Seus efeitos

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Com o gosto amargo da derrota, Minos retorna a Casa do Julgamento, deparando-se com seu subordinado em seus afazeres. Era raro ver Balron com sua sapuris. Mas ali estava ele, com seu chicote em mãos, torturando uma alma insolente que não prezava pelo silêncio na corte.

— Sua volta fora mais rápida que o previsto Minos-Sama. — Disse Balron surpreso ao notar que Griffon já estava de volta.

— Não me importune Balron. A não ser que seja para me dar as informações que preciso!

Impaciente Minos vai até a onde estava Balron.

A Estrela Celeste da Eminência cede o lugar pertencente ao Griffon, expurgando por completo a alma que ali estava.

O Juiz senta-se depositando a rosa sobre a mesa enquanto com a outra mão massageava sua têmpora.

Olhou curioso para ela tentando entender porque ainda não a destruiu. Podia sentir que nela não havia mais veneno algum, apenas a essência de seu sangue, a lembrança de sua queda.

— Se me permite dizer, parece estressado — Balron toca com malícia nas grandes asas do Griffon, tirando-o de seus pensamentos enquanto dizia algo próximo de seu ouvido — Sabe que posso lhe dar qualquer informação, mas antes, você precisa estar relaxado.

Depois que se tornara juiz no inferno, não demorou muito para que seu subordinado tornasse seu amante.

Quem diria que até mesmo os espectros podem sucumbir aos desejos da carne?

O Juiz entrou no jogo de Balron. Afinal, era uma boa oportunidade para esquecer aquele desastroso confronto. Logo ambos se devoraram na mesa daquele tribunal sem nenhum pudor.

Para Griffon, Lune não deixava a desejar em nenhum atributo, sabia a hora certa de ser um bom amante e um bom subordinado.

A certo momento Griffon moveu o olhar para aquela rosa sobre a mesa, o subconsciente da Nobreza de alguma forma o levou até o cavaleiro de peixes.

Enquanto seu subordinado gemia loucamente seu nome, lhe veio à mente a voz daquele maldito cavaleiro, como se fosse ele lhe pedindo por mais, fazendo-o aumentar o ritmo das estocadas.

Minos possuía Balron com força, imaginando que fosse o corpo daquele cavaleiro de rosto puro, quase que angelical, mordendo os lábios, se contorcendo de prazer.

Só de seu subconsciente assimilar a imagem do pisciano abaixo de si, seu corpo todo estremeceu. Afoito, não conteve a onda de choque por seu baixo ventre, gozando rápido e vergonhosamente. Deixando um Lune completamente frustrado e literalmente na mão.

Minutos se passaram e inconformado com seus pensamentos e sua performance desastrosa, Minos deixaria claro ao amante que era tudo por conta de seu estresse.

— Eu falei para não me perturbar hoje! — disse rude se arrumando de qualquer jeito.

— Perdão, eu pensei que...

— Você não pensou nada! Agora, vou para os meus aposentos e não quero ser incomodado. Está me entendendo?

— Sim... Mas antes, você me disse que precisava de uma informação. Ficaria feliz em ajudá-lo se pudesse me informar sobre o que seria.

— Ah, meu Lune... — sorriu sádico ao se aproximar do amante empurrando uma mecha de seu cabelo para atrás da orelha.

Griffon deslizou os dedos sobre a face de seu subordinado descendo até seu queixo, fazendo-o cravar seus olhos no dele.

— Eu quero informações sobre um cavaleiro de ouro.

Confuso Balron faz menção em questionar, mas é interrompido pelo Juiz ao silencia-lo com o indicador.

Rosa AlbaOnde histórias criam vida. Descubra agora