Capítulo 18. De volta a Luz

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Emoções voltam a tomar conta de mim, cada emoção, cada morte, cada desespero é uma pontada em minha mente e em meu coração.
Sinto cada dor que sentiram e com isso vem o desespero e as lágrimas escorrendo por meu rosto.
Queria que tudo aquilo fosse um pesadelo, queria acordar na minha cama e descobrir que nada era real.
Descobrir que não havia matado pessoas, que não tinha feito um massacre. Assassinei mais de quinze pessoas, que nem eram culpadas do ocorrido.
Minha Deusa Lua, sou um monstro! Um monstro que mata pessoas, sem dó nem piedade, que não sente um pingo de remorso.
Que tipo de aberração eu sou? Por que eu? Porquê não outra pessoa? Porquê tive que nascer assim? Porquê tive que nascer?

— Hiram... Falo abraçando e chorando.

— O que eu fiz!

— Ei calma, vai ficar tudo bem.

— NÃO, não vai ficar tudo bem!

-Lizzie, você não estava em sã consciência, não sabia o que estava fazendo.

-Mentira, você, assim como eu, sabe que eu estava consciente.

— Eu me odeio! Sou um monstro horrível! Continuo a me derramar em lágrimas.

— Ei, não fala isso.

— Acho melhor você ir embora, não deve ficar perto de algo como eu.

— Acha que vou deixa de te amar por conta de como você é? Parece que nem me conhece. O mesmo fala baixo em meu ouvido.

— Vamos embora, tem que relaxar.

— Não quero encarar minha avó, me deixa aqui por favor.

— Quem falou que vamos pra casa da Agatha?

— Não?

— Claro que não, vamos para minha alcateia em São Francisco, vem logo. Fala ele puxando meu braço.

— Hiram, a Louise!

— Ela correu já faz um tempo.

— Ela deve estar desesperada, temos que ir atrás dela.

— Não me importo com ela, e sim com você, vamos logo.

Ele me puxa e nós seguimos pela floresta, ainda estou chorando, em minha cabeça só passa as coisas que fiz, as que machuquei.
Minha avó! Eu a machuquei, ela nunca mais vai querer me ver na vida.
Depois  de andar alguns estantes, chegamos a rodovia principal, Hiram pede para eu ficar ali, em quanto ele vai buscar seu carro, que está na casa de minha avó.
Fico sentada lá, olhando a lua e as estrelas por uns sete minutos e escuto um carro se aproximar, vejo que é ele, entro em seu carro e prosseguimos o caminho todo em silêncio total.
Eu só presto atenção nos locais que estamos passando, ficamos aproximadamente uma meia hora na estrada, até que chegarmos em São Francisco, Califórnia.
Seguimos em frente e vamos para uma parte um pouco afastada da cidade, havia muros bem altos e um portão enorme para separar São Francisco, da outra "cidade", que era da alcateia.
Quando entramos, começo a ver tudo, tinha casas bem arrumadas e bonitas, prosseguimos em frente até chegar em uma casa enorme.
Estava mais pra uma mansão do que uma simples moradia. Ele estaciona o carro em uma garagem e saímos.
Andamos até a porta principal, que é aberta por um homem, que faz uma reverência em forma de respeito.
Não entendi no começo, mas agora entendo! Estamos na alcateia do Hiram! Não acredito que finalmente estou conhecendo o lugar onde minha mãe morava!

— Senhor, não fui avisado que voltaria para casa, se não teríamos mandado preparar algo melhor. Fala o homem, nos acompanhando.

— Não se preocupe, realmente não avisei, foi algo de última hora, mas não precisa de nada, só peça às empregadas para arrumar um quarto para a Lizzie.

— Claro! Com licença alfa, senhorita Lizzie. Fala se curvando e sai da sala.

— Eu realmente estou aqui?

— Sim.

— Vem, sente-se aqui, vai demorar um pouco até que preparem o quarto.

— Ok. Falo indo em direção ao sofá.

— Como está se sentido?

— Como se tivesse tirado a vida de pessoas que eram inocentes, ahh, foi isso que eu fiz!

— Não se culpe tanto Lizzie.

— Está pedindo uma coisa que não posso fazer.

— Porquê você me ajuda Hiram?

— Ainda pergunta isso Lizzie? Eu te amo tanto que morreria por você, não me importo como você é, ou o que faz, não vou deixar de te amar por isso.

— Pode me dar um abraço?

— Claro que sim.

— Você é a melhor pessoa do mundo Hiram.

— E você é a melhor pessoa que já entrou na minha vida, Lizzie Evans.

— Com licença senhor, os quartos estão prontos. Fala uma mulher já de idade, ela parece ter uns cinquenta e poucos anos.

— Vem Lizzie. Fala Hiram se levantando do sofá.

Ele me conduz até as escadas, que são de cor branca, ela é alta e um pouco extensa. Subir todos os degraus é um pouco cansativo.
Em seguida, entramos em um corredor com muitas portas, também brancas, com um tapete cinza em nosso caminho, que combina com a cor das paredes.
Viramos a direita e entramos em um dos quartos que é deslumbrante, suas paredes também são cinzas, só que um tom mais escuro.
Ele é enorme, tem um uma cama de casal bem arrumada e cheia de almofadas, um guarda roupa que cobre uma parede inteira, janelas largas e amplas, que são encobertas por cortinas pretas, também há uma escrivaninha, uma televisão enorme e outras dezenas de coisas para decoração, não posso me esquecer de falar do lustren que é maravilhoso, sem descrições para ele, além dessa palavra.

— Aqui é tão...tão lindo, parece quarto de uma princesa.

— Foi feito para uma. Responde ele com um sorriso.

— Agora precisa descansar, há roupas no guarda-roupa, tome um banho e pode vesti-las. Qual quer coisa que precisa pode chamar uma empregada ou me falar, starei em meu quarto, é a esquerda de onde entramos.

— Está bem, boa noite Hiram e muito obrigado.

Ele não responde, só dá um lindo sorriso e sai pela porta. Em seguida, vou tomar um banho, escovar meus dentes e colocar uma roupa e por fim caio na cama e durmo. Com tanta coisa que está acontecendo, só quero dormir e não me lembrar de mais nada.
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