Capítulo 13

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-Daniel. O chamo. Nós estávamos abraçados na cama nus. Daniel acariciava as minhas costas nuas enquanto eu estava com a cabeça no seu peito forte.
-Sim, amor? Ele perguntou gentilmente.
-Cris pode aparecer a qualquer momento. Digo eu realmente não queria estragar o nosso momento mas eu não queria que Cris aparecesse e nos visse nus.
-Não se preocupe, Cris não irá aparecer agora. Ele me beija suavemente nos lábios. -Como você é linda. Ele diz, eu suspiro feliz e me aninho mais a ele. Eu nunca pensei que fazer isso era tão bom e principalmente com a pessoa que você ama.
-Você é muito bom. Falo com um sorriso malicioso nos lábios.
-Ah, sim. Estarei sempre a sua disposição. Eu rio e o beijo novamente. Quando nossos lábios se separam olho para o meu relógio e...cacete já são vinte e três horas e eu precisava ir com certeza eles invadiram o meu quarto preocupados comigo. -Eu preciso ir. Falo me sentando. Logo o sorriso de Daniel se desvanece e ele faz biquinho.
-Mas ainda só são dezassete horas.
-Sim mas, em Paris são vinte e três. Me levanto da cama e começo a catar as minhas roupas jogadas no chão, mas o único problema é que eu não acho o meu sutiã que era a única peça de roupa que faltava. Olho para debaixo da cama mas também não está lá.
-Procurando isso? Pergunta Daniel segurando o meu sutiã preto de rendas com um enorme sorriso nos lábios.
-Sim. Será que me podes dá-lo? Pergunto mas ele balança a cabeça negando.
-Sério Daniel, eu preciso ir. As feiticeiras devem estar a minha procura. Falei colocando o meu shorts e a minha sapatilha.
-Toma, mas eu a quero ver daqui uma semana, ok? Ele me puxa para um beijo quente. Agarro o meu sutiã das  mãos dele e o coloco. Depois de colocar a minha t-shert beijo Daniel mais uma vez e abro o portal.
    Quando saio do portal vejo várias pessoas que conheco e não conheco aglomerados no meu quarto. Todos estavam olhando para mim aliviados.
-Querida! Charlotte sai do meio das pessoas e corre até mim me abraçando. -Oh! Eu estive tão preocupada com você. Choramingou Charlotte.
-Para onde você foi, sua pirralha? Pergunta Lilith fria, só de ouvir a sua tediosa voz eu já fico enojada.
-Não te interessa. Retruco no mesmo tom que Lilith. -Vocês não mandam em mim! Eu não vou ficar trancada nesse palácio! Continuo cruzando os braços.
-Querida, ninguém a tranca no palácio. Diz gentilmente Agnes me fazendo revirar os olhos, eu já estava cansada de tudo e de todos.
-Me poupe. digo revirando os olhos. -Porque todo esse aglomerado de pessoas? Pergunto fria.
-As supremas feiticeiras estavam preocupadas com você. Diz uma mulher. Ele tinha um cabelo cinza comprido, ele estava preso em uma trança, os olhos da mulher era de um cinza vazio, ela era alta e magricela e tinha em torno de cinquenta a sessenta anos resumindo e concluindo ela era absolutamente assustadora.
-E quem é você? Pergunto franzino atesta.
-Meu nome é Morgana, eu sou a dama de Agnes. Ah deus como a voz dele era enjoativa.
-Hum uh, será que vocês podem sair do meu quarto? Me levanto, passo pelas pessoas que a maioria não conheço e abro a porta e indico para que eles saiam.
-Nós não vamos sair, porque nós estamos aqui para ter uma conversa séria com você. Disse Desdemona o seu semblante estava sério. Fechei a porta com força de mais e me virei para elas. A maioria era do conselho com os seus olhos verdes colados em mim, ao lado de Desdemona avia uma mulher baixa com um curto cabelo loiro e olhos castanhos claros. Deduzi que ela fosse a dama de Desdemona, ao contrário de Agnes a dama de Desdemona ela era linda e não vazia e assustadora igual Morgana. A dama de Lilith também era muito bonita com um grosso cabelo ruivo igual ao de Lilith e uns olhos verdes. Olhei para Charlotte que estava calada e com a cabeça baixa.
-Está tarde pelo amor de deus! Estou cansada. Digo por fim.
-Onde você estava? Pergunta Agnes me ignorando.
-Isso não vos diz respeito. Falo nem um pouco gentil, os meus olhos estavam a se fechar e a minha barriga roncava, faz horas que eu não me alimento. Me sentei na poltrona esgotada.
-Tudo que está relacionado a Você nos diz respeito. Disse seriamente Desdemona com os braços cruzados e batendo o pé impacientemente no chão de mármore branco.
-Bem já que vocês querem saber...eu estava em Los Angeles com o meu namorado. Digo sarcástica.
-Ah! Estávamos que nem loucos preocupados com você e você sua pirralha estava com o seu namoradinho?! Gritou Lilith o seu rosto pálido ganhando um tom avermelhado.
-Eu não sou nenhuma pirralha! Exclamei me levantando de súbito e despertando totalmente.
Lilith joga a cabeça para trás e dá uma gargalhada assustadora, aquelas gargalhadas que os maus da fita em filmes dão. Todos estavam olhando para ela e eu principalmente de cara feia.
-É claro que és, você não tem orgulho dos poderes que possuis! Você pensa que está aqui apenas para ficar com a bunda colada na cama ou abrir portais e se esgueirar para os Estados Unidos e ficar com o seu namorado! Mas não. A partir de hoje você não terá uma vida fácil você será uma verdadeira suprema feiticeira. Berrou Lilith agora todos estavam com as bocas escancaradas com o tom frio e duro de Lilith. Por mais que fosse difícil de admitir até eu me escolhi com o tom frio dela, acabei desabando novamente na poltrona.
-Mas eu não quero ser uma suprema feiticeira. Digo, a minha voz soava fraca.
-Você não tem escolha Natasha, este é o seu lugar. Disse suavemente Desdemona. Eu me  levantei novamente da poltrona e falei:
-E se eu quiser reivindicar o meu lugar? Aqueio uma sombrancelha. Charlotte fez um ruído estrangulado e colocou a mão no coração. Não era apenas ela que estava surpresa pelo que eu acabei de falar, mas sim todos olhavam para mim com as bocas abertas.
Lilith balançou a sua cabeça fazendo o seu cabelo ruivo balançar de um lado para o outro.
-Você é louca? Ela disse num sussurro com cara feia. -Você não pode reivindicar o seu lugar.
Agnes se aproximou de mim, o seu semblante estava sério.
-Você quer reivindicar o seu lugar? Ela perguntou.
-Vocês entendem chinês? Digo bruscamente. -Vocês me ouviram muito bem. Continuo fria.
-Você não pode fazer isso, você não pode fazer isso com Esther. Disse Gael próximo a Desdemona.
Charlotte andou até mim, os seus olhos estavam brilhantes e os seus lábios tremiam. Quando chegou disse:
-Querida, por favor não faça isso. O tom de Charlotte era tão suplicante. Por mais que eu não quisesse magoar Charlotte eu tinha, eu não quero ser uma suprema feiticeira, eu só quero ser uma guardiã normal, eu quero voltar para a escola terminar o meu treinamento e depois voltar...
Pera aí, eu não tenho mais família.
-Não se meta, Charlotte. Ouvi Agnes dizer e logo fui puxada para fora dos meus pensamentos. Charlotte se levantou e encarou Agnes com raiva, Charlotte era bem pequena comparada a Agnes, mas a sua coragem era imensa ao ponto de enfrenta-la.
-Eu sou a dama de Natasha, eu sirvo para aconselha-la. Ela disse sua voz não mais doce. Agnes sorriu mas não do jeito que ela costuma sorrir, ela sorriu de um jeito frio, o seus olhos estavam observando Charlotte duramente. Agnes levantou a mão direita e faíscas azuis saiam ameaçadoramente. Mas Charlotte não recuou nem um pouco apenas continuou olhando para Agnes.
-Eu disse para você não se meter. Agnes rosnou. Relutantemente Charlotte recuou e não falou mais. Estranho, muito estranho eu nunca vi Agnes se comportar dessa maneira ela era tão doce e boa agora, Lilith é o contrário esse jeito frio e ameaçador eu podia ver todos os dias. Satisfeita com si própria Agnes baixou a mão e se virou para mim com um sorriso doce.
-É mesmo isso que você quer? Agora eu já não tinha mais certeza, eu tinha me apegado a Charlotte que era como uma mãe para mim e eu realmente não queria deixar-la. Por mais que custasse para mim mesma acabei balançando a cabeça em um não e ouvi Charlotte dar um grande susupiro como se ela tivesse segurado o ar por muito tempo.
-Foi o que eu pensei. Ela disse ainda sorrindo. -Muito bem, a nossa conversa está encerrada vamos deixar a suprema feiticeira descansar.
    Quando todos saíram do quarto me joguei na cama exausta, mas eu me levantei novamente porque avia uma questão que fazia os pêlos da minha nuca levantarem.
-Charlotte. Chamei, ela saiu do closet carregando o vestido que a velinha me tinha vendido hoje. -Sim,querida? Ela perguntou. Charlotte colocou o vestido delicadamente no sofá branco e o alisou.
-O que aconteceu entre você e Agnes? Perguntei. Mesmo de costas para mim eu vi Charlotte parar de alisar o vestido. Seus ombros de repente ficaram tensos, ela se virou para mim.
-Não acontece nada entre nós duas, querida. Ela sorri, mas eu percebo que o seu sorriso é nervoso. -Olha. Charlotte vem até mim e se senta na cama de frente para mim. -Nós apenas não nos damos bem é só isso. Ela colocou a sua pequena mão em cima da minha.
-O que aconteceu?
-Bem querida, desde a morte de Esther as coisas entre nós mudaram. Charlotte falou e desviou os seus olhos dos meus e, naquele momento eu percebi que ela não estava me contando tudo. Decidi deixar para lá, porque depois eu iria bombardea-la com perguntas.
-Ok. Digo finalmente.
-Que tal um banho? Pergunta Charlotte gentilmente.
Balanço a minha cabeça, estou cansada de mais para me levantar ou de até mesmo comer apesar da minha barriga estar doendo para caramba. Encosto a minha cabeça nos meus travesseiros macios e adormeço rapidamente com Charlotte alisando o meu cabelo.
      Eu estava num lindo campo. O campo tinha flores lindas crescendo, um grande lago não muito longe de onde eu estava, árvores e uma casinha de tijolos com chaminé. De repente a porta da casa se abre e Esther sai de lá carregando um cesto. Assim que me vê ela sorri e vem até mim.
-Querida, quer me ajudar a pegar algumas flores? Ela pergunta os seus gentis olhos azuis brilhando. Balanço a minha cabeça e me agacho junto com Esther para pegar as flores.
-Esse é mais um daqueles sonhos na qual você me alerta ou me avisa sobre uma coisa? Pergunto. Esther tira os olhos do que estava fazendo e me olha, ela não estava mais sorrindo.
-Nem sempre as pessoas que parecem ser más são seus inimigos e, nem sempre as pessoas que parecem ser boas são seus amigos. Ela disse. Eu me lembrei a messes atrás quando vovó apareceu no meu quarto e disse a mesma coisa. Graças a Madie eu tinha entendido mas eu não sabia quem pode estar fingindo ser meu amigo. Aline, vovó, e até os fantasmas já disseram que eu não posso confiar em ninguém, mas eu não creio que seja um dos meus amigos ou Agnes, mas sim Lilith.
-Foi Lilith que te matou, né? Perguntei novamente.
-Isso terás que descobrir sozinha. Ela sorri e uma sombra assustadora com olhos vermelhos sangue a agarra a levando longe. Outra sombra corre até mim ameaçadoramente, eu me levanto e começo a correr, gritando por ajuda mas eu tenho certeza que não há ninguém mais. A sombra me agarra tão forte pela cintura que me machuca.
Eu grito. E depois sou puxada para a escuridão.
    Sinto alguém balançar-me. Abro os olhos e vejo John com a cara de preocupação. Sento-me na cama, a minha respiração está muito acelerada e o meu coração bate a mil por hora.
-O que você está fazendo aqui? Pergunto o olhando.
-Bem, -Ele começa. -Eu estava passando pelo corredor e ouvi você gritar. John se levanta do chão e se senta na minha frente.
-Foi apenas um sonho ruim. Digo desviando o meu olhar dele.
-Onde você estava ontem? Ele muda de assunto.
-Com o meu namorado. Falo simplesmente.
-Ah. Quando eu volto a olhar para John eu percebo que ele está olhando para os meus lábios e rapidamente falo:
-É melhor você ir eu, uh, preciso me trocar.
-Claro, nos vemos no café da manhã. Ele sorri e o observo sair do quarto. Passa alguns segundos e Charlotte entra no quarto com a mesma cara de preocupação que John.
-O que aconteceu querida? Ela pergunta alisando a minha bochecha carinhosamente.
-Um pesadelo. Respondo. Olho para o meu relógio e vejo que acordei cedo hoje, ainda só são seis e meia. Uau! Charlotte acorda muito cedo.
-É por isso que você acordou cedo. Ela diz como se tivesse lido os meus pensamentos e eu acabo rindo.
-Pois é.
Charlotte se senta na cama e diz:
-Hoje você será uma suprema feiticeira de verdade. Por isso eu preparei o vestido que compramos ontem. Eu olho para o vestido que estava arrumado em cima do sofá branco do meu quarto.
-Infelizmente sim. Digo melancólica.
-Ah, querida não fale assim. Ser uma suprema feiticeira não é ruim, você vai gostar tal como Esther gostava. Eu olhei para Charlotte ela se parecia muito com a minha mãe falando.
-Mas o problema é que eu não sou Esther. Me levanto da cama e abraço o meu corpo. -Ela nasceu feiticeira, ela viveu anos e anos como feiticeira e eu, bem, eu só sou feiticeira a apenas alguns messes.
-Você é especial querida, não se preocupe eu vou te ajudar. Natasha você será ainda melhor do que Esther. Senti as mãos quentes de Charlotte nos meus ombros.
-Obrigada.
-De nada.

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