capítulo 33

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O corpo delicado contra seu peito ao invés de pesado parecia até leve demais, o homem mais velho queria sentir cada pedacinho daquele omega em seus braços, os cabelos escuros faziam cócegas contra sua pele nua. A cabeça em seu peito se mexe e logo a voz doce chega em seus ouvidos  — Bom dia – a voz manhosa e rouca de quem recém acordou era como música ao homem ainda em contato físico com o jovem, mas aos poucos a realidade daquela situação atingi o jovem beta
— Tur...Turbo eu… me desculpa… Eu nunca… Não era pra – mas seu pânico era tanto que nem suas palavras colaboravam em sua súplica por perdão, o choque de lembrar de seus atos atingiu o beta de tal forma que seu corpo se jogou pra fora da cama em um impulso
— Podemos ir pra policia agora mesmo, eu assumo meu erro, vou aceitar qualquer punição que você escolher – Kaowana  não conseguia encara o pequeno omega que ainda se mantinha em silêncio, alguns minutos depois uma risada foi ouvida pelo enfermeiro, lhe chamando a atenção de forma surpresa — Eu sabia que você era fofo, mas não achava que fosse tanto – Kao não conseguia sentir feromônios, mas o cheiro dos cigarros mentolados chegou até seu nariz enquanto ele observava aquela figura de poder sob a cama

O jovem omega tinha apenas as nádegas cobertas pelo lençol negro que rodeava sua cintura enquanto de bruços ele se apoiava nos cotovelos tragando levemente o fino cigarro entre os dedos, os olhos de Kao era enormes e as bochechas coradas fazendo Turbo sorrir enquanto apagava o delicado cigarro em um cinzeiro de vidro acima da cabeceira da cama, a fumaça recém tragada escapa dos labios em quanto ele dirigia suas palavras ao mais velho — Não há por que se desculpar, eu pelo menos aproveitei muito a noite passada, se arrepende de algo ? – com olhos doces o omega encara o enfermeiro que nervoso e envergonhado com a atitude do garoto apenas balança a cabeça em negação — Fico feliz em saber disso, eu falei sério quando disse que gostava. Sexo é maravilhoso mas me referia a você quando disse que gostava – os olhos de Kao se arregalam ainda mais diante daquela nova informação — Sabe nao foi fácil conseguir seu número com Mild, me custou algumas horas extras, mas posso garantir que não estou nem um pouco arrependido, ainda que nem tenha tido tempo de te ligar… quem diria que um alfa babaca me jogariam nos braços do meu crush – agora o beta já desnorteado com tudo que ouvia, não pode evitar um engasgo e uma breve tosse ao ouvir aquilo, o que só arrancou um sorriso ainda mais largo de Turbo, que agora já se levantava da cama segurando o lençol sobre o corpo — Caso não tenha ficado claro, eu gosto de você Kaowana, mas esperei tempo de mais por uma iniciativa sua, sabe eu não sou um pessoa que gosta de esperar – virando de costas o omega deixa o lençol escorrer sobre o corpo até atingir o chão acarpetado  do quarto — Antes do café vamos tomar um banho – totalmente nu diante do beta o garoto caminha lentamente até o banheiro no fundo do quarto, parando por meio segundo na porta, apenas o tempo suficiente para virar pra trás e fazer a pergunta que incendiou a racionalidade que Kaowana  lutava pra criar em sua mente — Você vem ? – e aquele corpo de curvas perfeita, de cintura delgada e provocativa sumiu pela porta, deixando pra trás o breve odor de menta do cigarro recém fumado, o poder que sua presença exalava e a ereção nada discreta que já se formava em suas calças

Kaowana  mal podia acreditar que o omega  que tanto admirava e desejava, que trabalhava sempre com um doce sorriso nos lábios, agora estava ali, o convidando pra um banho onde claramente faria mais que isso, um ser tomado por desejo e poder, um homem omega que seria capaz de comandar sua vida apenas com um olhar, o último pensamento beta antes de se perder no banheiro e luxúria que lhe aguardavam lá dentro, foi ali que pela primeira vez ele desejou ser alfa, apenas pra tomar aquele ômega pra si e mostrar ao mundo a quem ele pertencia 




A mesa está linda, repleta de pequenos pães, geleias, sucos e todos complementos para um delicioso café da manhã, porém o jovem omega mantinha seus olhos fixo apenas na xícara de café em suas mãos, o motivo do semblante envergonhado se dava ainda pela manhã de ontem quando o menor acordou sentindo se  pressionado por algo pesado e quente, um cheiro gostoso embriagava seus sentidos, ao abrir os olhos Gulf se viu entre o encosto do sofá e peito duro do alfa, que se moldava a seu próprio corpo com perfeição, as bochechas que pegaram fogo no mesmo instante não necessariamente tinham sido pela proximidade do outro e sim por não ser apenas o peito do alfa que era sentido duro contra sua pele. Assustado o menor se vê correndo do sofá e entrando rapidamente em um banho gelado afim de afastar os feromônios e o calor que já se grudava em seu corpo

