De Repente Companheiros

Capítulo 40. O Piquenique (Parte 1)

⏳No outro dia⏳

Era estranha a sensação. Quando comecei a dormir, estava um pouco duro e desconfortável, mas agora, está tudo tão macio. Acho que estou nas nuvens!
Abri um de meus olhos para ver onde estava e ao conseguir ver, me senti um pouco confusa. Eu estava no quarto? Como vim parar aqui? Será que virei sonâmbula?
Abro o outro olho e começo a olhar o lugar, para ver se realmente estava lá ou se estava apenas sonhando.
Minha visão estava ainda um pouco embasada, mas resolvi me levantar. Fui rolar para o lado que geralmente saio da cama, mas algo me impedia de sair.

— Empurra não, tô com sono.

— Desculpa, não te vi aí. Que horas são?

— Penso que umas seis. Agora fica quietinha aqui tá.

Fui tentar sair pelo outro lado, mas sou impedida novamente! Hiram agarra minha cintura e me faz ficar colada com ele. Sua cabeça está muito próximo a meu pescoço e com isso, sua respiração bate nele, me fazendo arrepiar.
Tento chamar ele algumas vezes, mas não adianta. Ele realmente está dormindo. Até que aqui não está tão ruim, é tão quentinho e é bom ficar com ele ali, colado em mim.
NÃO! Eu estou com raiva dele, não vou ficar de boa só devido ao abraço dele! Pensando bem, eu posso ficar com raiva dele depois né? Agora eu posso curtir o momento com ele...

Acordo-me, olho no celular e são 9:07. Dou uma espreguiçada e vou para o banheiro. Ao entrar, levo um leve susto, porque pensei estar só no quarto, mas vejo Hiram, só com sua calça de moletom, que geralmente usava.
Ele estava molhando o rosto. Achei estranho, porque nesse horário ele deveria estar no trabalho. Lhe dou bom dia e passo para pegar minha escova e a pasta.
Ainda sem falar nada, Hiram acompanha tudo que estou fazendo com os olhos. Quando estou já lavando meu rosto, ele me vira para ele.

— Está com raiva de mim?

— Estou! Falo honestamente.

— O que eu fiz?

— Ainda me pergunta? Hiram, uma semana que voltamos e você em vez de ficar comigo, some! Dormimos no mesmo quarto e eu raramente te vejo!!

— Amor, eu sei que deve ter ficado chateada, mas tem que entender o meu lado. Tem que entender que certas coisas só eu posso resolver, e essas coisas foram se acumulando. Se eu não resolver, iremos perder tudo que meu pai construiu na vida dele!
Por favor, Lizzie não seja injusta comigo!

— Eu só queria sua atenção. Falo triste.

— Eu sei, também estou com raiva de mim mesmo por não estar aqui com você. Estou resolvendo as coisas o mais rápido possível, para mais tempo contigo. Fala acariciando meu rosto.

— Não deveria já estar no trabalho?

— Hoje só vou pela tarde. Tenho uma reunião com uns fornecedores e nada a mais que isso. Então vou ficar com você igual um carrapato.

Com sua fala fico muito feliz e abro um sorriso de contentamento.

— Esse seu sorriso me enlouquece.

Virei meu rosto para o outro lado, pelo fato de talvez eu ter virado um pimentão.

— Não está com fome? Pergunta Hiram me olhando fixamente.

Faço sinal que sim com a cabeça. Trocamos de roupa e descemos para o café da manhã. Quando eu ia para a sala de jantar, Hiram me puxa, oque me fez ter medo.

— Nosso café da manhã vai ser especial.

— Tendo comida, já é especial pra mim.

— E quando estou junto fica mais especial ainda né?

— Prefiro a comida. O respondo dando uma gargalhada.

— Vou fingir que não escutei isso. Agora vamos, coloca essa venda em você.

— Não! Surpresa não.

— Pare de ser teimosa Lizzie.

Cruzo meus braços e faço biquinho. Não sou obrigada a gostar de surpresas. Hiram coloca a vendo e me guia para fora de casa. Como eu estava descalça, senti a grama em meus pés.
Após alguns minutos, ele retira a venda e vejo uma parte da propriedade que eu nunca tinha vindo antes. Era cheio de flores de várias cores, árvores bem verdes e podadas, grama macia, árvores frutíferas, e borboletas, muito borboletas.
Era deslumbrante. Saio de meu desvaneio ao ouvir Hiram me chamar. Ele me vira de lado e lá está uma árvore de maçãs muito linda, com uma toalha de quadrados vermelhos e brancos, e tipos variados de comida, igual nos filmes. Eu estava fascinada com tanto deslumbre em um único ambiente.

— Iaê, gostou?

— Ainda pergunta? Olha a minha cara!

— É, parece que gostou.

— Eu amei! É lindo! Não tenho nem palavras. Lobinho, como eu nunca vim aqui antes?

— Ninguém nunca vem, eu não deixo. Só eu venho aqui até agora, esse lugar era da minha mãe. Foi meu pai que fez para ela, ele falava que ela amava flores e plantas.
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