Rosa Alba

A proposta

Insano.

Seria o adjetivo correto para Griffon nesse momento.

Perigosamente próximo aquele cavaleiro novamente.

Em uma luta que nem deveria estar acontecendo, já que não poderiam entrar em conflitos antes da volta de seu imperador.

Talvez isso explicasse muito de seu renascimento no Cocytus.

Mas isso pouco importou a partir do momento que soubera onde encontrar aquele maldito cavaleiro que teve a ousadia de feri-lo.

De invadir seus pensamentos e seus sonhos sem permissão.

Pouco importava as consequências. Teria de matá-lo para talvez assim, esquecer todas essas sensações e finalmente tirá-las de si.

Mas seu plano era como uma roleta russa. Se é que poderia chamar aquilo de plano já que agiu impulsivamente, tomado por um sentimento que resignava a aceitar.

Estava tão próximo novamente a ele. Sentindo aquele aroma natural e maravilhoso que vinha de cada poro do pisciano.

— Minos de Griffon, a Estrela Celeste da Nobreza — sussurrou.

Seu lado racional dizia que deveria matá-lo.

Já o outro...

O queria

Desejava insanamente

Se afastando minimamente da orelha do pisciano sentiu uma leve tontura, mas a ignorou momentaneamente tocando no rosto de Albafica, esquecendo completamente de mantê-lo preso com os fios de sua marionete.

Seus olhos violáceos, acompanhavam hipnotizado aqueles lábios contorcidos de dor começarem a esboçar um leve sorriso.

E aquilo o instigou.

Desenhou eles com o polegar, completamente em transe, como se estivesse tateando um objeto sagrado.

Ah, aqueles lábios.

Desejava prová-los.

Que gosto teria?

Será delicioso como o aroma de suas rosas?

Mas que droga de pensamentos são esses?

— Eu tenho que te matar Rosa Alba. Mas... — disse, aproximando perigosamente seus lábios aos do pisciano — Ah, dane-se! Eu o quero pra mim, seja meu! Albafica.

Albafica tinha a oportunidade perfeita para se livrar do Juiz, mas não fez. Deixou-se guiar pela mão dele quando tocou em seus lábios. A dor em seus dedos se tornou nada, comparado a energia até aconchegante de estar entre as asas de Griffon.

Minos era tão belo quanto ele, apesar de seu semblante sempre tão sádico, não pode deixar de se sentir atraído por ele, por seus toques.

Também o desejava, e naquele momento, queria ser dele.

Seu corpo pedia por isso. E pouco importava seu senso de realidade para aquela situação.

Em todos os anos de sua solitária vida, pouco explorou de sua sexualidade, mas não foi surpresa alguma se sentir atraído por um homem.

Estava quase cedendo, sorriu levemente abrindo os lábios ao ver que Minos estava tão próximo. Porém se assustou ao ver um fio de sangue escorrer pelo nariz do Juiz, graças a sua essência venenosa que não conseguira controlar durante sua aproximação.

Por pouco Griffon quase assinou sua sentença de morte mais uma vez.

Algo em seu interior dizia que não deveria matá-lo, porém, sentiu que seu cosmo já não demonstrava a agressividade de minutos atrás, pelo contrário, podia sentir certo afeto vindo dele.