Capítulo 14

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  No dia seguinte Charlotte me ajudou a colocar o vestido que ela tinha preparado para mim, eu fiquei surpreendida porque parecia que o vestido tinha sido feito justamente  para mim de tão perfeito que ficou no meu corpo pequeno e magro. Mesmo simples ele era elegante deixando uma boa parte das minhas costas expostas, ele tinha um decote na frente não muito grande ah, e também o vestido fazia os meus seios parecerem maiores. Hoje o meu cabelo estava horrivel, e como Charlotte era como um anjo para mim o conseguiu arrumar, fazendo belos cachos nele.
    Quando chegamos na sala de jantar para o café da manhã, todos já estavam sentados comendo. Agnes sorriu para mim e disse:
-Natasha, você está linda uma verdadeira feiticeira. Agnes desviou os seus olhos de mim e olhou para Charlotte. -Você fez um óptimo trabalho. Você está fazendo um bom trabalho com Natasha, mas infelizmente não fizeste com Esther. Ela continuou fria e dura. Olhei para Charlotte que agora estava vermelha de raiva.
-Não, Agnes. Não fale de Esther. Pediu dando um grande suspiro cansado.
-Muito bem. Agnes olhou para mim novamente. -Com fome?
-Sim. Me sentei ao lado de Agnes. Na minha frente avia um prato cheio de panquecas, Bacon e ovos acompanhado com suco de laranja. Esfaqueei a panqueca e coloquei um pedaço na boca.
-Então, -Comecei.  -Hum, uh, o que faremos hoje? Perguntei mastigando.
-Você verá. Respondeu Agnes tomando o seu vinho. Eu me perguntava como ela pode estar tomando bebida alcoólica a uma hora dessas. Uma imagem de Agnes bêbada passou pela minha cabeça me fazendo rir. Todos olharam para mim com um ponto de interrogação nos seus rostos.
-Do que você está rindo? Perguntou Desdemona sorrindo de leve.
-Nada não. Respondi enfiando outro pedaço de panqueca na boca, tentando não engasgar com a comida por causa da risada.
Desdemona olhou para mim desconfiada mas depois deu de ombros e voltou a comer.
     Depois do café da manhã nós fizemos o nosso caminho para a sala de tronos. Eu me sentei em um trono que pertenceu a Esther. Apesar de não parecer o trono era muito confortável, eu até podia dormir lá que estava tudo numa boa. Charlotte permaneceu ao meu lado, eu percebi que ela estava tensa e nervosa ao meu lado, e eu não sei porque mas alguma coisa me dizia que ela sabia o que ia acontecer por isso ela estava suando frio. Maria a dama de Desdemona estava ao lado dela assim como Felícia estava ao lado de Lilith e Morgana a assustadora dama de Agnes estava ao lado dela com um sorriso nos lábios. De repente a porta se abre e dois armários entram (os dois homens realmente pareciam um armário de tão altos que eram e além do mais ele eram só músculos) carregando um homem magro com cabelos grisalhos. O homem parecia assustado, e tremia muito, ele olhava para todos os lados menos para onde nós estávamos sentadas. Os armários jogaram o homem no chão fazendo com que a cabeça dele batesse forte no chão de mármore. Agnes se levantou e desceu os largos degraus até parar na frente do homem que estava de cabeça baixa.
-Olhe para mim traidor! Agnes disse com uma voz autoritária. O homem levantou a cabeça e a olhou assustado, Agnes apenas o olhava com desprezo e nojo.
-Por favor suprema...
O homem começou só que Agnes o cortou dizendo:
-Você nos traiu, matou todos os seus irmãos enquanto eles lutavam contra essas criaturas nojentas na qual você se voltou. Uau. Agnes olhava para o homem com tal desprezo e nojo que fazia o meu estômago girar. O homem começou a implorar a Agnes para não o matar agarrando na bainha do vestido preto dela. Agnes sorriu fria e disse:
-Não vou matar-te. O homem parou e olhou para Agnes incrédulo. -Natasha, a nova suprema feiticeira é que vai. Eu congelei com o que eu tinha acabado de ouvir. Pisquei várias vezes não acreditando que eu ouvi direito. Ao meu lado eu ouvi Charlotte dizer.
-Não, Agnes. Natasha não está pronta para isso. Agnes se virou para Charlotte com desdém, mas não falou nada, quem falou foi Desdemona.
