O incêndio tomava proporções cada vez maiores, mas o menor que olhava a cena do lado de fora em nada se arrependia de iniciá-lo, porém não havia sido fácil fugir como ele planejava, o rosto sujo de fuligem, a fumaça que ardia os pulmões e o tornozelo que havia sido machucado na queda que sofreu ao pular a janela do segundo andar, não estavam em seus planos originais, mas qualquer coisa parecia mais digna do que continuar vivendo naquele lugar. Enquanto as chamas consumiam a madeira do local, vozes soaram chamando por seu nome, sua única opção foi correr, agradeceu a adrenalina que percorria em seu corpo, lhe fazendo ignorar as dores no mesmo.
Os passos agora eram arrastados, por quantos dias ele estava caminhando !? Não fazia ideia, o jovem garoto suava e cambaleava a cada passo dado, como havia parado naquela floresta ele não fazia ideia, sua última esperança era encontrar um rio, um lago ou até mesmo uma poça de água onde pudesse matar a sede, a dor da fome já era ignorada por seu corpo, que sofria tantas aflições ao mesmo tempo que não sabia em qual se concentrar, seus passos fraquejaram e o joelho cedeu, entrando em contato com a terra de uma clareira, parecia ter uma espécie de horta ali em volta, e se tivesse alguma força em seu corpo, o menor se arrastaria em busca de qualquer coisa pra matar a fome, mas a febre que queimava sua pele não permitia nem mais um movimento seu. Fechando os olhos e se entregando à exaustão, o jovem achou que mais valia ter morrido no incêndio, pelo menos teria lhe poupado dias de dor e angústia.
O breve vento que soprou ali trouxe um frescor ao corpo, sua testa está fresca, e os lábios pareciam úmidos, úmidos, água !! Abrindo os lábios ele sentiu a água fresca invadir seu paladar, o líquido insosso era o melhor sabor que o jovem sentia em anos, bebeu havido quase se afogando — Shh tudo bem, tem mais tome devagar – até agora ele nem havia pensado em como a água tinha chegado até si, então quando uma voz suave chegou ate seus ouvidos, ele se afastou um pouco, agora com mais controle de seus sentidos, pode sentir o tecido úmido sobre sua testa, trazendo alívio ao calor da febre, mas seus corpo estava tão pesado que tudo se tornava doloroso, único movimento conseguiu realizar foi abrir os olhos, e ao fazê-lo o pouco fôlego que tinha nos pulmões debilitados se foi com a visão diante de seus olhos, o ser a sua frente era adornado pelos raios de sol que criavam quase um manto dourado atrás de si, o sorriso largo que lhe era dado parecia uma pintura, os cabelos negros balançavam na leve brisa que passava pelo lugar, ele era tão perfeito, tão
— Ahhh porra – o homem deitado na cama resmunga alto contra o travesseiro quando senti a nada delicada pontada na nádega direita — Que merda Kao – xinga sem medo de errar, afinal o amigo era o único que sabia a senha do apartamento e que teria a ousadia de praticar tal ato sem o mínimo de simpatia por sua bunda — Tem certeza que cuida de crianças? – agora saindo da posição de bruços a qual usava enquanto dormia, Mew alisa a própria bunda encarando o amigo que se livra das luvas enquanto tem um sorriso satisfeito nos lábios
— Chamei várias vezes e você não respondeu, tenho plantão hoje, ao contrário de você não posso mudar meus plantões quando quero, por tanto não tenho tempo sobrando – embalando a agulha de forma apropriada a ser jogada fora, Kaownah se senta na cama do amigo o empurrado mais pro lado
— Tava sonhando com ele de novo ? – pergunta o menor, apenas por perguntar a resposta era óbvia
— Como sabe ? – pergunta Mew com a voz abafada pela gola da camisa que ele agora vestia — Pela baba e o sorriso bobo que você tinha nos lábios enquanto balbuciava o nome dele – apesar de falar em tom de deboche com o amigo, quem tinha um sorriso bobo nos lábios agora era Kao, enquanto encarava com olhos brilhosos a tela do celular — Eu não sei o nome dele, e olha quem fala – implica Mew lhe jogando uma almofada enquanto pega seu celular na mesinha de cabeceira — Quando vai criar coragem e falar com ele ? – Kao era um ótimo amigo que o medico tinha feito na faculdade, sempre pronto a ajudar e dar conselhos, porem não era tão pró ativo quando o assunto era sua própria vida — Ah tipo nunca !? Até parece que ele olharia para alguém como eu, o que um Omega fofo e perfeito como esse ia querer com um beta, nunca daria certo – a tristeza ganhou um pouco de espaço no olhar do garoto, fazendo com que Mew parasse o que estava fazendo e se sentasse perto do gartoto lhe abraçando os ombros — O mundo mudou Kao, não estamos mais na faculdade, não deixa os medos do passado consumirem sua felicidade, nunca se sabe que surpresas podem acontecer, vai que ele não tem expectativa nenhuma de vida, não gosta de pessoas bonitas e sonha com uma vida sem graça, ai você tem 100% de chance – claramente o discurso foi só mais uma forma de implicar com o amigo, que prontamente o joga na cama, montando em cima de si e o sufocando com o travesseiro
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A Marca
FanfictionUma ligação criada por instinto, impulsos guiados pelos efeitos das drogas, apenas uma noite que mudou sua vida pra sempre " Você pode conquistar o mundo, um alfa como você, com apenas um sorriso você pode ter o que quiser, Você tem o poder garoto...