Capítulo 12

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Deixo Magrelo no jardim onde outros cachorros estão, ele fica parado por um instante, eu gesticulo para a grama e ele vai devagar como se esperasse eu precisar dele de novo. Sigo até a cozinha para pegar o café da manhã das garotas e vou até o quarto delas. Lúcio me vê chegando antes de eu lembrar que ele fica na porta do quarto.

- A Geovana me contou sobre seu pai. - Ele comenta quando paro na frente dele. - Lamento.

- Não mencione isso ou enfio tudo isso na sua narina direita. - Digo em voz baixa. 

- Você parece ótima. - Ele acenou com a cabeça, mostrando um sorriso no rosto.

- Acho bom. - Resmungo, mas ouço ele rir quando abre a porta para mim.

Ele abre a porta, Farley está deitada na cama, as mãos sob a cabeça e observando o teto. Gisa está saindo do banheiro com um roupão felpudo e enxugando os cabelos que já estavam perdendo o tom de roxo, ela me olha surpresa e… feliz.

- Marina, há quanto tempo. - Ela diz, parecendo realmente feliz por me ver enquanto arrumo a mesa das duas. 

- Eu sei, desculpem por isso. - Digo colocando as xícaras no lugar. - Tive alguns problemas e não pude vir. 

- Não tem problema. - Gisa dispensa minhas desculpas com um aceno de mão. - Mas eu já estava criando teorias malucas sobre você ter sumido assim do nada. 

- Não liga, Marina, ela é assim mesmo. - Farley se levanta, dizendo aquilo em tom de bronca. Parecendo até uma irmã mais velha. 

- Eu tenho meus motivos. - Gisa resmunga no idioma delas. 

- Foi o que você disse quando eletrocutou aquele capitão que trouxe o Calore aqui. - Ela rebate indo em direção à cadeira. 

Precisei de todo o meu autocontrole para não expressar nenhuma reação ao ouvir aquilo. 

Foi a Gisa que matou o capitão Marcos. 

Por isso elas brigaram no carro? A Gisa quer matar mais? Talvez esteja planejando algo maior já que me fez perguntas sobre a minha relação com o Doutor Henrique. Ai, meu Deus. Quem são eles? 

Arrumo tudo e mostro um sorriso às duas e prometo servir as próximas refeições, elas acenam com a cabeça e Gisa sorri para mim antes de Lúcio fechar a porta. Ele arregala os olhos para mim, também ouviu o que eu ouvi. Nos comunicamos por gestos.

"Foi ela?" Ele pergunta com os olhos, apontando para a porta.

Faço que sim com a cabeça. 

Ele ergue as sobrancelhas como se perguntasse "por quê?" 

Dou de ombros "eu não sei." 

Lúcio começa a olhar para os lados e ensaia virar para a esquerda, mas eu o segurei pelos ombros e o impedi. Apontei para mim mesma, apontei para o fim do corredor, apontei para ele e depois para o chão. "Eu vou, você continua aqui." Aponto para a porta. "Para ouvir mais." 

Vou pelos corredores de serviço de novo, deixo o carrinho de refeições em um canto e vou apressada até o escritório da presidente. Isso era muito grave, talvez ela devesse saber disso primeiro. Estou prestes a bater na porta quando escuto o doutor Henrique. 

 - Isso foi muito brutal, senhora. - Ele diz para alguém lá dentro.

- Eu avisei o que aconteceria a ele. - Presidente Verônica responde em tom de desinteresse. 

Fico imóvel porque não quero interromper. E eu quero ouvir o resto da conversa. 

- Não acha que os vizinhos dela podem espalhar por aí, ou dizer a ela o que a senhora fez? - Doutor Henrique pergunta.

A Alvorada Rubra |Fanfic de A Rainha Vermelha| EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora