𝗖𝗮𝗿𝘁𝗮𝘀...
- Beomgyu! Não pode sair por aí beijando qualquer desconhecida. Não sabe que pode pegar doenças?! - Soobin deu um sermão ao menos experiente enquanto almoçávamos em público.
- Eu nem reparei nisso! Mas ela é uma gata - riu sem se importar com sua saúde. - Bem, não dava para ver direito porque eu estava bêbado... Mas ela parecia gata - deu detalhes sobre sua última "ficada".
Era complicado vê-lo livre e feliz com outras garotas enquanto eu me prendia aos sentimentos que estavam sendo desenvolvidos dentro de meu peito. Eu definitivamente havia decretado gostar de Beomgyu. O mais difícil, era sentir ciúme de maneira incontrolável e não ter razão para isso. Nunca havíamos nos aproximado com abundância.
- Você é engraçado! Mal se importa com seus estudos, mas adora sair pegando umas - Hwa soltou uma gargalhada enquanto batia no braço de Soobin. - E o que acha sobre isso, Man-yah?
- Eu?! - Indaguei destacando um pedacinho de chocolate branco que havia recebido de minha colega. - Acho que... se ele está feliz é o que importa - completei como uma boa amiga tentando não demonstrar meu cansaço.
Guardei o resto do doce em minha mochila e observei o olhar surpreso de meus amigos. Os três espantados.
- O que foi? Viram um fantasma? - Perguntei sentindo pressão.
- Por que está tão quieta hoje? Você estava mais extrovertida em sua casa! - Chen me cutucou com apreensão.
- É. - Beomgyu disse seco.
Eu ri de maneira cínica. Me debrucei na mesa do refeitório e bufei diversas vezes seguidas.
- Não estou quieta. Apenas desanimada - me defendi com uma voz falha. - Como sempre.
- Por que? - Soobin questionou tentando enxergar minha face escondida em meus braços cobertos por um moletom grosso.
- Notas medianas, problemas familiares, baixa autoestima, insegurança com minha aparência... - Evitei citar os milhares de problemas que atordoavam-me.
- E por que se sente insegura? - O pegador interrogou como se meus conflitos fossem irrelevantes.
- Ah, sei lá. - Impedi a extensão do assunto.
Hwa-yen parecia mais preocupada com minhas olheiras e palidez. Eu mal estava dormindo.
Após ter tido um ótimo fim de semana com meus colegas, descobri que meu pai estava à minha procura. Do nada aquele velho decidiu querer minha guarda. Eu não fazia ideia do porquê, mas achava que por administração de sua empresa e questões financeiras ele era capaz de qualquer coisa.
Beom estava cada vez mais distante e eu ainda não havia conseguido falar sobre meus sentimentos. Acho que por essa razão eu não conseguia focar nos estudos e ir tão bem nas provas.
Hwa-yen não largava de Soobin por nem um minuto sequer! Já estava exaustivo. Eles eram sim um belo casal, mas não assumiam e nem se largavam.
Enquanto isso, Yeonjun apenas havia se afastado. Andava com novas companhias e cada vez mais nos ignorava.
- Bom, se não se importam, irei até a biblioteca devolver alguns livros de biologia. Os vejo depois. - Me despedi levantando do assento.
Os três não responderam. Somente observaram minha saída como se fossem familiares atordoados.
Eu odiava ser uma perturbação aos meus conhecidos. Por isso, sofria sozinha, como se nada houvesse me ocorrido.
Caminhei até o local citado por eu mesma anteriormente. Chegando lá, me deparei com Taehyun lendo alguns livros não tão grossos e me aproximei com cautela.
- Olá - o cumprimentei com um sorriso fraco.
O garoto se levantou bruscamente quando percebeu minha chegada. Assim, pude observar aquela risada maravilhosa que sempre aparecia durante nossos diálogos. Kang era um amigo muito especial.
- Que bom que apareceu, Man-yah - ele disse animado. - Queria te entregar uma coisinha... - Falou a última frase cabisbaixo.
- O que? Presentes? - Tentei descobrir me entusiasmando um pouco.
- É... Veja com seus próprios olhos! Ou melhor, veja depois. Os feche por enquanto - ele mandou com alegria.
O obedeci tentando fazer o máximo de silêncio aos estudantes que permaneciam lendo obras ao redor. Ouvi alguns sons de madeira e logo abri meus olhos por ansiedade.
- Ei! Por que já abriu? - Meu amigo me deu um sermão com uma pequena caixinha em suas mãos.
- Porque você é muito lerdo! Me dê logo! - Eu implorei com ambição.
O menino me deu o objeto rindo de minha ansiedade.
"Quatrocentas cartas que escrevi."
Essa frase estava estampada na tampa com algumas flores coladas. Tudo muito caprichoso. A madeira que originava a caixa era clara e contrastava com minha pele branca como a neve.
- Passei duas semanas escrevendo cartas para que você as leia durante momentos difíceis - ele explicou o funcionamento do presente. - Eu espero que você goste!
Meu peito se aqueceu por completo. Minha vontade de abraçá-lo era tão grande que não pude me conter. Ao apertar o gesto de carinho, senti a pulsação do garoto acelerar.
- Eu amei, Tae - respondi alegre. - Você é incrível! - Completei incrédula com sua demonstração de afeto sobre mim.
- Meu objetivo é continuar sendo seu amigo pelo menos até todas as cartas terem sido lidas. Quando isso acontecer, sentirei que temos uma proximidade forte e poderei te contar todos os meus segredos. Mostrar-lhe todos os meus defeitos. - Falou mais calmo ao finalizarmos o ato de amizade.
- Você é tão fofo! - Exclamei pensativa.
Sim, pensativa.
Será que todos os meus dias sofrendo por Beomgyu eram bobagem? Será que eu deveria abrir os olhos para quem realmente se importava comigo? Eram tantas as questões.
Desde que havia entrado na faculdade com Hwa-yen, Yeonjun sempre me dizia que Kang me observava com um olhar diferenciado. Eu acho que já estava na hora de tentar perceber isso.
- Tenho que ir agora, Lee - ele contou com uma feição pouco triste e pouco feliz ao mesmo tempo. - Te encontro depois! - Se despediu.
- Certo!
Assim que o estudioso havia abandonado o local, agarrei uma carta presente dentro da caixinha e decidi a ler.
Eu estava passando por problemas. Por isso, motivação sempre seria uma grande ajuda.
"Leia quando se sentir exausta."
A folha possuía adesivos de corações de diferentes tamanhos e grossuras colados. Alguns eram peludinhos e macios. Passei o dedo pelas figurinhas de veludo enquanto lia o corpo da carta.
"Lee Man-yah, descanse. Apenas tire um tempo para si mesma. Pare de se cobrar tanto! Você faz tantas coisas diariamente que acaba perdendo a chance de aproveitar o que realmente importa, que é seu bem-estar.
Tomei coragem de dizer que você é a garota mais bonita que já conheci. Toda a sua beleza se potencializa quando a vejo feliz. Seu sorriso é um calmante. Seu olhar é um mar inteirinho criado para que quem o observe se sinta sintonizado com a lua, que expõe ainda mais a sutileza de sua alumbrante pele em dias de luminosidade noturna natural.
Como seu amigo, te imploro para que descanse. Pense mais em você. Se precisar, se afaste até que esteja pronta novamente para recomeçar.
Com sentimentos mirabolantes que surgem quando a vejo,
Kang Taehyun."
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𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐌𝐘 𝐒𝐎𝐔𝐋; 𝐜𝐡𝐨𝐢 𝐛𝐞𝐨𝐦𝐠𝐲𝐮
Fanfiction🥀 | 𝖮 𝗆𝗈𝖽𝗈 𝖼𝗈𝗆𝗈 𝗍𝖾𝗆𝗈𝗌 𝖽𝖾 𝗇𝗈𝗌 𝖺𝗉𝖺𝗂𝗑𝗈𝗇𝖺𝗋 𝗉𝗈𝗋 𝗉𝖾𝗌𝗌𝗈𝖺𝗌 𝗊𝗎𝖾 𝗇𝖾𝗆 𝗌𝖾𝗊𝗎𝖾𝗋 𝗌𝖾 𝗂𝗆𝗉𝗈𝗋𝗍𝖺𝗆 𝖼𝗈𝗇𝗈𝗌𝖼𝗈 𝗉𝖺𝗋𝖾𝖼𝖾 𝖽𝗂𝗏𝖾𝗋𝗍𝗂𝖽𝗈. 𝖣𝗂𝗏𝖾𝗋𝗍𝗂𝖽𝗈 𝖺𝗉𝖾𝗇𝖺𝗌 𝗉𝖺𝗋𝖺 𝖺𝗊𝗎𝖾𝗅𝖾𝗌 𝗊𝗎𝖾...