-Ela é uma suprema feiticeira, Charlotte é o dever dela. Desdemona se levantou.
-Charlotte está certa. Acho que você Agnes deve fazer isso hoje. Eu me virei chocada para Lilith. Eu não esperava que ela concordasse com Charlotte, muito pelo contrário eu estava a espera que ela gritasse comigo e me puxasse até ficar em frente ao homem. Os meus olhos encontraram os de Lilith e por um momento eu pensei ter visto bondade daqueles olhos castanhos.
-Não. É o dever dela. Disse Agnes por fim. Agnes veio até mim a passos largos e pegou na minha mão que estava tremendo. Ela me puxou para fora do trono e me levou até o homem que me olhava duro e frio, o homem já não chorava ou implorava mais sim sorria maliciosamente. Faíscas azuis começaram a sair dos dedos longos de Agnes até que uma espada meio velha e enferrujada apareceu na sua outra mão.
-O mate com isso. Trémula eu peguei a espada pesada. -No coração, agora! Ordenou ela. Me virei novamente para o homem que ainda sorria.
-Você não tem coragem. Ele cuspiu as palavras, e continuou.
-Você é uma covarde. Com raiva das palavras dele precionei a ponta afiada da espada no seu peito. O homem deu um grunhido baixo. Fechei os meus olhos e finalmente enfiei a espada no seu peito. Eu senti quando a faca atravessou o seu peito. Abri os meus olhos e vi o homem com a boca escancarada, um fio de sangue saia da sua boca. Puxei a espada, mas depois disso não aguentei mais e deixei a espada cair no chão, o som do metal batendo no chão retinil pela sala silenciosa. O homem fechou os olhos e finalmente caiu para trás morto, porque eu o matei. Eu queria chorar e assim o fiz, foi um choro com soluços e meleca. Ugh nojento. Charlotte veio até mim e me abraçou dizendo que tudo irá ficar bem. Os dois armários pegaram no homem morto e arrastaram o seu corpo para fora. Eu vi quando quatro mulheres entraram e começaram a limpar o sangue, seus rostos pálidos.
-Você fez um óptimo trabalho, Natasha. Disse Agnes. Eu funguei e limpei o meu nariz com as costas da mão.
-Vá descansar, Natasha. Disse Lilith estendida no seu trono. Charlotte me ajudou a levantar e fomos para fora. Uma vez no quarto me sentei na cama e fiquei olhando para um ponto inexistente pensando que eu acabará de matar um homem, ele podia não ser inocente mas, deus eu nem ao menos tinha feito mau a uma mosca. A minha cabeça agora doía. Eu sabia que averá mais coisas pela frente. Senti o colchão se afundar pelo peso de Charlotte que se sentou na minha frente.
-Você está bem? Ela perguntou. Balancei a cabeça, como eu vou estar bem se eu acabei de matar um homem não propriamente inocente?Charlotte suspirou. Ela estendeu a mão e faíscas brancas começaram a sair de seus dedos pequenos e pálidos, até que, uma xícara fumegante se materializou na minha mesinha de cabeceira. Eu olhei para Charlotte os meus olhos quase saindo das órbitas.
-Wow, você tem poderes? Perguntei. Charlotte sorriu e pegou na xícara.
-Sim, -Ela me entregou a xícara de chocolate quente e continuou. -Todas as damas têm, mas não somos tão poderosas assim. Podemos apenas fazer coisas simples. Explicou. Bebi um pouco do chocolate quente que estava uma delícia.
-Você tem que me ensinar a fazer isso. Digo entusiasmada.
-Ah, querida isso é muito simples para você, és muito poderosa mas...já que você quer saber basta você se concentrar em uma xícara de chocolate quente que aparecerá. Ela sorriu. Pousei a xícara na mesinha de cabeceira e me concentrei em um prato com biscoitos de chocolate. Logo senti as minhas mãos aquecerem e faíscas rosas saírem dos meus dedos, logo um prato com biscoitos de chocolate apareceu.
-Fácil,facil. Disse Charlotte rindo e eu ri junto com ela. Quando parei de rir me enclinei e peguei no prato.
-Você é como uma mãe para mim, obrigado Charlotte. Falei e vi os seus olhos brilharem.
-Oh, querida.
    Uma semana tinha se passado depressa, e eu estava mega hiper ocupada e fatigada viajando de um país para o outro. Eu participei de várias reuniões na qual eu tive que ficar de três a quatro horas sentada ouvindo o conselho, alguns guardiões e as feiticeiras discutindo sobre como muitos dos guardiões estão mudando de lado. Ouve outros vários julgamentos e dois dos julgados foram mortos um por Agnes e outro por Desdemona. Eu tive também que curar vários guardiões feridos tão gravemente que nem o conselho conseguia o curar com ervas e outras coisas, isso me fatigou por inteira, Charlotte e Agnes discutirão, quer dizer brigaram uma com a outra Charlotte dizia que faz horas que eu não prego o olho o que era verdade em uma semana o máximo que eu já dormi foi três horas, Agnes dizia que uma suprema feiticeira não descansa o que deixou Charlotte mais enfurecida. Agora eu estava dentro de um carro com os vidros negros indo para a sede do conselho de Londres para curar um guardião que tem veneno em seu sistema o que está fazendo todos os seus órgãos apodrecerem. Da janela eu vi nós nos afastarmos das casas de tijolos e seguir por um caminho que só avia montanhas verdes, ovelhas, bois e chalés por todo o lado. Me virei para Lilith e perguntei:
-Nós não vamos ficar em Londres? Lilith balançou a cabeça.
-Não, vamos para Yorkshire, é lá onde fica a sede do conselho não em Londres. Ela respondeu. Lilith mudou muito desde que eu matei o homem de cabelos grisalhos, ela era mais gentil comigo, já não olhava ou falava friamente comigo o que era estranho. Foram várias horas de viajem até que finalmente paramos na frente de uma casa, quer dizer, não uma casa porque essa era a maior construção que eu já vi na minha vida. A casa estava no meio de um vale verdejante, no gramado do prédio avia estátuas por todo o lado, a maior estátua de todas era das feiticeiras eu me surpreendi quando eu vi uma estátua minha, o meu rosto estava sereno e bonito. Eu me inclinei mais na janela para ter uma vista melhor do prédio. O que eu não entendia era o porque de viajarmos de avião se podíamos usar o portal. Um homem abriu a porta e Agnes saiu primeiro seguido por Desdemona Lilith e finalmente eu. Um homem do conselho que usava um robe preto com várias marcas prateadas saiu do prédio e veio nos cumprimentar.
-Agnes. Ele apertou a sua mão.
-Nicolas. Agnes sorriu. Depois de Nicolas me cumprimentar nós entramos no prédio. Eu fiquei chocada, o chão preto era tão bem polido que dava para ver o meu reflexo nele, avia um enorme lustre no tecto iluminado todo o Hall, quadros e mais quadros enfeitam as paredes, avia uma escada com degruas largos e um corrimão de madeira também polida. Subimos a escada e paramos em um corredor fracamente iluminado. Não dava para ver muita coisa no corredor de tão mau que era iluminado. Nicolas parou na frente de uma porta e a abriu. O quarto era estéril e frio, avia apenas uma cama e uma cadeira. Na cadeira estava sentada uma mulher que não parava de chorar e na cama pálido e tremendo estava um homem com cabelo loiro escuro. Assim que nos viu a mulher andou apressadamente até nós chorando mais ainda.
-Graças Adeus, ele está piorando. A mulher disse com a voz embargada. Eu não sei o que me deu mais eu me ouvi falar:
-Não se preocupe eu o vou curar. A mulher me olhou com os olhos brilhando por causa das lágrimas e sorriu. Mesmo sabendo que provavelmente o curar me iria cansar esse era o meu dever e eu tinha que o fazer. Me aproximei da cama, o homem estava suando tanto que o seu cabelo estava todo encharcado. Me virei para a mulher que estava ao meu lado e perguntei:
-Aonde é a ferida? A mulher deu a volta pela cama até parar do outro lado, se inclinando ela afastou a pesada colcha. O homem estava sem camisa e assim que ela puxou o lençol eu pude ver um grande corte que ia do peito até a parte superior do abdómen. O corte era extremamente horrível, o meu estômago girou mas eu não liguei. Me inclinei contra a cama e precionei as minhas mãos no corte, o homem gemeu e murmurei um pedido de desculpas. Fechei os meus olhos e pensei: cure. Logo as minhas mãos aqueceram e formigaram e junto com isso senti um enorme cansaço. Abri os meus olhos e vi que o corte avia se fechado.
-Oh suprema feiticeira, muito obrigado. Foi a última coisa que eu ouvi antes de desmaiar.

Academy of the guardian. Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora