Capítulo 17

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Como sempre que viajo usando os portais, senti num peso no meu corpo que logo foi substituído por um grande alívio. Quando abri os meus olhos eu vi uma grande mesa de madeira que corria de um lado do cômodo para o outro, avia seis cadeiras de madeira de costas altas, elas estavam preenchidas com os membros do conselho que estavam usando uma bata preta com lindas marcas na cor prateada. Os membros do conselho estavam todos sérios assim como Agnes e Desdemona que estavam de pé em frente a mesa. Eu percebi que ainda segurava a mão de Lilith com tanta força que ambas as mãos
-minha e dela- estavam com os nós dos dedos brancos. Soltei a mão de Lilith no mesmo momento em que Debbie com a sua voz brincalhona e enojada disse:
-Pelos vistos não é boa coisa. E riu, eu me virei para ela e a fuzilei com o olhar, mas infelizmente não adiantou de nada porque ela não parou de rir. O único barulho na sala silenciosa era o da risada de Debbie que, eu tenho a certeza absoluta, que só eu podia ouvir. Debbie só parou de rir quando o salão foi preenchido pela voz de um membro do conselho muito alto para um ser humano normal.
-Supremas feiticeiras, ainda bem que chegaram. -Eu percebi que ele forçou um sorriso. -Por favor queiram se sentar. O homem indicou uma mesa muito menor do que a deles com quatro cadeiras. Eu segui Lilith até a mesa e me sentei ao lado dela. Entrelacei as minhas mãos por cima da mesa e falei:
-Então, -Olhei para Debbie que estava num canto do cômodo roendo as unhas perfeitas. -Pelas vossas caras, a coisa é bem grave. Digo por fim, o conselheiro que a apenas alguns minutos nos disse para nos sentar estreitou os olhos para mim mas acabou respondendo:
-Sim suprema feiticeira, a coisa é grave.
-Então nos diga, Titus. Pediu Lilith rompendo o silêncio que se instalara. Por um momento eu vi Titus hesitar e, naquele momento eu percebi que a coisa era mais do que grave. Nas reuniões anteriores, que uma foi no Japão, que eu aliás adorei aquele país mas odiei a comida (porque diabos alguém come peixe cru?), e a outra foi no Brasil onde a sede do conselho ficava justamente aonde? Sim, no Rio de Janeiro, mas infelizmente eu só fiquei lá dois dias, essas reuniões não foram lá grande coisa, a que foi no Japão o conselho japonês estava reclamando que tinha poucas escolas de guardiões nas cidades e, na do Brasil foi um pouco mais séria porque os brasileiros estão preocupados com os guardiões que estão preferindo se juntar com os monstros. Fui tirada do meu devaneio com a voz fina de uma conselheira:
-Supremas feiticeiras, nós descobrimos que... -A mulher hesitou o que, me irritou, ao invés de falar logo fica hesintando como se estivesse com medo. -Nós descobrimos que os guardiões já não estão se juntando mais com os monstros. Terminou por fim, ela parecia pálida e os seus olhos verdes nos encaravam atentamente.
-Mas isso é uma coisa boa, não é? Perguntei, eu realmente não sei o que me deu para perguntar mas, pronto a pergunta já foi feita.
-Mas é mesmo uma loira burra. Ouvi Debbie murmurar, mas não a liguei, eu continuava olhando para a conselheira que balançava a cabeça.
-Não, os guardiões todos, estão sendo assassinados. Disse um outro membro do conselho. Pela minha visão periférica eu vi Lilith se levantar e bater com o punho na mesa fazendo um barulho tremendo.
-Mas por quê só estão nos falando isso agora? Ela perguntou, agora eu estava realmente a olhando, eu vi que ela olhava friamente para cada membro do conselho.
-Suprema feiticeira nós... -Titus levantou as mãos e proceguiu.
-Nós querias primeiro investigar. Lilith olhou para Titus um tanto surpresa e com a testa franzida. Depois foi aí que no bicho pegou. Lilith começou a falar um monte para o membro do conselho que elas deveriam ter avisado a muito tempo, o conselho apenas ficou ouvindo o sermão de Lilith. Agnes tentou intervir com a sua voz doce e amável mas acabou recebendo um baita de um cala boca de Lilith, Desdemona a mais sábia de todas que até pouco tempo estava sentada balançando a cabeça em descontentamento se levantou e concordou plenamente com Lilith porque, o conselho irlandês deveria ter as avisado a muito tempo e, segundo o conselho faz mais ou menos duas semanas que os guardiões estão desaparecendo e sendo encontrados com as gargantas cortadas ou mutilados. Titus ao que me deu parecer, era o chefe do conselho e tentou se explicar, mas infelizmente não adiantou de nada. Debbie que estava até pouco tempo roendo as unhas agora estava atenta na discussão e estava rindo muito. E eu, bem, lá estava eu intediada enquanto ouvia todos discutirem e Debbie gargalhar que nem uma louca varrida. Eu simplesmente me  levantei e sai porta à fora sem se importar com o que Lilith, Agnes ou até mesmo Desdemona que quase não falava e se importava me iriam falar, e como sempre ainda gargalhando que nem louca Debbie me seguiu. Quando eu sai eu vi vários prédios de tijolos grudados um aos outros o que me fez pensar que eu não estava apenas na sede do conselho como eu também estava na escola de guardiões. Todas as minhas suspeitas foram mortas quando um sino tocou muito alto e vários alunos com a t-shirt branca com a estrela na cor dourada saíram dos prédios conversando alegremente.
-Bons tempos. Disse Debbie ao meu lado melancólica. O que me fez perguntar num sussurro, claro eu não queria que esses alunos achassem que eu era uma louca:
-Você era uma guardiã? Debbie apenas assentiu e continuou olhando para a horda de alunos que conversavam até que, uma garota muito alta com um cabelo cor de cobre encaracolado olhou para mim e depois para a minha tatuagem e sussurrou algumas coisa para os seus amigos que, me olharam todos ao mesmo tempo. Eu fiquei meio constrangida porque, pô eles não paravam de me encarar até que, a garota de cabelos cor de cobre veio até mim e falou;
-Você é a Natasha, não é?
-Sim. Respondi pigarreando.
-Ah, -Ela sorriu. -Eu sabia que era você. Disse por fim, um dos seus amigos um grandalhão com uns olhos castanhos e cabelo cor de areia disse:
-Isso era óbvio Kelly, pela tatuagem maneira dela. Ele piscou os olhos para mim o que nem não pude deixar de pensar que ele estava flertando comigo e sorriu malicioso. Kelly olhou para ele irritada e depois olhou para mim novamente.
-Então, suprema feiticeira, -Ela disse fria. -O que fazes aqui? Na Irlanda? Ela gargalha e suas sombras (digo o grandalhão, um outro garoto e mais duas meninas) riram também.
-Mas é mesmo uma vaca. Murmurou Debbie olhando para Kelly e seus amigos. Eu tive vontade de gargalhar mas me conti e apenas respondi com a voz esganiçada:
-Reuniões.
-Natasha! Ouvi Lilith gritar atrás de mim, Kelly e seus amigos olharam por cima do meu ombro o que me fez virar para ver Agnes, Lilith e Desdemona vindo me minha direcção.
-Vamos embora, pessoal. Ouvi Kelly dizer e se afastar.
-Sim?
-Porque saiu? Perguntou Desdemona com os seus enormes e brilhantes olhos dourados. Sabe eu até gostava de Desdemona, ela era linda com o seu cabelo branco curto e os seus grandes olhos dourados, mas o problema era que 1:ela quase não falava e 2: ela só falava ou era para me dar um sermão ou para falar um monte de coisa sabiamente, o que meio que me irritava.
-Bem, -Comecei afastando uma madeixa de cabelo que entrou na minha boca. -Vocês estavam discutindo e eu meio que...fiquei aborrecida. Digo por fim.
-Nós não estávamos discutindo! Diz Agnes indignada. Eu ri e balancei a minha cabeça.
-Não? -Arregalou os olhos e me aproximei de Agnes, fiquei tão próxima a ela que a ponta dos nossos narizes podiam se tocar mas, para a minha infelicidade Agnes era muito mais alta do que eu. -Bem, não foi o que me pareceu. Digo por fim me afastando.
-Natasha, nós apenas... -Agnes tentou encontrar a palavra certa. -Nós apenas chamamos a atenção do conselho. Terminou sorrindo contente consigo mesma. Olhei em volta e vi que não avia mais nenhum aluno no Campus e Debbie tinha desaparecido por completo o que, me agradava e muito porque bem, Debbie é chata e sempre vem com nos seu comentários ofensivos.
-Vamos embora agora? Pergunto cruzando os braços. Desdemona balança a cabeça.
-Não querida. Temos de investigar essas mortes porque, pelo o que o conselho nos falou não conseguiram encontrar nada. Respondeu.
-Ah. -Digo encolhendo os ombros. -E vocês acham que investigando novamente vão conseguir descobrir alguma coisa? Lilith sorri maliciosa.
-Com certeza.
    A directora da escola, uma mulher com cabelos brancos chamada Melanie nos levou até os nossos quartos e, é claro que eu fiquei num quarto enorme sozinha. Ela nos disse que infelizmente não avia uma sala de refeições particular para os professores por isso, todos os professores e alunos comiam  juntos no refeitório e que, connosco não seria diferente. E lá estava eu indo sozinha para o refeitório porque Agnes, Desdemona e Lilith tinham que fazer sei lá o quê. Sinceramente eu não sei porque elas tipo, me obrigaram a participar das obrigações das supremas feiticeiras se elas praticamente me excluíam de quase tudo. Bem, eu fiz o meu caminho até o prédio de tijolos onde estava escrito "Refeitório" que por acaso estava grudado a um outro prédio que estava escrito "Enfermagem". Quando eu cheguei no refeitório ninguém me olhou, muito pelo contrário, só ficaram ali conversando, comendo e rindo. Passei por entre as mesas de piquenique até chegar na mesa onde tinha o Buffet, os pratos e os talheres. Agarrei um prato e talher e me servi com um bom arroz, feijão, batata frita e um bom bife bem passado. Quero dizer eu estava realmente com fome e eu fiquei ao que parece umas duas horas trancada no quarto e, graças a Deus sem nenhum sinal de Debbie. Eu realmente não sabia aonde eu iria me sentar até que, o grandalhão de cabelos cor de areia, sabe amigo de Kelly acenou e gritou na sua mesa:
-Hey Natasha, -Eu olhei para ele e ele estava sorrindo que nem um idiota para mim, mas eu tinha que admitir ele era um gato. -Vem se sentar connosco. Eu comecei a andar até a mesa onde ele estava sentado com Kelly, um outro garoto e mais duas meninas. Me sentei ao lado dele e logo falei:
-Oi. O grandalhão que eu nem sabia o nome sorriu para mim mais amplamente e disse:
-O meu nome é Bradley. -Bradley estendeu a mão enorme para que eu aperta-se e assim o fiz. A mão de Bradley era áspera e quente.
-E esses, -Continuou ele. -São Mike, Kristin e Kristie.
Kristin e Kristie eram irmãs gémeas muito bonitas com cabelos castanhos encaracolados e pele café com leite. Já Mike era também muito bonito tinha um cabelo castanho e era extremamente pálido. Eles ao contrário de Kelly sorriam. Kelly apenas me ignorava comendo a sua salada com atum.
-Ah, -Digo forçando um sorriso.
-Prazer em conhecer-vos.
-O prazer é todo nosso, baby. Bradley fala enfiando um enorme pedaço de pão na boca. Sério. Ele parecia um porco comendo vocês deviam ver, e os amigos deles fingiam não perceber. Peguei no meu garfo e comi um pouco da minha comida.
-Então, Natasha não é? -Disse Kelly jogando o seu belo cabelo cacheado para trás e sorrindo venenosamente para mim. Assenti e ela continuou. -Como é ser você sabe, feiticeira? Antes de responder eu engulo o enorme pedaço de bife.
-Não é grande coisa. Respondo.
-Ah, vá lá, Natasha. -Kelly disse balançando a mão entediada.
-Fazer feitiços e tal não é legal? Ela arqueou uma sobrancelha.
-É. concordei colocando outro pedaço de bife na boca.
-Mas sabe, -Kelly tomou um pouco do seu suco de laranja e continuou. -Tem uma parte aí que eu devo concordar com você. Ah, certo agora mais do que nunca eu queria ouvir o que essa vagaba queria dizer. Porque, puxa, Kelly realmente parecia uma. Ela estava usando uma saia preta colada curtíssima, uma meia calça preta, a t-shirt da escola e uns saltos assassinos. Eu olhei para ela e perguntei:
-Ah é? E qual seria essa parte? Bradley, Kristin, Kristie e Mike pararam de comer instantaneamente e ficaram atentos a nossa conversa, quero dizer a minha e a de Kelly.
-O facto de não poder namorar. Eu ri. Eu realmente ri, pela simples idiotice que essa vagaba acabou de dizer. Pelo amor de Deus se Lilith era casada e tinha um filho e com certeza Desdemona e Agnes também tiveram uma paixonite, porque diabos eu não namoraria. Eu estava suspeitando que Kelly e seus amigos não sabiam disso pelo simples facto de terem me perguntado, ou melhor Kelly ter me perguntado. Finalmente parei de rir e limpei as minhas lágrimas.
-É claro que eu tenho namorado. Digo ríspida. Kelly apenas me olha com cara feia.
-Como ele se chama? Pergunta Kristin. As gémeas apesar de serem idênticas eram bem diferentes porque, Kristin pintou as pontas do seu cabelo de cinza e Kristie não, por isso basta você olhar para o cabelo delas e tudo ficará bem.
-Ele se chama Daniel. Respondo colocando uma outra colher de arroz com feijão na boca.
-Ah, é um nome bonito. Diz dessa vez Kristie. Ah, mas isso não ficaria assim não, por isso quando eu finalmente terminei de comer me virei para Kelly e perguntei:
-E você Kelly, tem? Ela olha para mim com a cara de confusão.
-Se eu tenho o que?
Eu sorri.
-Um namorado, hora. Digo estalando a língua.
-Ah, -Ela diz e olha para Bradley. -Bradley é o meu namorado.
Ainda comendo que nem um nem um animal (um porco) levantou a cabeça e com a boca cheia concordou. Kelly apenas olhou para ele decepcionada e dando um muxoxo. Não era de se admirar que ela estivesse tão decepcionada com o namorado claro, o cara apesar de ser um gato era um porco quando comia.
-Bem, o meu namorado é o Mike. Disse Kristin se agarrando a Mike que sorriu e a beijou. Eu olhei para Kristie que estava com os olhos baixos.
-E você, Kristie?
-Ah. Ela levantou a cabeça e pigarreou. -Eu...não tenho...namorado. Ela disse.
-Kristie gosta do Sam, só que ela nunca tem coragem de falar isso para ele. Disse Kristin apalpando os cabelos cacheados da irmã.
-Quem é Sam? Perguntei.
-É aquele ali. Kelly apontou para um garoto negro musculoso com a t-shirt da escola muito bonito. Sam estava rodeado de meninas que ficavam praticamente babando por ele.
-É bonito. Digo é vejo que Kristie fica vermelha que nem um tomate.
-É. Ela concorda fracamente.
-Mas ele nunca vai ao menos olhar para a minha cara. Ela diz melancólica. Uou. Ela realmente parecia triste. Isso já me aconteceu várias e várias vezes quando eu ainda não tinha sido marcada. Eu já gostei de vários rapazes populares mas eles em vez de escolherem as inteligentes (como eu, rsrsrsrs) escolhiam as mais vagabas e idiotas da minha escola.
-Mas porque? Perguntei.
-Dã, ele é hipermega popular e olha, -Kelly apontou para as garotas lindas babando por Sam. -Ele é rodeado por garotas lindas. Termina por fim.
-Ei! Mas Kristie é lindíssima. Elogio e a vejo ficar mais vermelha ainda. -E além do mais, o que importa não é a aparência e sim o carácter. Sorrio contente comigo mesma. Sabe, eu podia virar especialista nessas coisas de auto estima. Sério. Eu realmente era boa nisso, desde criança.
-É mas parece que para Sam o que importa é que ela seja linda e burra. Disse sarcástico Bradley o que fez com que ele levasse uma bela cotovelada no estômago de Kelly.
-Ei! -Protestou ele. -Porque você fez isso?
-Para você parar de ser burro. Rosnou Kelly.

Academy of the guardian. Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora