Capítulo 5

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No jantar Daniel com a bandeja de comida na mão de repente se senta ao meu lado todo sorridente.
-Como eu sempre te vejo sozinha, resolvi te fazer companhia. Ele disse jogando uma batata na boca e sorrindo para mim.
-É, mas você sabe que eu não costumo me sentar com ninguém. Falei exasperada.
Daniel apenas deu de ombros e continuou a comer normalmente como se eu não tivesse falado.
-Eu já sei o que te aconteceu mas, para você achar essa pessoa que matou a sua família, a sua melhor amiga e o seu quase namorado.... Quando Daniel mencionou "quase namorado" ele fez uma careta engraçada, balançou a cabeça e continuou.
-....Você precisa da ajuda de alguém, Natasha você não pode simplesmente fazer tudo sozinha.
-É claro que posso. Eu disse comendo a minha salada.
-Eu posso te ajudar, Natasha.

Não! Ninguém pode! Eles não   entendem que eu não posso arriscar a vida deles, se eu ficar sozinha a pessoa que matou a minha família não vai matar as únicas pessoas que me restam. Se eu perder mais alguém não vou suportar viver sabendo que o motivo da morte deles sou eu. É nessas horas que eu sinto falta de Madie que sempre me compreende. Sem perceber que eu estava chorando Daniel limpou suavemente uma lágrima na minha bochecha.
-Eu não posso perder mais ninguém, Daniel. Falei em um sussurro.
-Eu vou te ajudar e não vale a pena refilar, porque eu não estou nem aí. El disse me lançando um lindo sorriso tranquilizante.
-Sabe, você fica mais linda ainda quando chora. Daniel acariciou suavemente a minha bochecha e se aproximou mais ainda. Eu já sabia o que ele ia fazer e não tentei o impedir por razões que nem eu sabia. Ainda com a mão na minha bochecha Daniel me beijou suavemente,a sua língua invadindo a minha boca a procura da minha língua. Fechei os olhos e me deliciei com o suave beijo dele.
-Beijas muito bem. Ele disse precionando a sua testa na minha, a sua respiração estava irregular assim como a minha.
-Digo o mesmo para você. Falei e ele sorriu mais uma vez mostrando os seus impecáveis dentes brancos.
-Eu vou te ajudar, e juntos vamos descobrir quem matou as pessoas que amas. Apesar de eu o conhecer a pouco tempo eu acho que eu estou começando a gostar de Daniel e ele de mim. O nosso começo não foi lá muito bom (pelo simples facto de eu o ter mostrado o dedo médio e de ter gritado com ele) mas mesmo assim ele é tão persistente que acabou de conseguir o que queria que era me beijar.Eu sei disso porque quando um cara te segue assim é porque quer te beijar, digo isso por experiência própria, o Ethan por exemplo que antes de eu ser marcada não largava do meu pé.
-Hum estão todos a olhar-nos. Falei olhando ao redor, todos do refeitório estavam a olhar para mim e para Daniel principalmente os meus amigos que nos olhavam com a boca aberta em surpresa menos James.
-Você não gosta de ser o centro das atenções,né? Daniel perguntou.
-Ah não, eu fui o centro das atenções desde que eu cheguei aqui. Falei eu e Daniel rimos.
Começamos a comer novamente o nosso jantar, ninguem falou nada durante muito tempo até que Olivia parou na nossa frente com Perry com um enorme sorriso no rosto. Eu olhei para Perry o meu gatinho de pelo branco e olhos azuis, faz tempo que eu nao o vejo, depois da morte d Madie e Aiden eu o deixei ficar com Olivia.
-Eu pensei que você o ia querer de volta. Olivia disse contornando a mesa e jogando Perry no meu colo que logo reclamou mas depois parou quando eu comecei a alisar o seu pelo branco.
-Hum, obrigado. Agradeci.
-Nós sentimos muito a sua falta. Não precisa gritar eu já sei o que vais falar, mas era só para te dizer. Olivia falou levantando as duas mãos, e começou a se afastar.
-Que lindo! Exclamou Daniel pegando Perry no colo. O gatinho como sempre que é acordado reclamou mas depois parou e começou a ronronar.
-É, ele é mesmo. Falei sorrindo.
-Você já o tinha? Perguntou Daniel distraindo alisando o pelo de Perry.
-Não, eu o fiz.
-Você o fez? Como? Ele perguntou atónito.
-Dã, eu sou uma feiticeira lembra?
-Ah, ok.
Depois só jantar eu peguei em Perry e fui junto com Daniel até o meu quarto. Nem eu e nem ele falamos nada no caminho, quando chegamos na frente da porta do meu quarto  Daniel me deu um breve e suave beijo nos lábios e foi embora me deixando sozinha no corredor com um sorriso idiota e abobalhado nos lábios. Eu entro e acendo a luz do quarto, mas eu quase caio para trás quando vejo James com os braços cruzados no peito me olhando friamente.
-O que você faz aqui, James? Perguntei colocando Perry na cama.
-Você disse que não tinha nada com esse rapaz. Vociferou ele, seu rosto ganhando um tom avermelhado.
-E eu não tenho mesmo. Falei dando de ombros e fingindo indiferença.
-Você me mentiu Natasha! Eu ainda te amo! Ele gritou e se aproximou mais de mim, eu dei um passo involuntário para trás o que fez com que ele ficasse mais magoado.
-Amy te ama. Falei em um tom calmo e suave.
-Mas eu não a amo. Ele disse revoltado se aproximando mais e mais de mim.
-James, não! Levantei as minhas duas mãos para o impedir. Mas mesmo assim ele me agarrou brutalmente os meus braços e me beijou ferozmente e dolorosamente. James me precionou contra a porta fechada me impedindo de escapar, James ainda continuava me beijando dolorosamente. A mão de James foi parar para dentro da minha blusa e subiu até o fecho do meu sutiã.
-Não! Eu o empurrei, James foi lançado pelo meu quarto até que bateu na parede onde estava a TV que partiu pelo impacto. James caiu inconsciente no chão fazendo um barulho enorme no chão de madeira. Eu corri até James que estava sangrando em meio aos cacos de vidro da TV. Lágrimas rolavam pelo meu rosto, por eu o ter magoado. Com as minhas mãos trémulas eu fechei os meus olhos e me concentrei em o curar. Logo senti o familiar calor passar pelo meu corpo e ir parar nas minhas mãos. Eu abro as olhos e vejo que James não está mais sangrando. Graças aos céus! De repente eu me sinto cansada, muito cansada. As minhas pálpebras teimam em se fechar. Amy invade o quarto e olha para James deitado no chão inconsciente e depois para mim, a sua boca estava entre aberta com o choque. Daniel também entra no quarto e corre até mim.
-Você está bem? Ele pergunta preocupado. Eu assinto cansada.
-O que ele te fez? Daniel pegou no meu braço e analisou a marca vermelha das mãos de James. Quando ele voltou a me olhar o seus olhos cinzas agora estavam cheios de raiva.
-Ele não me fez nada. Eu falei fracamente por causa do cansaço. Eu olhei ao redor e percebi que Amy já não estava mais no quarto. Aonde será que ela tinha ido? Me perguntei.
-Ele te beijou a força! Ele gritou seu rosto estava vermelho igual a um tomate. -Me responda, ele te beijou a força? Sua voz estava mais suave agora.
-Sim. Eu não percebi que estava chorando até que Daniel me puxou para perto dele e falou suavemente:
-Não chore Natasha.
Félix invade o quarto com uma enfermeira com um longo cabelo escuro,Agnes e Amy que não demonstrava nenhuma reacção, ela estava muito séria e eu me perguntava se ela sabia o que James viera aqui fazer.
-Vem vamos para o meu quarto. Sussurrou Daniel no meu ouvido se levantando e estendendo a sua mão para mim. Eu peguei na sua mão macia mas os meus joelhos fraquejaram por causa da fraqueza, e eu desmoronei no chão novamente.
-Ela está muito esgotada, curar James esgotou com todas as forças delas. Explicou Agnes quando Daniel a olhou preocupado. Daniel me pegou no seu colo e coloquei os meus braços por volta do seu pescoço.
-Durma. Ele disse com a voz suave só meu ouvido quando nós saímos do quarto. E assim o fiz, eu dormi confortavelmente nos braços de Daniel.

Academy of the guardian. Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora