Capítulo 8

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POV: Wanda Maximoff

Eu estava sentada frente a frente com Visão, estávamos conversando enquanto jogávamos uma partida de "Damas", ele já havia ganhado três vezes, mas também não é justo, ele é um gênio. O robô passa a mão pelo queixo e move sua peça eliminando duas minhas, o que me faz revirar os olhos:

- Eu ainda não entendi qual o conceito do termo "ter uma queda" - ele diz quando volta sua atenção para mim.

- "Ter uma queda" é quando você acha uma pessoa muito bonita, entendeu? Não é bem isso, mas é mais ou menos esse o significado - movo minha peça eliminando uma dele. Visão dá um sorriso e em apenas uma jogada, elimina três peças minhas - Isso não é justo! - bato as mãos na mesa e volto a analisar o tabuleiro.

- Então eu tenho uma queda por você? - ele pergunta e eu grito um "O que?", chamando a atenção de Natasha que tomava seu café da tarde enquanto lia uma revista - Você disse que a definição do termo "ter uma queda" é considerarmos a beleza física do outro. Apesar de eu preferir sua personalidade, eu digo que sua aparência física é muito prazerosa de se olhar.

- Primeiro, muito obrigada! E segundo, achar uma pessoa bonita não significa ter uma queda pela pessoa. Por exemplo, o Steve é um homem muito bonito, mas eu digo isso como uma amiga, igual da forma que você me acha bonita, mas como amigo - ele ainda parecia não estar satisfeito com minha resposta - Ter uma queda por alguém é achar a pessoa tão incrível que você tem vontade de...sei lá...beijar essa pessoa!

- Oh! Acho que entendi, Wanda. Você tem vontade de beijar a agente Romanoff!

- VIS! Fala baixo! Ela está bem ali do lado - toda essa conversa começou com o Visão perguntando se eu já tinha me apaixonado por alguém, eu disse que não, que apenas tinha uma queda pela Natasha. E agora esse cretino quase me expõe na frente dela. Puta que pariu!

- Não é como se ela não soubesse. Você não é muito boa em disfarçar o que sente - pego uma das minhas peças e jogo em Visão, ele sorri e coloca a peça de volta no tabuleiro - Sabe, Wanda, acho que estamos fazendo um bom progresso no seu desenvolvimento pessoal e social. Porém me deixa preocupado o fato de você não falar do seu irmão ou da sua família. Na nossa próxima sessão de terapia podemos mergulhar um pouco mais nesse assunto.

- Não! - digo e me mantenho focada apenas no jogo.

- Eu sei que falar sobre nossos entes queridos que já se foram é uma tarefa delicada e dolorosa, mas você precisa se abrir e falar sobre isso. Faz parte do seu processo de crescimento, você precisa passar pelos estágios do luto, só assim conseguirá seguir em frente.

- Eu já disse que não!

- Wanda...eu te entendo, mas você também precisa me ouvir - nesse momento uma raiva inigualável percorre todo meu corpo, dos meus pés até meu último fio de cabelo. Essa raiva foi e voltou duas vezes e se concentrou em minhas mãos. A sensação já conhecida por mim me domina e sinto meus dedos formigarem e a sensação de calor envolve a palma da minha mão e atingem Visão o jogando do outro lado da sala contra a parede.

- EU DISSE NÃO! - ainda consigo sentir meus dedos formigarem, o sentimento de raiva continuava palpitando dentro do meu peito e subiam até minha cabeça, caminho até o sintozóide que se encontrava  caído do outro lado do cômodo, continuo indo em sua direção quando uma mão me empurra pelo peito.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - balanço a cabeça tentando limpar todos os pensamentos ruins e violentos que insistiam em ficar aqui dentro. Minhas mãos param de formigar e a realidade cai sobre mim como uma rocha. Natasha corre até Visão ajudando-o a se levantar - Está tudo bem? 

Love Is The Death Of DutyOnde histórias criam vida. Descubra agora