se abriram lentamente e observei a menina com olheiras.

- Vamos. Precisamos dirigir até a universidade.


𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐌𝐘 𝐒𝐎𝐔𝐋; 𝐜𝐡𝐨𝐢 𝐛𝐞𝐨𝐦𝐠𝐲𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora