Capítulo 15

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Senti uma mão fria tocar a minha testa e lentamente eu abri os meus olhos. Lilith estava inclinada contra mim com a sua mão na minha testa, assim que ela viu que eu acordei ela sorriu o que foi estranho porque ela quase não sorria.
-Graças a deus, você acordou. Ela disse aliviada. Eu me sentei na cama e olhei em volta. Eu estava em um quarto com móveis escuros e antigos, a única luz do quarto era de um abajur. Numa parede que estava em frente a cama avia um grande espelho e de lá eu podia ver o meu reflexo, eu estava pálida, com círculos negros debaixo dos olhos e com o cabelo todo desgrenhado. Voltei a olhar para Lilith e perguntei:
-Onde estamos? Antes de responder Lilith me entregou uma xícara fumegante que continha um líquido verde. Fiz cara feia mas acabei por beber. Não era ruim tinha gosto de chocolate igual aquele líquido preto gosmento que Félix me dava.
-Ainda estamos em Yorkshire, na sede do conselho. Ela recebeu a xícara agora vazia das minhas mãos. Cenas começaram a vir na minha cabeça, de quando eu cheguei, ou de quando eu curei o guardião gravemente ferido e de quando eu desmaiei. -Faz dois dias que você não acordava, nós já estávamos a ficar preocupadas com você, Natasha. Eu olhei novamente para Lilith, ela não me olhava fria ou dura mas sim preocupada.
-Você preocupada comigo? Eu perguntei rindo histéricamente. Lilith me olhou confusa.
-Sim. Ela respondeu.
-Você nunca se preocupou comigo, Lilith. Cuspi as palavras. -Você sempre foi...
-Malvada, fria, rigorosa e dura? Ela completou sorrindo tristemente.
-Sim. Respondi.
-Olha Natasha... -Lilith cobriu a minha mão com a sua. -Eu sinto muito, eu...eu nem sempre fui assim. A morte de Esther me abalou muito e, eu confesso que quando eu te vi e ouvi você falando que era filha de Esther eu não acreditei ou, eu não queria acreditar. Ela olhou por cima do meu ombro para um ponto inexistente, quando ela voltou a me olhar seus olhos estavam mais tristes do que nunca. -Mas a uma semana mais ou menos Esther falou comigo através de um sonho e, ela disse para mim te proteger e ajudar-te. -Mas você tem uma áurea negra. Falei num sussurro, Lilith franziu a testa.
-Eu tenho uma áurea negra? Ela perguntou.
-Sim, desde o primeiro dia que eu te vi. Eu pensei que foi você que matou Esther e mandou Alisha matar todos que eu amava. Falei a minha garganta estava apertada por causa das lágrimas. Lilith suspirou, ela fechou os olhos por um tempo e quando os abriu ela parecia cansada e era como se tivesse envelhecido dez anos.
-Eu nunca faria uma coisa dessas, sim eu queria ser a líder mas nunca mataria a minha melhor amiga para...
Lilith nem terminou de falar quando a porta se abriu e Charlotte entrou no quarto com um enorme sorriso no rosto.
-Você acordou. Lilith se levantou para dar espaço para Charlotte me abraçar, eu senti o seu familiar aroma de lavanda e sorri. Agora que eu sabia que não era Lilith que matou Esther e mandou Alisha matar as pessoas que eu amava eu tinha que descobrir quem era essa pessoa. Nos afastamos e pergunto para Charlotte:
-Você não devia estar em Paris?
-Lilith me ligou dizendo o que tinha acontecido com você e eu peguei o primeiro voo para cá. Infelizmente eu não tenho poderes suficientes para fazer um portal. Charlotte se levantou e abriu as cortinas passadas. -Você usou muito dos seus poderes, Natasha. Charlotte não  me olhou, ela continuava olhando para o céu escuro sem estrelas. -As supremas feiticeiras já estão acostumados com isso a séculos mas você, -Ela finalmente olhou para mim. -É muito nova para isso, mas Agnes...- Ela sorriu fracamente. Afastei os passados lençóis e me levantei.
