Capitulo 13

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Ok. As duas são um pouco paranóicas, mas… eu consegui o emprego. Só tenho que servir de agente dupla e garantir que a informação de que a Gisa matou o capitão Marcos nunca seja confirmada para conquistar a confiança delas. Não disse os meus motivos, assim como Gisa e Farley não me disseram os delas, então vou provar minha lealdade com ações. Servindo como agente dupla, levando informações do doutor Henrique e da presidente para elas e levando informações falsas sobre elas para o doutor Henrique. Perigoso, sim, mas se tudo der errado, pelo menos eu vou reencontrar a minha família e o Magrelo vai continuar aqui no paraíso canino dele.

Por incrível que pareça, Gisa não me pediu informações sobre o fogaréu. Na verdade, só estou seguindo ordens da Farley. Nossas reuniões são no banheiro, onde o Lúcio não pode ouvir, ela diz o que eu tenho que descobrir sobre a presidente. Ela só diz uma vez e não me deixa questionar nada, nem o motivo de cada coisa que ela me pede para descobrir. E algumas coisas que ela pede não fazem sentido nenhum, mas eu vejo mesmo assim. Embora eu não consiga olhar para a presidente sem pensar em enfiar uma faca na garganta dela. 

Eu li a carta da Isabela, contando como o meu pai morreu. Eles simplesmente arrombaram a porta da minha casa e atiraram nele enquanto estava na cama, dormindo, diriam no relatório que ele estava sendo procurado por tráfico de medicamentos e eles estavam autorizados a executá-lo caso resistisse. E quem iria questionar? Ninguém. Foi uma ordem direta da presidente, que está comendo tapioca enquanto o corpo do meu pai está apodrecendo debaixo da terra. Quase todos os meus instintos imploram para matá-la, mas o pouco de sanidade que eu tenho não é a única coisa que me impede. 

O fogaréu vai ser um combatente, o executor pessoal da presidente Verônica, seu segurança. Já tive que servir bebidas enquanto eles faziam simulações com ele, doutor Henrique supôs, observando o físico do Jacob e a forma como ele se movimenta quando recebe os comandos, que ele é apto para lutar, ou já sabia lutar antes de ser pego, e decidiu usar isso em favor da presidente. Com isso, começaram a treiná-lo, para reagir rápido a qualquer ameaça e a testá-lo, para ver até que nível ele pode chegar. Baseado no que eu ouvi até agora, o doutor Henrique acha que eles nem chegaram perto do limite dele. 

- Por isso, eu sinto cheiro de queimado às vezes. - Farley resmungou, analisando as próprias unhas. 

Elas não falam a opinião delas sobre o que eu conto, só me escutam e soltam algumas piadinhas a respeito da presidente e do doutor Henrique. 

[...]

No dia seguinte, quando eu estava colocando o uniforme, alguém bateu na porta. Magrelo foi o primeiro a correr para receber a visita, deixo o colete em cima da cadeira e abro a porta para ver Lúcio. 

- Não devia estar vigiando as garotas?- Pergunto erguendo uma sobrancelha.

Ele me olha de cima a baixo, o que é estranho porque eu estou totalmente vestida com o uniforme de funcionária da mansão da Presidente Verônica, e eu estalo os dedos quando seus olhos vão para as minhas pernas. Chamando sua atenção de volta para os meus olhos. 

- Eu não consigo ouvir nada do que vocês falam naquele quarto. - Ele fala.- Você não percebe nada nas entrelinhas do que elas conversam com você? 

Faço que não com a cabeça. 

- Certo. - Ele diz sem desconfiar de nada. - Então, falei com o doutor Henrique e ele sugeriu que você usasse uma escuta, aí a gravação vai direto para a presidente Verônica. Vamos saber se elas obrigarem você a tirar e vamos ouvir tudo o que acontece lá dentro.

Lúcio mostra a escuta, é um grampo cinza que parece um microfone bem pequeno, parece um broche inofensivo e inútil. Ele nem pede licença, apenas afasta o meu cabelo do branco e prende a escuta perto do meu ombro, eu franzo a testa enquanto meu colega pega uma mecha do meu cabelo e coloca sobre a escuta para escondê-la. 

A Alvorada Rubra |Fanfic de A Rainha Vermelha| EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora