Capítulo 23 - Farley

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A lista dos desaparecidos encontrados aqui deixou o Comando aliviado, mesmo com as fichas deixando claro que uma parte deles perdeu totalmente a sanidade e que alguns estão mortos. Eles disseram que é alguma coisa, o suficiente para conter um pouco a irritação em que eles estão em Montfort e nos Estados de Norta. Eu nem imagino como as coisas devem estar lá, o que não colocaram nos papéis. Kilorn disse que recebeu uma carta da Cameron, os nortanos ficaram em choque com o que mandamos e Lakeland mandou Íris Cygnet verificar essa história pessoalmente lá.

Julian abraçou um pouco seu lado acadêmico, levando em conta que acabamos de descobrir um novo continente que conseguiu salvar uma boa parte do conhecimento do antigo mundo. Depois de tranquilizar as coisas em casa, ele se isolou em uma biblioteca da Ilha Trapo, e ficou lá. Não o vi por dois dias seguidos. Mare já vasculhou essa ilha inteira, me fazendo um favor enorme, para descobrir tudo sobre esse lugar. Todos são refugiados de Nova Brasília, prateados, vermelhos, aprimorados, como chama os sanguenovos, qualquer um que precisava de um lugar para se esconder. Isso abre uma brecha enorme para espiões, mas a Tábata não se incomoda.

O porta-aviões e os saltadores estão prontos para fugir em qualquer emergência.

Não há elites aqui, eles compartilham tudo, a comida e os recursos que conseguem. Todos se ajudam, da melhor forma possível, para manter a ilha de pé já que o dinheiro, de fato, não circula por aqui. Se você é bom em medicina, vai ajudar no hospital, se cuida de plantas, vai trabalhar nas hortas ou cuidando das vacas e galinhas. A comida é distribuída nas casas e nos refeitórios que tem espalhados pela ilha onde todos comem juntos. Tudo aqui é voluntário, todos colaboram uns com os outros. As casas são reformadas de cinco em cinco anos, mas dão muita prioridade ao hospital daqui, os materiais para isso são enviados por colaboradores de Nova Brasília.

Não faço ideia de quem são, mas eles fornecem materiais de construção e tudo o que a Tábata precisar ou pedir.

Aqui tem muito mais provas da existência do parasita também, provas concretas que qualquer idiota possa ver, Tábata forneceu tudo para que enviássemos para casa. Já que, para a maioria, isso é um completo absurdo. Um parasita que controla mentes parece mais uma descrição de algum membro da Casa Merandus. Tábata nos deu uma palestra de cinco horas sobre como o parasita funciona, é absurdamente complexo e eu dormi algumas vezes, mas gravamos tudo e enviamos para o norte também. Provamos nossa inocência definitivamente, o que diminuiu a pressão de tudo.

Coronel me mandou apenas um bilhete escrito "Mas que porra é essa?"

Montfort e os Estados de Norta disseram que estavam enviando reforços para cá, para garantir que essa coisa não chegue nem perto do nosso continente. Eu nem imagino a merda que isso seria.

O hospital daqui cuida dos feridos e doentes da ilha, com a ajuda dos curandeiros, mas a maior parte dos médicos é dedicada à cura contra o parasita e no tratamento dos prateados. A prioridade deles é cuidar do estado mental das vítimas da Verônica. Eles usam métodos chamados terapia e psicologia, já que a maior parte dos curados não fica mentalmente bem, como um soldado que volta traumatizado da guerra. Julian, quando apareceu no refeitório praticamente arrastado pela Sara, disse que os estudos são aprofundados nos livros antigos. Também existem medicações para esses casos que ajudam muito no tratamento.

Mare já conversou com os enfermeiros daqui, me dando muito orgulho, eles dão para o paciente apenas a dose necessária no horário da receita e os tratam com muita calma. Basicamente o mesmo que eu faço com os soldados que eu ajudo na Guarda Escarlate, mas são remédios para dores de cabeça ou para dor de barriga, ou uma infecção se for o caso. Eu dou o pote, mas aqui eles não fazem isso, para evitar o vício.

Recebo informações sobre o que está acontecendo em Nova Brasília, os meus espiões e os da Tábata mandam todos os dias. A Verônica iniciou um toque de recolher. Qualquer um que estivesse na rua antes de escurecer, sem autorização, seria punido. Vermelho, executado no ato. Prateado, para o parasita. Isso causou revoltas, em todo lugar, cidades fizeram protestos e há conflitos de civis contra os policiais. Verônica, para se passar por boazinha, deixou claro que os policiais vermelhos não devem levar prateados para conter os manifestantes.

A Alvorada Rubra |Fanfic de A Rainha Vermelha| EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora