capítulo 6

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— Fala logo – diz o policial assim que o amigo abre a porta — Olá bom dia, eu estou bem obrigado por perguntar e você como esta ? O marido e as crianças ? – claramente debochado o amigo retrucou sorrindo — Corta essa Jumpol, fala logo o que conseguiu – entrando no apartamento, o Alfa nem espera por um convite, afinal o apartamento também era dele — Por favor entra, sinta-se em casa – claramente o humor do mais novo era muito mais alegre que o do amigo — Off eu ando armado se esqueceu ? – rindo, o morador do apartamento fecha a porta e após pegar duas xícaras fumegantes de café ele se dirigir ao sofá onde o amigo já estava acomodado, entregando uma xícara de ele, logo assume sua postura de profissional e inicia a apresentação dos fatos recém descobertos 

— Achamos o local da última reunião por volta das 23:00 horas de ontem, um corpo foi encontrado no local, a perícia está tentando fazer o reconhecimento pela arcada dentária já que o corpo está completamente desfigurado, sabemos que é um alfa, mas nada além disso, ainda que o pequeno não tenha dado muito informação a discrição de Tul de onde o encontrou nos ajudou muito a diminuir a área de busca. Era um prédio abandonado mas foi reformado para comportar o evento, infelizmente o local foi muito bem limpo, esses caras sabem como se livrar de pistas, os feromônios foram eliminados e qualquer rasto de sangue ou dna foi limpo do local, fizemos uma varredura completa mas se ainda sim quiser dar uma olhada tenho homens vigiando o local. Mas... sabe que ainda precisamos do testenhuko e reconhecimento da testemunha né!?– e Max sabia disso,  era muita sorte ter uma testemunha, a anos ele buscas pistas dessa maldita gangue, mas tinha apenas um obstáculo em seu caminho…Tul, seu omega havia se tornado tão protetor sob esse menino que nem o entregador de pizza ele permitiu que chegasse muito perto de Gulf, seu marido jamais permitiria que o garoto retornasse ao lugar onde havia passado por tantos traumas, e o policial entendia, ele ainda lembrava das noites que acordava com os gritos desesperados de Tul depois de ter que reconhecer na delegacia o monstro que havia abusado de si e que ainda por cima teve a ousadia de o chamar de “querido filho” durante o julgamento, enquanto implorava falsamente por seu perdão

— Isso é quase impossível, Tul parece uma mãe leoa em cima do garoto – o mais velho esfregou os cabelos, claramente frustrado, ainda que tenha chegado tão perto, mais uma vez estavam em um beco sem saída — Não encontraram nenhuma outra testemunha ? – tomando um gole do café, agora frio, fazes uma careta enquanto espera a resposta de Off

— Um mendigo beta, mas a única coisa que ele disse, é que viu um carro preto, e de dentro dele desceu um anão de cabelo rosa e casaco de pele, carregando na coleira um cachorro de um metro de altura e que o cachorro só tinha pelo no rabo – os dois homens ficaram alguns segundo se encarando, depois suspiraram juntos, era frustante chegar tão perto e sair de mãos vazias.   O celular de Max apita no bolso, olhando a tela do aparelho ele suspira, levanta do sofá e agarrou o casaco que fora jogado sobre o encosto assim que ele chegou

— Tenho que ir, me avisa assim que saírem os resultados do corpo – se despedindo do amigo o policial, caminha em direção ao carro, juntando toda autocontrole que tinha, ele ia precisar 

☀️🌻☀️🌻

— Então, tem certeza que pegou tudo que precisava ? – Tul ainda questiona o menor mesmo que já estejam em casa após as insistência do mais velho para que fizessem comprar, Gulf se sentia culpado, não só pelo dinheiro gasto pelo mais velho, mas por que o homem havia pedido folga em seu trabalho apenas pra ficar alguns dias consigo — Não preciso de muito Tul, estou bem com qualquer coisa – ainda que estivesse repetindo isso pela quinquagésima vez o mais velho não parecia realmente ouvir, já que simplesmente ia pegando roupas e itens de higiene e colocando no cesto

— Bom, certo mas qualquer coisa que precisar é só me pedir, você já é parte da família – as palavras saíram tão fácil e tranquila da boca do omega que Gulf quase sentiu como se fosse verdade, mas sabia que não podia se deixar levar, ele não podia ficar ali, não tinha o direito de abusar de pessoas tão boas, tão logo sua situação se estabilizasse ele sairia dali — Olha a hora, tenho que começar o jantar. Já tomou seu remédio ? – e como uma mãezona Tul coisa dava de tudo e todos, o que fazia Gulf sorrir, agradecendo o mais velho pela lembrança ele caminha ate a prateleira da tv onde o ômega  mais velho havia deixado o medicamento, junto com as vitaminas que doutor Gun havia prescrito, e como sempre quando lembrava da consulta a imagem daquele homem bem diante de si, com a mão em sua cintura lhe enviava um arrepio pelo corpo, se sacudindo pra espantar aquelas lembranças ele vira indo em direção a cozinha pegar água pra tomar a medicação, mas Tul já vem ao seu encontro com um copo suado de água gelada e um caloroso sorriso nos lábios. Assim que a mão de Gulf envolve o copo, vozes são ouvidas do lado de fora da porta, um pouco alteradas de mais antes que a mesma seja aberta

— Eu sei que é difícil mas não pode resolver as coisas assim Plan 

— Como não !? Por que ele tem o direito de fazer o que quiser e eu não ? 

— Eu não disse que ele tem o direito, e eu sei que é difícil, só disse que você não pode usar a força pra tudo, não vou conseguir te livrar sempre 

A discussão avançava  conforme o pai e filho adentravam o apartamento, o clima era tenso, era difícil pro omega mais novo definir quem estava mais irritado, e Tul apenas observava já produzindo lágrimas em seus olhos 

— O que você sabe sobre como é difícil, você é um Alfa, o mundo é seu, você faz o que quer e não importa o que faça nada acontece com vocês, eu odeio, eu odeio esse mundo e todos os alfas como você 

— Plan Nattapol voce esta passando dos limites  

Quem gritou agora foi Tul pela primeira vez mostrando um lado duro ao qual Gulf jamais imaginaria que ele possuísse. O garoto apenas sai correndo em direção o quarto batendo a porta e resmungando alguns palavrões — O que aconteceu ? – questiona Tul caminhando em direção a Max que abria os primeiro botões da camisa e se sentava no sofa de tres lugares em frente a tv — Um colega de escola disse que por ser recessivo,a única utilidade de Plan na sociedade era reprodução e passou a mão na bunda dele – a expressão chocado dos dois ômegas foi quase sincronizada, a dor daquelas palavras atingiram ambos, que já ouviram isso muitas e muitas vezes durante a vida, mas Plan era tão novo pra ter que lidar com o peso delas — Quem é esse merdinha, vou caça-lo agora mesmo – parecendo um mini furacão Tul gesticulava pela sala soltando chingamentos e juramentos de tortura

— Não precisa se preocupar Plan ja deu um jeito nisso, o garoto ja esta no hospital, por sorte a familia sabe da fama e não tornou o caso mais dificil, mas exigiram que que ele preste algum  tipo de serviço comunitario – Tul aprecia sorrir um pouco satisfeito com a noticia da hospitalização do garoto, ainda que tentasse disfarçar — E o que vai acontecer com o agressor ? – Gulf questiona querendo saber qual seria a punição dele pelo assédio a Plan, mas infelizmente as palavras de Max não lhe surpreenderam — Uma semana de suspensão – a medida era quase um bonificação por seu abominável ato, ainda que a tristeza fosse clara no rosto dos dois ômegas, não havia surpresa nenhuma naquilo, o garoto tinha sua razão, o mundo era dos Alfas

Tul que já começava a derramar algumas lágrimas e puxado pela mão de Max, o fazendo cair em seu colo, o mais velho sussurrou próximo ao seu rosto que tudo vai ficar bem, enquanto dá alguns beijos pelo rosto do omega, um selinho delicado e dado contra os lábios, deixando o 
omega mais novo que observa o ato um pouco envergonhado, mas quando o beijo singelo, se torna mais demorado e aos poucos mais envolvente, o menor percebe que é sua deixa, rapidamente informando que ia tomar banho ele deixa a sala e os dois pombinhos pra trás, fechando a porta do banheiro, ele sorri levemente, sentiu um pouco de inveja mas por algum motivo ficou feliz por ver que Tul é amado como merece

 “ Será que um dia provarei desse sentimento “ foi o pensamento de Gulf antes de mergulhar na água morna pra não pensar em mais nada além do calor das gotas sobre seu corpo 

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