Prelúdio do Fim

28 5 2
                                    

A condição de Minos não era das melhores, sentia a fragilidade humana lhe tomar por completo. Uma sensação de impotência lhe atingia violentamente. Estaria delirando em febre? Pois em sua frente a imagem do deus da morte e do deus do sono se faziam presentes.

— Ora, ora, não imaginava ver você nessas condições novamente. Da última vez você me implorava para trazer sua amada de volta à vida.

— Essa voz... Tha...

— Vamos pular a parte que você tenta me enganar dizendo que não traiu a confiança depositada por nosso imperador em ti. — comentou Thanatos.

— É melhor se livrar dele agora irmão, caso contrário poderemos ter problemas. — disse o Deus do Sono.

— Ah querido irmão, você está tão preocupado. Deixa-me divertir-me um pouco, ou pensarei que estás com ciúmes de um espectro tão insignificante — esboçou um sorriso carregado de malícia ao gêmeo.

Minos acompanhou a conversa surpreso. E além do mais onde estava? Segundos atrás estava em seus aposentos e agora...

— Não seja tolo irmão. Estou apenas sendo cauteloso como sempre fui. — levantou-se sem muita paciência. De qualquer forma, faça o que bem preferir, contanto que isso não impacte no retorno de nosso imperador. — deixou o gêmeo com seu rei em xeque-mate e desapareceu lentamente.

— Que saco, ele sempre vence. — comentou o deus para si mesmo um tanto desgostoso.

Minos não podia se mover, seu corpo parecia queimar por dentro. A morte usava outro corpo, diferente de quando o viu pela última vez.

— Thanatos. Tenha misericórdia, eu imploro.

A morte ri.

— Está vendo Griffon? Como é ser humano novamente? Está gostando disso? Achas que vale a pena passar por tudo isso apenas por um belo rosto?

As perguntas foram jogadas com superioridade. A Morte lhe deu permissão para responder.

— Não posso ir contra a vontade de um deus de fato. Mas ser leal a qualquer um deles não irá mudar o que sinto.

— Humm, a força motora dos humanos, o amor... Me diga Minos, o que ganha mantendo esse sentimento tão inútil. Achas que consegue voltar-se contra um deus apenas com amor? Não lembra de como se humilhou para mim para aliviar a dor em sua alma da última vez?

— Eu não preciso me voltar contra nenhum deus. Minha lealdade a Hades não mudou.

— Mesmo? Não tente me tripudiar espectro imundo, achas que não sei que pretende se jogar no Yomotsu. Aí aí, você me diverte achando que renegar seu posto de Juiz irá ser julgado como uma alma humana qualquer. Você é uma piada Minos. Não é permitido a qualquer raça inferior renegar um deus.

— Então porque não me manda pra alguma das prisões? Acabe comigo de uma vez.

— E perder toda a diversão? Não... Nós já sabemos como isso irá acabar Griffon. Isso tudo que está acontecendo com você é apenas um lembrete.

— Lembrete do quê?

— De suas consequências... O que será que vai acontecer com seu amado e com aquele outro traidor imundo?

— Por favor...

— Não perca seu tempo implorando por misericórdia por quem quer que seja. Cada segundo que você e seus amados respirarem, considere um extra. No mais, sinta-se privilegiado por nosso imperador precisar de vermes como vocês espectros.

— Então é isso... Sempre foi assim, nós somos meros peões nas mãos de vocês, deuses.

Thanatos ri. Lembrou-se do conselho do irmão para não se deixar levar pelo impulso, afinal ambos odiavam ter que lidar com míseros espectros, a função de manter a ordem estava com Pandora, no entanto, o plano para o despertar de Hades já estava em ação, precisavam manter o exército em ordem.

Rosa AlbaOnde histórias criam vida. Descubra agora