No horário do café, como havia prometido Saint veio a examiná-los e coletou algumas amostras sanguíneas pra exames, fazendo inúmeras perguntas que causaram um cansaço no omega e irritação no alfa, a tarde Gulf teve sua consulta de rotina com Bass onde obviamente o assunto foi Mew, porém não durou muito já que Gulf não tinha o que falar, após o que aconteceu aquela manhã ele se manteve o mais longe possível do alfa, não que o culpasse por algo, muito pelo contrário, em seus pensamentos ele é quem havia feito algo suspeito com Mew então preferiu se manter longe a fim de evitar qual situação constrangedora, mas seus planos fora arruinados quando o grito do alfa veio alto do lado de fora do seu quarto, surpreso e preocupado Gulf dispara porta afora apenas seguindo o instinto de socorrer aquele homem, talvez fosse culpa da marca mas o omega adquiriu uma confiança que nunca teve, mas ao chegar a sala e perceber que o Alfa estava fora de perigo, parado confortavelmente no sofá com os pés pra cima agarrado a uma almofada, todo aquele sentimento se foi — O que aconteceu ? – agora recuperando o fôlego ele encara Mew mais calmo mais ainda preocupado, porém os olhos do alfa são fixo em sua pessoa, os lábios entre abertos quase deixam um filete de babá escorrer ali — U...Uma...Uma lagartixa – Gulf teria rido, se os olhos de Mew não o estivessem deixando envergonhado, mas mais do que corado ele ficou ao se dar conta de que por causa do grito do mais velho ele havia saído do quarto apenas com a toalha que enrolara no corpo após ter acabado de sair do banho. O som da porta batendo provavelmente foi ouvido nos demais apartamento, e o barulho da água voltou a correr no banheiro mas dessa vez quem tentava apagar o calor do corpo era Mew após a pecaminosa cena que presenciou naquela sala

Por tanto aqui estamos nós no segundo dia de convivência daqueles dois que mal conseguiam se encarar sem ficarem com as bochechas em tom carmim — Você – o alfa iria oferecer um pedaço de bolo, que havia sido comprado naquela manhã, recém saído saído forno, mas teve que se interromper correndo ao auxílio do menor que devido ao susto pelas palavras repentinas derramou seu café, por sorte já frio, sob as pernas, em parte desnudas pelo comprimento da bermuda azul escura — Pela Deusa, se queimou ? Você tá bem ? Devemos ir ao hospital ? – o alfa preocupado veio em seus auxílio de forma meio estabanada espalhando pequenos guardanapos sob seu colo fim de enxugar o líquido que se espalhava ali, Kanawut se mantinha imóvel, não pela dor de uma possível queimadura, mas sim pela proximidade com o alfa, o aroma de Mew se sobressai ao do café espalhado e escorrendo pelas coxas, que ao serem tocadas pelo mais velho em um ato inocente levaram um arrepio a percorrer a pele do menor, e tal reflexo do corpo foi percebido por Suppasit, que rapidamente ergueu os olhos entrando em contato com os doces e a castanhos do omega

Era incrível como apenas uma troca de olhares poderia desencadear tantas emoções, era como se um imã estivesse por trás daqueles olhos de alfa, os doces e preocupados olhos que tinha sua atenção totalmente voltada a Gulf, os olhos tão calorosos que ficavam pequeninos quando o largo sorriso tomava seus doces e rosados lábios, o alfa por conta da preocupação acabou chegando perto demais, o pequeno omega podia sentir seu aroma, seu calor, agora com seus olhos se focando naqueles lábios ele parecia sentir o sabor deles novamente em seu paladar, mas parecia pouco, o gosto instigante começava a sumir de suas lembranças e Gulf não queria perder essa memória, antes que se desse conta já se movia lentamente pra frente já podendo sentir a respiração do alfa, narizes se tocando, um pequeno e doce gemido saindo dos lábios de Mew segundos antes dos seus tocaram os do alfa, um pequeno toque, mas que foi capaz de despertar todos os sentidos de ambos os homens ali, o toque parecia intenso demais, os feromônios fortes demais, o sabor adocicados de geleia de uvas sob os lábios do alfa, delicioso demais, o som de seus batimentos altos demais, mas mais, "mais" do que tudo isso, foi o barulho de algo se chocando contra o chão, assustando e chamando a atenção de ambos ainda a mesa do café 

— Mil perdões sério, eu… aí pela Deusa que vergonha, eu… eu só vim entrar o que o doutro Saint pediu, mas não se importem comigo, pode continuar eu vou só assistir um pouco… digo eu já vou saindo logo, eu… me desculpe doutor Mew – a pequena enfermeira Manaow fugiu de bochechas vermelhas e um sorriso no rosto, atravessando a porta, logo após deixar  juntar e deixar os documentos sob a bancada próxima à porta, e Mew realmente queria que ela tivesse ido embora, na verdade ele queria muito que ela não tivesse aparecido pra começo de conversa, já que agora, mais vermelhos do que os morangos frescos do bolo sob a mesa, eram as bochechas de Gulf que engoliu em seco pedindo licença e correu pro quarto.

Mais um vez Mew foi deixado pra trás, com o coração acelerado, os feromônios descontrolados e a respiração cortada, e milhares de pensamentos rodando sua cabeça, porém aquela certeza que a algum tempo surgiu se fez novamente presente e ainda mais forte e incontestável, ele amava aquele ômega, mas que direito ele tinha de declarar aquele amor depois de tudo pelo qual Gulf havia passado por sua culpa, teria no fundo do coração de Kanawut algum cantinho onde Mew pudesse fazer sua morada?! 

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