-Charlotte porque você e Agnes não se dão bem? Perguntei vi o sorriso de Charlotte se desvanecer. Ela balançou a cabeça e disse:
-Natasha, nós apenas não nos damos bem, ok. Ela sorriu novamente mas eu percebi que o seu sorriso era nervoso.
-Não! Gritei, me aproximei mais de Charlotte e pousei a minha mão no seu ombro. -Olha, você pode confiar em mim e, diabos você é a minha dama. Eu vi quando uma lágrima desceu pela rosto gordinho de Charlotte.
-Não. Foi a única coisa que ela me disse antes de tirar a minha mão do seu ombro e sair do quarto. Fico lá de pé sozinha durante muito tempo até que decido sair do quarto, coloco as minhas sapatilhas que estavam debaixo da cama e passo uma escova no meu cabelo. O corredor estava bem iluminado, eu deduzi que não fosse o mesmo corredor que eu andei a dois dias atrás pelo simples facto de essa casa ser enorme. Ando pelo corredor até eu ver um lance de escadas que dava para uma sala com a lareira acesa. Desço as escadas e no sofá florido percebo que há um homem e logo o reconheço, é o homem que eu curei a dois dias. Seus cabelos loiros estavam arrumados, ele estava vestido com um robe de algodão preto, calças de pijama e pantufas, o homem lia um jornal com um óculos. Assim que me viu o homem se levantou rapidamente e fez uma reverência.
-Suprema feiticeira. Ele disse.
-Me chame apenas de Natasha. Falei sorrindo.
-Muito obrigada, Natasha. Ele disse. -Por ter me curado. Ele completou.
-É o meu trabalho.
-Já se sentes melhor? Ele pergunta voltando a se sentar. Quando eu não respondo ele continua. -Eu soube que depois de você me curar você desmaiou. -Eu estou bem. Finalmente digo. -Agora se me deres licença eu vou lá fora tomar um pouco de ar. Ele asentiu e eu passei pelas portas duplas que davam para o jardim. Era uma noite fria, mas eu não me importei dentro da casa estava muito abafado e quente. Fechei os meus olhos e respirei o ar do campo. Quando abri os meus olhos pulei para trás chocada pelo o que eu estava vendo. Aiden estava não muito longe de mim com uma calça branca e uma t-shert, seus pés estavam nus. Eu fiquei paralisada as minhas costas contra uma árvore que lá estava.
-Hum Natasha? Você não me vê a cinco meses e eu estava a espera de algo como "Oh Aiden amor da minha vida."ele disse sorrindo brilhantemente.
-Você é um fantasma. Deixei escapar apertando o meu estômago com força. O sorriso de Aiden desapareceu e ele se aproximou mais de mim.
-Sim, eu sou um fantasma. Ele disse por fim.
-Porquê você só apareceu agora? Perguntei saindo de perto da árvore. Agora eu e Aiden estávamos tão perto um do outro que eu conseguia sentir a sua respiração fria contra o meu rosto.
-Você não podia me ver mas, eu estava sempre perto de você e...-Ele sorriu novamente. -Eu vi as coisas que você fez com o seu namorado Daniel. Senti as minhas bochechas esquentar.
-Yeah, eu...eu tive que seguir em frente. Digo tímida. Bem eu não esperava que Aiden aparecesse para mim e dissesse isso. Aiden ergue o braço e acaricia a minha bochecha, as suas mãos são muito geladas e me fazem tremer.
-Eu sei, você não podia ficar trancada naquele quarto. Eu estou feliz Natasha só de te ver Feliz. Sinto os meus olhos arderem e uma lágrima quente escapa dos meus olhos. -Não chore, você vai conseguir. Você é forte e determinada. Aiden de inclina e sinto os seus lábios frios no meu. O beijo era estranho, eu nunca beijei um fantasma e eu nem ao menos sabia que isso era possível. Quando nos afastamos Aiden precionou a sua testa na minha, ficamos observando um ao outro durante vários segundos até que ele disse:
-Vem, eu vou te mostrar um lugar. Eu peguei na sua mão quase transparente e o segui. Nós andamos em uma trilha cheia de pedras soltas, raízes de árvores que quase me deixaram cair, trepadeiras e arbustos, nós andamos uns bons dez minutos em silêncio até que Aiden parou e disse:
-Chegamos. Eu parei e contemplei o lugar, avia um enorme rio e nesse rio avia uma grande pedra que pessoas podiam sentar à vontade, a luz da lua que se filtrava nas copas das árvores fazia tudo parecer luxuriante e mágico. Eu me virei para Aiden que me olhava sorrindo e disse:
-É tudo muito bonito.
-Sim, -Ele disse subindo na pedra e estendendo a sua mão para mim subir também. -Por isso eu queria te trazer aqui. Ele continuou. Nós sentamos na pedra e Aiden passou o seu braço pelos meus ombros me fazendo ficar colada ao seu corpo gélido.
-Eu sinto muito a sua falta. Digo melancólica. Aiden me olha e sorri levemente.
-Eu sei, é por isso que eu estou aqui. Ele pega no meu queixo me me beija suavemente. Quando nos afastamos pergunto:
-Mas você vai embora? Aiden desvia o olhar de mim e olha fixamente para o rio, mas não me responde. -Me responde, Aiden. Eu já sinto as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
-Não, não chore. Ele diz e com o seu polegar limpa as minhas lágrimas. -Eu vou ter que ir,
mas...olha eu sempre vou estar aqui. Ele aponta para o meu peito.
-Mas porquê? Pergunto novamente com a voz embargada.
-Eu não fiz a passagem, e como consequência eles não me deixaram aparecer para você mas agora eu so estou aparecendo para você porque eu estou me despedindo. Aiden me beija novamente só que, desta vez ferozmente. Eu fecho os olhos e saboreio o seu beijo só que em um instante eu já não sinto mais a sua boca na minha e nem o seu corpo no meu e, eu sei que quando eu abrir os meus olhos ele já não estará mais aqui.   
Eu volto para casa sozinha e triste, triste por eu e Aiden ficarmos pouco tempo juntos. Eu logo avisto a enorme construção iluminada. Quando entro não há ninguém na pequena sala, eu me jogo no sofá e fico lá olhando para as chamas da lareira até que alguém entra na minha frente, eu olho para cima e vejo um homem com cabelos negros e olhos pretos, ele me lembra John. O homem está vestindo uma blusa de linho, uma calça xadrez e uns sapatos sociais. ele está sorrindo amplamente para mim eu me levanto e sorrio também.
-Prazer o meu nome é Alessandro eu sou o marido de Lilith. Ele estende a mão e eu a aperto bufando.
-Claro, pai de John. O sorriso de Alessandro aumenta.
-Bem, você não pensou que Lilith tivesse feito John sozinha, não é? Ele arqueia uma sobrancelha. Eu gargalho.
-Na verdade eu nem pensei nisso. Digo quando paro de rir.
-Vejo que já se conheceram. Diz Lilith no topo das escadas sorrindo. Ela estava vestindo uma calça jeas, uma blusa vermelha de seda e uns salto alto, o seu cabelo ruivo estava preso em num rabo de cavalo muito bem feito.
-Sim. Respondo quando Lilith vai para o lado de Alessandro e entrelaça os seus dedos nos dele. -Como vocês se conheceram? Pergunto e acrescento: -Se isso não for de nenhum incomodo.
-Não há incomodo nenhum, Natasha. Diz sorrindo Lilith. -Na verdade nós não nos conhecemos, eu o criei. Lilith olhou apaixonadamente para Alessandro e o beijou. -Eu sempre quis ter um marido e filho, a minha família.
-Ah, sei. Digo apenas. -Se me derem licença eu vou voltar para o meu quarto. Eu me viro para ir embora mas Lilith me chama me fazendo se virar novamente.
-Natasha, era só para te falar que iremos embora amanhã cedo, por teres desmaiado Agnes e Desdemona tiveram que viajar sozinhas para a Irlanda.
-O que elas foram fazer lá? Pergunto.
-Elas foram em uma reunião com o Conselho irlandês. Ela responde. Eu assinto e subo as escadas rumo ao meu quarto. Quando chego no quarto (mas antes eu abri várias portas até eu reconhecer o meu quarto) eu me jogo na cama e penso no meu encontro com Aiden e o nosso último beijo.
                             

Academy of the guardian. Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora