Capítulo 17

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Capítulo17

— Eu não os encontrei em nenhum lugar — Marcos diz, apreensivo. — Será que voltaram aos túneis?

— Falta pouco para a evacuação estar completa — Pedro responde. — As pessoas já estão se encaminhando para os carros. Pedi a Sandoval que os vigiasse, irei procurá-lo agora mesmo.

— Não é necessário — fala um dos homens ao aproximar-se. — Sandoval está morto.

— O que aconteceu? Foi mordido? — Marcos pergunta, visivelmente preocupado.

— Aparentemente um projétil de madeira entrou em seu olho.

— Brunno? — Pedro se adianta, imaginando o quão agressivo o irmão se tornara.

— Nico... — Marcos murmura, sem conseguir acreditar.

— Tem certeza disso? — Pedro ainda não consegue acreditar que o irmão caçula possa ter matado um homem.

— Nico não é mais uma criança, Pedro.

— Sandoval era um dos nossos. Nico o conhecia, ele não poderia simplesmente... Brunno deve tê-lo incentivado.

— Sim, ele poderia. Seu irmão matou Sandoval. — Marcos está estarrecido ao reconhecer o lado sombrio de seu filho, mas não quer tirar conclusões precipitadas.

— Não devem estar muito longe. Irei atrás deles. — Pedro se adianta, mas tiros o desperta para a saída da plataforma. Recuando, gritando e desesperadas, algumas pessoas estão retrocedendo, seguidas pelos homens armados que atiram.

— Mas o quê...? — Marcos quer saber, mas a resposta vem a seguir, quando uma massa de bichos entra como ondas de um mar morto.

— Os bichos, cara! Estão entrando pelo nosso acesso! Centenas, milhares deles invadindo! Hilda conseguiu entrar no carro forte com Sacha e outras pessoas fugiram, mas alguns foram pegos de surpresa e não conseguiram escapar! Foi tudo muito rápido! — Albino entra falando.

— Temos que sair daqui, pai! — Pedro puxa Marcos pelo braço.

— E Nico e Brunno? — Marcos questiona.

— Eles devem já estar longe daqui. Não podemos procurá-los — Pedro comenta.

— Não posso fugir sem saber se seus irmãos realmente saíram.

— Pai, tenho certeza de que Brunno o levou para fora daqui. Além do mais, você sabe que Nico não é mais o garoto que tentamos defender. Ele tinha que crescer, e cresceu! Eu vou para a estação de energia.

— Não seja estúpido! Não há mais tempo para isso! Temos que sair daqui agora! — Marcos tenta persuadir o filho a deixar as malditas bombas para trás, mas Pedro não voltará atrás agora. Não depois de ter empregado tantos esforços.

— Guie os demais, leve as mulheres e crianças que não conseguiram escapar — Pedro diz ao pai e corre, mas então para e se vira. — Não espere por mim. Faça o que tiver que ser feito e saia destes túneis o quanto antes. — Ele olha firme para o pai, pensa em dizer algo que se aproxime de um afeto, mas apenas se vira e corre escadas acima, em direção à plataforma e aos túneis de manutenção, rumo à estação de energia, onde planejou para que de lá sejam acionadas todas as bombas.

— Por aqui! Venham depressa! — Marcos grita e gesticula para que as pessoas desçam as escadas.

— Não sabemos ao certo o caminho que seus filhos fizeram — fala o homem que encontrou Sandoval morto.

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