-Mas Natasha, você não precisa morrer. -Debbie fala pousando a sua mão em cima da minha. -Nós podemos encontrar outro feitiço.
Balanço a minha cabeça.
Por mais que me custe fazer isso era a única maneira. De repente eu me sinto cansada. Fisicamente e emocionalmente.
Acabo desabando para trás nos travesseiros macios da cama.
-Não há outra maneira Debbie. -Digo em um sussurro. Debbie me olha tristemente. -E você sabe disso.
Ela faz que sim com a cabeça.
-Eu vou trazer o grimorio.
E Puf! Desaparece me deixando sozinhau com os meus pensamentos.
Eu não consigo me conter e lágrimas começam a descer pela minha face. Eu teria de me sacrificar para salvar os meus amigos. Mas vejamos pelo lado bom. Eu morreria para salvar o mundo, isso é bom não é? É. Bem eu teria de dizer para Charlotte e meus amigos que eu encontrei um feitiço mas, eu não diria qual. Se fosse para eu morrer eu morreria sem que os meus amigos soubessem.
Olhei para o relógio de cabeceira. Eram vinte horas. Uau como o tempo passa rápido.
Debbie aparece novamente trazendo um grosso e velho livro com capa dura de couro.
O grimorio.
Me sento erecta na cama.
Debbie se senta na minha frente e direcciona os seus olhos azuis para mim.
-Pronta? Pergunta.
Asssinto.
Debbie abre o livro com cuidado. As folhas do livro de feitiços eram finas e amareladas. Assim que encontrou a página que queria, Debbie me entregou o livro.
-Aqui. Diz apontando para um parágrafo.
Leio o que está escrito:
Para selar uma alma a outra é preciso pegar um fio de cabelo ou sangue da pessoa que desejas selar a alma com a sua depois junto com o seu sangue dirás as seguintes palavras:
O resto do parágrafo dizia para mim dizer palavras que para mim eram incompreensíveis mas que, com algum esforço eu conseguiria dizer.
Mas o que estava realmente me preocupando era: como eu pegaria um fio de cabelo de Agnes ou um pouco de seu sangue sem que ela desconfia-se de tudo?
-O que foi? Pergunta Debbie vendo a minha expressão alarmada.
-Só tem um problema. -Digo coçando a minha nuca. -Como eu vou pegar um fio de cabelo ou um pouco de sangue de Agnes?
-Não se preocupe. -Debbie balança a mão. -Eu posso conseguir isso.
Acordo bem cedo, seis horas da manhã. Eu não estava a fim de sair da cama, mas era necessário.
Hoje seria o dia, o dia da grande revelação. Só de pensar nisso o meu estômago dava mil e uma voltas.
Charlotte me ajudou a colocar um vestido simples branco que tapava por completo a minha cicatriz no ombro e arrumou o meu cabelo abilmente.
Saio do quarto e sigo directo para a sala de trono. Lá eu só encontro Agnes sentada com um sorriso de escárnio estampado no rosto.
Engulo em seco e reprimo a sensação de náuseas.
Me aproximo dela, Agnes se levanta e abre os braços como se fosse me abraçar.
-Natasha, esta pronta? Pergunta.
Assinto.
-Sim. Respondo.
Agnes balança a mão e diz coisas incompreensíveis. Faíscas azuis começam a sair de seus dedos e de repente uma fumaça negra começa a parecer no meio da sala. Logo a sala foi preenchida por um cheiro horrível de enxofre e prodidão.
Criaturas horríveis começaram a tomar forma em meio a fumaça. Tinha pelo menos dez criaturas que tinha o corpo de um ser humano mas a face era toda desfigurada e no lugar dos olhos apenas aviam dois espaços negros.
As criaturas se curvaram diante de nós duas.
-Supremas feiticeiras. Disse uma delas, a sua voz era esganiçada.
-Vocês já sabem o que fazer. Disse Agnes.
As criaturas balançam a cabeça em afirmativo e desaparecem.
Me lembro das palavras de Charlotte enquanto arrumava o meu cabelo mais cedo.
-Não se preocupe querida, tudo vai dar certo.
Me cento, espero...espero...espero...
As criaturas aparecem agarrando Desdemona que estava com a expressão assustada, Lilith com uma expressão de nojo e ódio, as duas damas de Lilith e Desdemona assustadas e Charlotte que não demonstrava nenhuma expressão.
-O que significa isso, Agnes, Natasha? Pergunta Lilith gritando e se balançando tentando se soltar. Eu reparo que ela balança as mãos tentando fazer um feitiço mas em vão, os seus poderes estavam bloqueados.
-Não se preocupem, Natasha vai explicar tudinho para vocês. Diz Agnes divertida.
Todas as prisioneiras olham para mim.
Sinto a minha espinha gelar.
Com algum esforço sorrio maléfica e rio.
-Vocês ate agora não entenderam? -Pergunto me levantando. Desço os degraus de mármore para ficar perto delas.
-Vocês ainda não perceberam que não podem usar os vossos poderes?
-O que você fez sua pirralha! -Grita Lilith se balançando mais ainda. -Eu confiei em você!
Rio e balanço a minha cabeça.
-As vezes nem sempre é o bem que vence, Lilith. -Cuspo as palavras. -Decidi me aliar a Agnes... -Continuo. -...Se vocês forem inteligentes o suficiente vão se juntar a nós também. Lilith olha de Agnes para mim com o rosto vermelho, mais vermelho que o seu cabelo.
-Foi Você que matou Esther. Diz ela, seus olhos marejados.
Me viro para olhar para Agnes.
Ela apenas dá de ombros como resposta.
-Vocês vão nos matar. Fala pela primeira vez Desdemona. Isso não era uma pergunta mas sim uma afirmação.
-Você conseguiu tudo o que queria, Agnes? Pergunta Charlotte friamente.
Agnes volta o seu olhar de desprezo para Charlotte. Ela se levanta e se aproxima dela.
-Ainda não, Charlotte. Ainda não.
E ri. Uma risada maléfica.
Sem aguentar mais pouso a minha mão no ombro de Agnes e olho para os monstros horríveis que Agnes criou.
-Podem leva-las. Comando.
Eles assentem e saem da sala arrastando as supremas feiticeiras, as suas damas e Charlotte que me lança um último olhar e sorri.
Uma hora depois enquanto eu estava sentada absorvida em meus pensamentos John entra na sala de tronos acompanhado com seu pai. As feições de ambos estavam duras, eles eram tão parecidos que chegava a assustar.
-Porque você fez isso, Natasha? Pergunta John entre dentes.
-John...
-Você é uma traidora, a minha mãe, Charlotte, as supremas feiticeiras e suas damas estão todas em uma cela imunda. Eu pensei que você era minha amiga. Me corta o coração ouvir John falando desse jeito mas era o único jeito.
-Um dia vocês vão entender. Digo sem pensar.
-Não sei como, você se voltou para o lado negro. E vai embora acompanhado de seu pai que agora parece destroçado. Dava para ver que Alexander amava Lilith mais do que tudo.
Os próximos dias passaram cinzas e sombrios. Os criados do palácio trabalhavam sempre calados e assustados e os monstros de Agnes estavam por todo o lado.
Eu estava no meu quarto quando Debbie apareceu trazendo entre os seus dedos fios de cabelo negro.
-É de Agnes. Diz ela. Pego os fios de cabelo e coloco dentro da tigela. Arranco alguns fios de cabelo meus e com uma lâmina corto um pouco da palma da minha mão. O sangue caia lentamente na tigela de vidro, quando já era o suficiente ato a minha palma sangrenta com uma atadura e abro o grimorio.
Fecho os meus olhos e respiro profundamente e quando os abro começo a ler o texto em latim. As palavras saiem de minha boca metodicamente, era como se fosse uma canção. Quando termino de começo não acontece nada mas depois sinto o meu peito apertar e o quarto só meu redor dar voltas. Estava ficando difícil respirar.
_Natasha, meu deus. Exclama Debbie preocupada.
Logo a dor vai embora.
_Eu estou bem. _Digo me endireitando._Esta feito.
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Academy of the guardian. Livro 2
FantasyNatasha nunca se sentira tão triste e sozinha. depois de quase todas as pessoas que amara morrerem Natasha não suportará viver sabendo que foi o motivo da morte de todos principalmente de Aiden que a salvara e morrera. Mas isso mudará quando conhece...