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𝗞𝗶𝗺 𝗝𝗼-𝗲𝘆...

- Beomgyu - chamei a atenção do garoto enquanto esfregava cuidadosamente o pano úmido em seu rosto.

- Hm? - O menino reagiu abrindo seus olhos que até então descansavam.

Pensei bem se não estaria invadindo a privacidade do mesmo. Era apenas uma pergunta. Não poderia dar tão errado!

- Posso perguntar-lhe uma coisa? - Tentei não ser inconveniente.

- Somos amigos agora. Pode me perguntar o que quiser - ele deu permissão abandonando a infantilidade.

- Bem... Você e Gon-yok estavam discutindo por uma garota. Ela é tão importante assim? - Finalmente questionei com apreensão.

Gyu se espantou um pouco. Não aparentava estar esperando uma pergunta como aquela. Pelo menos não no momento.

- Oh... - Se comoveu minimamente. - Ela é apenas uma colega - respondeu escondendo algo.

- Entendi - falei percebendo a mentira.

Com certeza ele estava escondendo algo. Essa tal garota deveria ser alguém muito importante.

- E por que brigaram por ela? - Continuei os questionamentos.

- É que... Bem, não é nada demais, Man-yah. Não se preocupe. Eu e Gon-yok não iremos mais discutir por isso!

Parei de limpar o sangue que havia escorrido por seu rosto e o encarei como uma irmã mais velha.

- Já é a segunda vez que o salvo em uma encrenca com aquele garoto. Não acha que eu devo saber mais sobre essa menina? - Me arrisquei.

Decidi sentar-me ao seu lado e esperar um retorno vindo de meu colega. Eu queria mesmo descobrir mais sobre a tal menina.

- Kim Jo-ey é minha ex-namorada - revelou entortando seus lábios. - Gon-yok está em uma relação com ela agora. Mas acha que eu e ela ainda nos envolvemos.

- Hm... - Demonstrei compreensão. - E ainda se envolvem?

- Eu e ela sempre voltávamos e nos separávamos de maneira contínua. Mas eu nunca trairia Gon. Nos conhecemos há um bom tempo! - Falou confidencialmente.

- Vocês deveriam parar de discutir por uma garota. Assim como disse, ela é apenas uma colega - soltei a última palavra com um tom tóxico.

Era complicado querer ter controle das atitudes de Beomgyu quando o mesmo nem sequer havia cogitado a ideia de ter um relacionamento sério. Ou melhor, não comigo.

- Por que está falando dessa maneira? Está com algum tipo de incômodo? - Interrogou no momento em que eu iniciava um curativo usando uma espécie de algodão.

- Eu?! É... claro que não! - Neguei com nervosismo. - Não há motivo. Por que eu estaria incomodada?

- Porque ninguém resiste ao meu charme. Deve estar com ciúme!

- Não.

- Sim.

- Não.

- Sim.

- Tudo bem, acredite se quiser. Não tenho ciúme! - Teimei bufando.

Gyu soltou um riso anasalado e logo decidiu mudar de assunto.

- Ei, vai sair amanhã cedo?

- Não, mas amanhã tenho aula. - Falei dispensando qualquer compromisso alheio.

- Poxa! Está dispensando seu amigo?! - Indagou debochando de minha negação.

Eu sorri balançando minha cabeça negativamente sem parar.

- Como iria o dispensar se ainda não sei qual é o convite? - Falei o óbvio tentando esclarecer o fato de que eu queria sim estabelcer planos com ele.

Beomgyu observou meu braço se afastar segurando o tecido sujo de sangue. Assim, tendo certeza de que já poderia deixar a inclinação de lado.

- Eu queria te mostrar algo. Mas você tem que confiar em mim - falou em tom meio suspeito.

- Por que?

- Porque deve me encontrar amanhã cedo. O lugar é um pouco longe, então iremos sair de moto pela manhã - explicou.

Me mantive pensativa por alguns longos instantes. Beomgyu era maluco! Poderia me sequestrar, me matar, me humilhar ou até mesmo me jogar da tal moto. Mas se fosse para morrer, eu queria morrer em um encontro. Quero dizer, um quase encontro.

- Tudo bem. Que horas nos vemos?

[ . . . ]

Ainda sem ouvir meu despertador berrando, acordei com gritos de Hwa-yen em meus preciosos ouvidos.

- Lee Man-yah! Lee Man-yah! - Ela aumentava cada vez mais seu tom de voz.

- Oi - virei minha cabeça em sua direção com um olhar raivoso.

- Eu estou namorando! Oficialmente namorando! - Corria de um lado para o outro enquanto dava a informação. - E o melhor... Nos beijamos!

Empolgada, saltei de minha cama sorrindo alegre por minha amiga.

- E como foi? O beijo foi bom? Ele te deu alianças? Posso ser a madrinha do casamento? - Disparei uma série de questionamentos enquanto a garota pulava de alegria.

- Eu teria te dito tudo ontem! Mas quando cheguei, você já estava dormindo - falou me chacoalhando risonha.

- Ah, era só ter me acordado! - Resolvi seu problema. - Mas conte-me logo! Como foi o beijo?

A menina soltou um risinho sapeca e cruzou seus braços pensando em algo.

- Com gostinho de algodão-doce!

- Eca! Então ele não escovou os dentes antes de sair do dormitório?! Ugh... - Acabei com o clima de fofoca.

- É claro que escovou! Pelo menos eu espero que tenha escovado... - Murmurou desviando seu olhar. - Mas comemos algodão-doce antes do beijo!

- Menos pior - compreendi a situação. - Mas a boca do Soobin era macia? Ou era do tipo sola de sapato?

- Sola de sapato?!

- É! Quando a pessoa tem boca craquelada! Sabe, quando está descascando...

- Ah! É claro que era macia! Meu bebezinho passa manteiga de cacau diariamente, meu amor. - Defendeu seu parceiro com melosidade.

- Eca. Fofa demais! - Fiz uma cara de nojo.

- Sua besta!

Poucos segundos se passaram até que meu despertador tocasse ao som de "Habits".

- Por que seu despertador está tocando uma hora antes do que o imaginado? - Quis saber observando eu desligá-lo.

- Porque irei sair com Beomgyu - respondi transparecendo naturalidade.

- Uiuiui!

- Quieta! Quem sou eu perto de Kim Jo-ey?!

𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐌𝐘 𝐒𝐎𝐔𝐋; 𝐜𝐡𝐨𝐢 𝐛𝐞𝐨𝐦𝐠𝐲𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora