Capítulo 45

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— Esqueça a câmera, somos só nós dois, quando você estiver pronto – o policial sorria de forma tranquila tentando criar uma atmosfera segura para o pequeno omega — Eu conheci meu don... digo Somkiat a 3 anos em um bar em Bangkok, eu estava enfrentando alguns problemas familiares, ele parecia ser decente, me convidou pra experimentar uma coisa nova no mercado, ele disse que eu nunca mais seria o mesmo depois, na hora eu não pensei muito, só achei que se eu pudesse escapar por alguns minutos dos meus problemas já valia apenas – Max ouve em silêncio dando todo tempo que o menor precisasse, a buscar os antecedentes do garoto, o histórico de abuso sexual e psicológico da família apareceu — Ele disse que eu me sentiria bem, que aproveitaríamos juntos aquela noite – os lábios do menor tremem e as lagrimas que estavam contidas agora trasbordando por sua face — Quando eu acordei... a areia machucava meu joelhos... eram tantos em volta de mim, eu não conseguia respirar por causa do feromônios, eu pedi por mais, mas eu não queria aquilo, eu juro eu não queria, eu implorei pra me deixarem ir, mas eles riam e revessavam em cima de mim — o omega que até agora, observava em silencio apenas ouvindo a historia do garoto não se conteve, caminhando em direção a cama do hospital onde o garoto recebia seu tratamento, Tul o envolve em um abraço de proteção — Shhh tudo bem, ta tudo bem agora – o jovem Nine Kornchid de agora 20 anos, completados naquele inferno, se agarra ao mais velho como se fosse sua tabua de salvação, uma troca de olhar acontece entre ele é Max, ele sabia que não devia se envolver dessa forma, mas o omega Nattapol carregava muita bagagem de culpa em seu passado, ao entrar pra polícia ele prometeu proteger todos e quantos pudesse, se doar por inteiro a quem precisasse era o básico do caráter de Tul, o maior motivo de Max ter caído de quarto por este homem

O choro havia diminuído, e aos poucos ele sinalizou estar pronto pra continuar — Passei uma semana direto na arena, por causa das altas dose de droga, de alguma forma me tornei imune aos feromônios, por tanto não posso mais servir a um alfa – os olhos do garoto tinham um misto de tristeza e alívio, que apertou o coração de Max — desde então fiquei responsável por cuidar dos ômegas após a "apresentação " — Tul voltaria ao seu lugar ao lado do marido, mas o garoto ainda segurava firmemente sua mão — O que exatamente você fazia ? – o lençol é esmagado pelo garoto diante daquela pergunta, a voz trêmula e chorosa se seguiu com a explicação — Eu tratava suas feridas, dava banho e alimentava, os preparava pro show e – o menor trava por um momento, os olhos se tornam ainda mais úmidos — Ele queria que eu fizesse, mas eu não tive coragem, eu não podia tirar a criança dela, eu fingi que fiz, mas escondi ela, eu sempre levava comida pra ela também, mas ele descobriu, ele viu que ela tava lá... eu tentei ajudar, mas ele me bateu, eu tentei ajudar mas ele era forte — o menor começou a ficar alterado o medo e culpa em seu rosto eram dolorosos de serem presenciados, enfermeiras precisaram ser chamadas pra conter o garoto que entrou em surto ainda agarrado a mão de Tul — Por favor não me deixa aqui, ele vai vir me buscar, ele vai saber que foi eu, por favor não deixa ele descobrir, me salva — as palavras saiam rápidos dos pequenos lábios destruindo a pouca estrutura emocional que o mais velho tinha — Eu estou aqui, não vou deixar ninguém te machucar, vai ficar tudo bem – o grande assistente de policial, repetiu calmamente aquelas palavras fazendo um carinho nos cabelos do garoto enquanto o calmante era injetado em suas veias

As veias saltadas sob a face deixavam claro a ira que tomava aquele homem — Então esse é o pedaço de lixo que me deu tanto trabalho !? – o grande alfa se abaixa ficando cara a cara com Somkiat de joelhos no chão, com um mão ele garra os cabelos castanhos do homem logo lhe acertando um soco que resulta em um dente caindo ao chão — Isso foi por meu genro – um chute atinge o estômago do homem o fazendo cair de lado e cuspir uma boa dose de sangue — Isso pelo meu filho – o homem é erguido do chão por dois seguranças que seguram seus braços, dois socos atingem seu estômago e um acerta em cheio o queixo de baixo pra cima — Esse era só por que eu queria, mas esse – o poderoso homem estica sua mão recebendo de um dos seguranças um calibre 38 carregado e destravado — Esse é por Jimmy — o tiro acerta em cheio a testa do homem, e logo mais dois se juntam a ele, bem no centro da testa de Somkiat — Pela Deusa Suppasit, olha o estado dessa camisa, ainda sujou uma gravata Armani, que lástima – com claro bom humor o velho conhecido se aproxima passando por cima da possa de sangue que escorre pelo piso do galpão — A querido Adam, roupas posso comprar outra mas o prazer de acabar com esse verme não poderia ser deixado pra depois – a amizade que se perdeu a anos agora foi recuperada pelo destino, Kradum Thanayoung Suppasit, jamais poderia imaginar que seu amor do passado seria o pai de seu futuro genro, o amor proibido pela família foi a desolação  do empresário por muitos anos, seguindo de casamento em casamento, o coração foi se amargurando, mas tudo mudou quando aquela criança apareceu, o sorriso doce mas o olhar afiado de Mew, reacenderam os sentimentos do homem, ainda que tenha sido difícil conciliar seus ideias, Kradum conseguiu se livrar dos preceitos tolos e enraizados de sua família, e justo quando ia procurava Mew pra lhe pedir desculpas recebe a notícia de uma gravidez. Os olhos do homem brilhavam como a anos não o faziam — Vamos tenho que trocar de roupa, quero noticias do meu neto

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