Inconstância

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Santuário

Manigold fora chamado para uma missão de reconhecimento em um vilarejo próximo de Rodorio, aparentemente houve mais um ataque de espectros.

— Preciso que investigue o ataque. Muitos dos habitantes daquele vilarejo se refugiaram aqui. Alguns ainda buscam familiares perdidos. Chame Albafica e me tragam mais informações, e também, sobreviventes se houver. — Sage ordenou.

— Certo velho. — respondeu com desdém.

Sage percebeu o incômodo de seu pupilo.

— Você disse que não haveria problemas com Albafica. No entanto, está afastado do Santuário desde ontem.

— Acho que você tem coisas mais importantes para se preocupar, velho...

— É bom demonstrar um pouco de respeito, Manigold. Saiba que o Juiz ainda não foi capturado porque levamos sua palavra em consideração. Mas entenda que se ele ousar pisar aqui no Santuário, não haverá misericórdia. E devo recordar-lhe que o Cavaleiro de Peixes está passível de punição.

Manigold respirou fundo. Eram raros os momentos em que demonstrava raiva ou indignação.

— Fui claro Manigold? — continuou Sage.

— Sim, Mestre — respondeu sem ânimo.

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As respirações seguiam pesadas. Ambos ainda letárgicos, começavam a rir do que acabaram de fazer e do cenário caótico que construíram. Do cravo restaram apenas algumas teclas intactas. Albafica sentia Minos trêmulo então virou-se para encará-lo e tocar seu rosto.

— Acho que dessa vez terá que me carregar — sussurrou ao iniciar o contato visual, no entanto o que viu lhe pegou desprevenido.

Minos suava ofegante com seu peito se movendo descompassado, um fio de sangue descia de suas narinas o que fez com que tentasse afastá-lo de si.

— Minos, meu amor por favor se afas... — Minos o interrompe usando sua marionete cósmica, assustando o cavaleiro.

O cavaleiro não conseguia se mover exceto quando Minos movimentou sua mão mostrando que havia um corte recente, resultado da loucura que fizeram momentos antes.

— Minos, estou falando sério. Se afaste! — dizia imóvel, impotente.

— Shiii — respondeu o espectro movendo a mão do outro próxima aos seus lábios com sua marionete. — Veja como eu sou forte! — beijou o sangue do cavaleiro tingindo seus lábios.

O Cavaleiro ficou sem reação.

— Você me promete que nunca vai meu deixar? — Minos perguntou seriamente.

O Cavaleiro viu Minos fragilizado, nem mesmo quando morrera em seus braços, nem no confronto com Manigold no penhasco dos mortos o viu tão humano, sentia que qualquer palavra errada podia quebrá-lo.

— Mesmo que eu quisesse te deixar agora, não conseguiria — comentou brincando ao mencionar estar preso ao golpe do espectro.

— Perdão... — Minos desfaz seu golpe e ambos aproveitam para ajeitar suas vestes.

— Eu sei o quanto você é forte. Eu confio em você! Eu te amo e prometo estar com você até onde nossos destinos nos permitir.

A promessa fora selada com um beijo lento e longo.

— Eu prefiro morrer a ter que enfrentar você na Guerra Santa. E é isso que vai acontecer... Não vou lutar essa guerra Minha Rosa.

— Como assim Minos? O que pensa em fazer?

Rosa AlbaOnde histórias criam vida. Descubra agora